Capítulo 37

614 44 6
                                    

Artur Montenegro

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Artur Montenegro

Estou entre a cruz e a espada. Como explicar a situação para ela?

Sim, eu sei que estamos construindo um relacionamento e uma desconfiança será motivo para que tudo desmorone.

—Bom,

—Artur,não enrola. -Pede.

—Olha, eu não sei como contar isso.

—Só conta.

—Certo. -Concordo.

—Sim?-Instiga.

—Seu pai acha que você é o alvo. Ele disse que algo está estranho novamente e que provavelmente querem você. Não sabemos o motivo.

—Meu Deus!-Exclama. —Mais essa agora. De novo. De novo.

—Calma, vai dar tudo certo. Vamos passar por isso. -Tento.

—Até quando?

—Ate quando for possível.

—Estou exausta de tudo isso. -Desabafa.

—Eu te entendo, porque também estou. Só que não controlamos tudo e infelizmente isso não está em nossas mãos. Mas eu creio que vai dar tudo certo.

—Eu não suporto mais isso. -Desaba. Estou me segurando para não fazer o mesmo. Preciso ser forte,ou pelos menos fingir ser.

—Meu bem, eu entendo você. Só tenta se acalmar e vamos dar um jeito em tudo isso.

—O que querem comigo? Eu nunca fiz mal para ninguém.

—Você tem luz. E isso já é mais que suficiente para despertar o pior mas pessoas.

—Deus do céu! Já volto. -Vai em direção ao banheiro e entendo o recado: ela quer ficar sozinha.

As vezes queremos um tempo sozinhos para que possamos refletir. Isso precisa ser respeitado, porque a verdade é que cada um de nós funciona de um jeito. Uns amam multidão. Outros preferem a calmaria.

Sento-me enquanto aguardo Rebeca. Ouço um choro baixinho e por mais que isso me parta o coração, deixo que ela desabafe consigo mesma. É bom colocarmos tudo para fora. Se guardamos, as coisas vão só se acumulando e quando explodimos, já é demais.

—Vamos vencer. -Sai gritando do banheiro.

Me assusto com sua repentina aparição e sem mais nem menos ela me abraça bem forte.

—Vamos sim. -Falo e ela assente.

—Precisamos. Mas que nos deixem em paz logo.

—Vai dar tudo certo. Nem que tenhamos que ir embora do Brasil,trocar de identidade e recomeçar.

—E se for tarde?

—Todas as coisas têm um tempo determinado. Não será tarde se for para ser.

—Se você diz. -Dá de ombros.

—Vamos dormir um pouco. -Chamo.

—Meio impossível.

—Contando que não tem muito que possamos fazer neste momento, é o ideal.

—Eu devia estar lá. —Diz,sentida.

—Seu pai está lá. E sua mãe não está acordada. -Falo.

—Ok. Vamos tentar dormir,pelo menos.

*********

Acordo com o celular tocando.

—Alô?—Atendo sem ver quem é.

—Artur, ela acordou. -Suspira.

—Estamos indo. -Desligo. —Ei,Rebeca. -Chamo e ela acorda assustada.

—Que foi?-Pergunta.

—Sua mãe acordou.

Ela levanta de supetão da cama e aproveito para olhar as horas. São cinco da manhã.

—Vamos? Estou pronta.

Concorda e saímos do apartamento, a caminho do hospital.

—Paciente Raissa Bittencourt está em qual quarto?-Rebeca pergunta para a recepcionista.

—Só um instante. -Pede. —Quarto 302, senhorita. Pegue o elevador, primeiro andar, terceira porta à direita no corredor. -Explica e Rebeca sai em direção ao elevador,me deixando para trás.

Coisa boa. Graças a Deus o elevador não demora.

—Meu Deus,eu estou nervosa. -Diz.

—Percebo. -Murmuro.

—Certo,vamos lá. -Respira fundo e abre a porta.

Sua mãe está abatida,mas acordada. Heitor nos vê e vem abraçar a filha.

—Rebeca, filha. -Aperta ela. —Sua mãe estava te esperando.

Rebeca assente e se aproxima da mae,acanhada. Não é novidade que a relação delas não é mil maravilhas,mas é aquilo: Rebeca é boa. E Raissa é a mãe que ela tem.

—Mãe,que susto. -Começa cautelosa.

Raissa sorri fraco, e eu nunca vi ela tão abatida.

Percebo que esse é um momento deles e apesar de querer estar com minha noiva, decido sair de fininho e deixar eles a sós,para que se resolvam entre si. Esse é um momento íntimo e todos nós precisamos de espaço as vezes.

Encontro uma cantina ali perto e peço um café,esperando o tempo passar. Ligo para os meus pais e eles garantem que Davi está bem. Graças a Deus. É bom contar com eles. E como é bom.

Aproveito e mando uma mensagem para o investigador,atualizando ele sobre as últimas informações.

—Ei.-Levanto a cabeça e Rebeca e Heitor estão bem na minha frente. Sorrio fraco. —Você sumiu e adivinhei que estaria aqui. -Fala.

—Vocês precisavam desse momento. -Afirmo. —E então?

—O médico pediu que saíssemos que iriam aplicar uma medicação. -Heitor explica e franzo o cenho.

Estou desatualizado,não sou médico;mas que coisa estranha.

—Sentem-se, então. -Convido e eles aceitam.

—Tem previsão de alta?-Pergunto.

—Sim, eles vão terminar os exames. -Diz Rebeca.

—Isso e provavelmente ela será liberada agorinha.

—Ah,tudo bem. -Fico aliviado.

—Agora precisaremos ficar de olho nela. -Heitor diz, perdido.

—Imagino que sim.

—Pois é.

De repente o andar vira uma bagunça. Médicos e enfermeiras para todos os lados, barulhos, alarmes, apitos,tudo. Ficamos desesperados e sem saber o que é.

—Meu Deus,será que é um assalto?-Ouço as pessoas perguntarem.

—Não. Alguém deve ter passado mal.

Rebeca arregala os olhos e sai correndo.

—Mãeeeeeee!-Grita desesperada.

Eu e meu sogro nos entreolhemos. A confusão continua.

Não tem penso.

Ajo.

Corro.

_________

Heyyyy!!! Capítulo na área 🙌

E aí? O que foi dessa vez???

🙊

A Outra Onde histórias criam vida. Descubra agora