Rebeca Bittencourt ama Artur Montenegro em segredo desde a infância
Uma pena que sua irmã gêmea descobriu seu calcanhar de Aquiles e por inveja o tomou...
Sofia Bittencourt Montenegro some e a única solução que Artur encontra é pedir ajuda para Reb...
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Artur Montenegro
Estou entre a cruz e a espada. Como explicar a situação para ela?
Sim, eu sei que estamos construindo um relacionamento e uma desconfiança será motivo para que tudo desmorone.
—Bom,
—Artur,não enrola. -Pede.
—Olha, eu não sei como contar isso.
—Só conta.
—Certo. -Concordo.
—Sim?-Instiga.
—Seu pai acha que você é o alvo. Ele disse que algo está estranho novamente e que provavelmente querem você. Não sabemos o motivo.
—Meu Deus!-Exclama. —Mais essa agora. De novo. De novo.
—Calma, vai dar tudo certo. Vamos passar por isso. -Tento.
—Até quando?
—Ate quando for possível.
—Estou exausta de tudo isso. -Desabafa.
—Eu te entendo, porque também estou. Só que não controlamos tudo e infelizmente isso não está em nossas mãos. Mas eu creio que vai dar tudo certo.
—Eu não suporto mais isso. -Desaba. Estou me segurando para não fazer o mesmo. Preciso ser forte,ou pelos menos fingir ser.
—Meu bem, eu entendo você. Só tenta se acalmar e vamos dar um jeito em tudo isso.
—O que querem comigo? Eu nunca fiz mal para ninguém.
—Você tem luz. E isso já é mais que suficiente para despertar o pior mas pessoas.
—Deus do céu! Já volto. -Vai em direção ao banheiro e entendo o recado: ela quer ficar sozinha.
As vezes queremos um tempo sozinhos para que possamos refletir. Isso precisa ser respeitado, porque a verdade é que cada um de nós funciona de um jeito. Uns amam multidão. Outros preferem a calmaria.
Sento-me enquanto aguardo Rebeca. Ouço um choro baixinho e por mais que isso me parta o coração, deixo que ela desabafe consigo mesma. É bom colocarmos tudo para fora. Se guardamos, as coisas vão só se acumulando e quando explodimos, já é demais.
—Vamos vencer. -Sai gritando do banheiro.
Me assusto com sua repentina aparição e sem mais nem menos ela me abraça bem forte.
—Vamos sim. -Falo e ela assente.
—Precisamos. Mas que nos deixem em paz logo.
—Vai dar tudo certo. Nem que tenhamos que ir embora do Brasil,trocar de identidade e recomeçar.
—E se for tarde?
—Todas as coisas têm um tempo determinado. Não será tarde se for para ser.
—Se você diz. -Dá de ombros.
—Vamos dormir um pouco. -Chamo.
—Meio impossível.
—Contando que não tem muito que possamos fazer neste momento, é o ideal.
—Eu devia estar lá. —Diz,sentida.
—Seu pai está lá. E sua mãe não está acordada. -Falo.
—Ok. Vamos tentar dormir,pelo menos.
*********
Acordo com o celular tocando.
—Alô?—Atendo sem ver quem é.
—Artur, ela acordou. -Suspira.
—Estamos indo. -Desligo. —Ei,Rebeca. -Chamo e ela acorda assustada.
—Que foi?-Pergunta.
—Sua mãe acordou.
Ela levanta de supetão da cama e aproveito para olhar as horas. São cinco da manhã.
—Vamos? Estou pronta.
Concorda e saímos do apartamento, a caminho do hospital.
—Paciente Raissa Bittencourt está em qual quarto?-Rebeca pergunta para a recepcionista.
—Só um instante. -Pede. —Quarto 302, senhorita. Pegue o elevador, primeiro andar, terceira porta à direita no corredor. -Explica e Rebeca sai em direção ao elevador,me deixando para trás.
Coisa boa. Graças a Deus o elevador não demora.
—Meu Deus,eu estou nervosa. -Diz.
—Percebo. -Murmuro.
—Certo,vamos lá. -Respira fundo e abre a porta.
Sua mãe está abatida,mas acordada. Heitor nos vê e vem abraçar a filha.
—Rebeca, filha. -Aperta ela. —Sua mãe estava te esperando.
Rebeca assente e se aproxima da mae,acanhada. Não é novidade que a relação delas não é mil maravilhas,mas é aquilo: Rebeca é boa. E Raissa é a mãe que ela tem.
—Mãe,que susto. -Começa cautelosa.
Raissa sorri fraco, e eu nunca vi ela tão abatida.
Percebo que esse é um momento deles e apesar de querer estar com minha noiva, decido sair de fininho e deixar eles a sós,para que se resolvam entre si. Esse é um momento íntimo e todos nós precisamos de espaço as vezes.
Encontro uma cantina ali perto e peço um café,esperando o tempo passar. Ligo para os meus pais e eles garantem que Davi está bem. Graças a Deus. É bom contar com eles. E como é bom.
Aproveito e mando uma mensagem para o investigador,atualizando ele sobre as últimas informações.
—Ei.-Levanto a cabeça e Rebeca e Heitor estão bem na minha frente. Sorrio fraco. —Você sumiu e adivinhei que estaria aqui. -Fala.
—Vocês precisavam desse momento. -Afirmo. —E então?
—O médico pediu que saíssemos que iriam aplicar uma medicação. -Heitor explica e franzo o cenho.
Estou desatualizado,não sou médico;mas que coisa estranha.
—Sentem-se, então. -Convido e eles aceitam.
—Tem previsão de alta?-Pergunto.
—Sim, eles vão terminar os exames. -Diz Rebeca.
—Isso e provavelmente ela será liberada agorinha.
—Ah,tudo bem. -Fico aliviado.
—Agora precisaremos ficar de olho nela. -Heitor diz, perdido.
—Imagino que sim.
—Pois é.
De repente o andar vira uma bagunça. Médicos e enfermeiras para todos os lados, barulhos, alarmes, apitos,tudo. Ficamos desesperados e sem saber o que é.
—Meu Deus,será que é um assalto?-Ouço as pessoas perguntarem.
—Não. Alguém deve ter passado mal.
Rebeca arregala os olhos e sai correndo.
—Mãeeeeeee!-Grita desesperada.
Eu e meu sogro nos entreolhemos. A confusão continua.