Ein Stück von mir, das auch ein Stück von dir ist

34- PERDÃO

Do pouco que sei sobre relações inter-pessoais é que: somos seres errôneos, somos entes falhos. E não importa quão uma pessoa nos ama, essa pessoa nos irá magoar quando alguma vicissitude bater à porta. Não importa quão boa ou má seja uma pessoa, ela nos irá magoar. Nós iremos magoar pessoas. Isso é inevitável.
Por isso existem razões justificativas; as ditas desculpas. Que podem ser expressas por palavras ou atitudes, nem sempre palavras são superficiais, às vezes palavras dizem tudo que atitudes não são capazes de dizer. E quando alguém sente que deve ter a nossa remissão, sempre que alguém tenta remir-se à nós, essa pessoa realmente se importa. Existem mazelas e máculas inesquecíveis, existem erros feios, mas que são dignos de serem perdoados, por isso existe a empatia, altruísmo, tolerância, placidez, parece que não, mas está tudo em coesão. É inevitável ferir alguém, é inevitável sentir-se ferido e cá para mim a raiva, o ódio momentâneo, discussões fervorosas em que duas pessoas atiram-se tudo na cara sem atavios ou filtros, se a relação for pura, só se torna mais impetuosa, a relação só se torna mais energética. Para mim quando pessoas que partilham o mesmo recinto e vivem em sociedade, e nunca discutiram, essas pessoas não se sentem, os seus sentimentos são rasos uma com a outra, é preciso perder a cabeça e mandar a merda essa pessoa e ao mesmo tempo sentir que ela é profícua/útil em nossa vida, para descobrir quão se gosta de alguém. É isso, não importa quão alguém goste de nós, essa pessoa nos irá magoar de guisa a deixar-nos coléricos, com ódio efêmero, com os olhos esbugalhados e vermelhos e nós devemos perdoar essa pessoa por isso. Não importa, por mais boa que seja, ela nos irá magoar e se essa pessoa esforçar-se para remissão, ela realmente merece perdão.