Rebeca Bittencourt
O pesadelo parece ter acabado.
Sim, a morte de Sofia talvez signifique isso. Pelo menos eu espero que sim.
Será que sou muito cruel por não conseguir sentir nada? Nem pena, nem tristeza, nem felicidade.
Estou simplesmente sem expressão alguma.
Isso tudo me fez perceber que não somos nada. A verdade é que a nossa vida é um sopro e todos nós sabemos disso, fato. Infelizmente, só sabemos. Nós não colocamos na prática, não aproveitamos cada minuto do nosso dia, damos valor à pequenas coisas, somos fúteis, egocêntricos, rancorosos e assim vai.
Só que não somos nada. Em questão de segundos tudo pode mudar.
Minha vida estava calma e normal. Poucos segundos e erros foram suficientes para transformá-la num inferno evidente, o qual me fez viver os piores medos, traumas e angústias.
-Você vai ao enterro?-Artur me pergunta.
-Não. -Nego decidida. Como eu iria, quando ela planejou minha morte e destruição? Afinal, sou humana é imperfeita; há coisas imperdoáveis para mim. - Você vai. É o viúvo.
-Não. Eu não sou viúvo, Rebeca. Sofia e eu nunca fomos casados de fato, e portanto não há motivo para eu ir.
- E Davi? -Pergunto preocupada com meu sobrinho.
-Irei resguarda-lo desse momento. Ele nem se lembra dela, não é como se amasse ele.
-Tudo bem. Vamos descansar. -Sugiro. -Eu preciso muito colocar minha cabeça no lugar.
-Vamos.
Sigo em direção ao quarto de hóspedes e antes que eu abra a porta, Artur me chama. Viro-me e aguardo que fale.
-Durma conosco. Só hoje,por favor. -Pede.
Eu penso, repenso e penso novamente. Por fim, cedo.
-Só hoje. -Afirmo.
Ele balança a cabeça e nos juntamos a Davi na grande cama. Meu príncipe está no meio e aproveito para agarrá-lo, bem apertado, como uma válvula de escape.
Meus olhos pesam e me entrego ao descanso.
Com pouca consciência ouço Artur murmurar-Somos uma família.
E tudo se apaga.***************
-Rebeca, que bom está bem. - Meus pais vieram à casa de Artur,onde ainda estou.
-Sim. - A verdade é que sou uma casca apenas. Por dentro, só eu sei como me sinto destruída, quebrada,acabada.
-Bom, eu...-Meu pai começa a falar mas logo se silencia. Vejo que Artur lançou um olhar reprovador a ele o que me leva a crer que podem estar me escondendo algo.
-Pode falar. -Peço.
-Rebeca, acho que é melhor você se recuperar. Não encha sua cabeça com esse pesadelo. -Artur diz.
-Prefiro saber de tudo. -Afirmo e ele fica quieto.
Meu pai está pálido...-Eu fui o culpado de tudo isso. -Solta.
-Que? Como assim?-Questiono.
-Eu tirei Sofia do testamento. -Revela e franzo o cenho, estranhando a situação.
-Por que faria isso?
-Tive meus motivos. Na minha ausência você herdaria 50%, sua mãe 25% e Davi 25%. Não entendo como ela possa ter descoberto,mas é a única hipótese que temos para a ocorrência. -Diz e não vejo nele nem um sinal de pesar.
Ele está nem aí.
-Saia daqui. -Peço baixinho.
-Rebeca, eu... Me perdoe. -Pede e não há verdade alguma em sua fala.
-Veja como fala com o seu pai,Rebeca.
Eu sofri um inferno e eles estão me repreendendo como se fosse uma criança de 2 anos? Como se eu tivesse fazendo birra e eles estivessem com a razão?
Não é possível isso. Não mesmo.
-Saiam. -Peço.
-Isso é um absurdo. Não te criamos para nos tratar assim. -Diz minha mãe. Se é que posso chamá-la assim.
-Saiam da minha casa. -Ouço a voz de Artur enquanto corro para o quarto. -Fora daqui! Os dois. Vocês são tóxicos para Rebeca e ela não merece isso.
-Você vai pagar caro. - Meu "pai" ameaça.
-Me preocupo com Rebeca e não com suas ameaças. Saia antes que seja pior. -Grita.
A movimentação cessa e me permito chorar.
Choro, choro,choro.
Permito-me debruçar em lágrimas por tudo. Desde a adolescência,onde perdi meu amor para Sofia até hoje,onde quase perdi a vida por ação de Sofia.
Ela foi a causadora de traumas medonhos em meu ser. Terei que procurar uma terapeuta para aprender a lidar com todo esse medo e pânico que estou sentindo e isso apenas amenizará,mas nunca apagará tais sentimentos/pensamentos.
-Ei.-Ouço Artur se aproximar. Ele me abraça e não nego. Talvez eu esteja vulnerável,talvez minhas muralhas tenham caído.
-Eu sei que já errei muito contigo, Rebeca. Mas meu amor por você é verdadeiro e eu não tenho explicação para o que aconteceu porque nem mesmo eu sei como ocorreu. -Refere-se ao fato da gravidez de Sofia enquanto estávamos juntos.
-Artur, eu te perdoo. -Solto. -Eu te perdoo por tudo e agradeço também por tudo que fez para me trazer de volta. Obrigada. Talvez eu nem estaria mais viva se não fosse você, porque se fosse por Raissa e Heitor, eu morreria ou sabe se lá o que teria acontecido comigo.
-Nunca agradeça. Eu fiz porque eu te amo,Rebeca. Sou errado, imperfeito e tantas outras coisas. Mas eu te amo. Eu peço perdão e nunca me cansarei de pedi-lo porque quando dói em você, dói em mim também. Você é a minha alma gêmea,meu amor,aquele que tentaram me separar. Eles não podem vencer.
-Artur,me beija. Só hoje.
-Não. -Nega e arregalo os olhos. -Não só hoje. O farei pelo resto da minha vida,assim como pedirei perdão.
Assinto e ele faz o que pedi.
______
Hey!!! Voltandoooo
Perdão,pessoal! Estava atolada nos estudos. Mta aula,prova e assim vai. Fora problemas da vida.
Mas estou aqui! Votem e comentem,por favor!
Esses dois merecem uma segunda chance,não acham? Poxaaaa, eu acho q sim,heinn
Ele errou, mas o perdão existe. ❤️
Vamos q vamosBeijos e até mais! 😘😘😘😘
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Outra
RomanceRebeca Bittencourt ama Artur Montenegro em segredo desde a infância Uma pena que sua irmã gêmea descobriu seu calcanhar de Aquiles e por inveja o tomou... Sofia Bittencourt Montenegro some e a única solução que Artur encontra é pedir ajuda para Reb...