Capítulo 11

1.3K 86 50
                                    

Rebeca Bittencourt

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Rebeca Bittencourt

Meu pai me olha com sangue nos olhos. Sei bem que está fervendo de raiva,porque odeia ser confrontado. Mas criança cresceu. Antes eu morria de medo de levar uma surra,hoje se ele fizer isso é daqui para a cadeia. Sabe que não irei ficar calada e me submeterei as suas ordens. Não sou mamãe que faz de tudo pelo status. Se ele quiser em tirar essa merda de empresa,que o faço. Pode ser difícil,mas me reconstruirei. Eu não tenho medo de trabalhar e nem vergonha ou acho humilhante pedir ajuda.

-Não é importante. -Afirma.

-É sim.

-Falamos disso depois,agora que tal conversamos um pouco?-Sugere. Quase rio da sua encenação patética. Ele está nem aí para conversas e só disse isso para fugir do assunto.

-Outro dia. -Intervenho. -Estou indo embora.

-Você acabou de chegar. -Minha mãe que observava tudo alheia resolve dar o ar da graça. Ela não se importa com assuntos sobre negócios,contanto que tenha uma fortuna para gastar com suas futilidades que não levam a lugar algum.

-Esqueci que tenho um compromisso.

Saio de lá rapidamente antes que eu seja infectada com a tristeza e solidão que esse lugar exala.

Vou para casa e me empanturro de sorvete tablito. Isso sim é perfeição. Nada melhor que um belo sorvete nesse dia anormal. Coloco um filme e essa é uma programação perfeita para mim.

Amo minha companhia. E só quando a gente ama a nossa companhia,amaremos a dos outros. Porque o que vejo de gente solitária em multidões não está escrito. Isso acontece,as vezes nos sentimos sozinhos mesmo rodeados de pessoas. Só não nos esqueçamos que nunca estaremos só porque Deus sempre estará conosco.

Minha campainha toca e que legal. Mais alguém é assim? Eu deixo tudo encaminhado para não ter que levantar(sedentária,eu sei) e eis que me ocorre isso. Agora terei que fazer o enorme esforço de deixar o meu sorvete e levantar do sofá.

Atendo xingando mesmo. Mas me arrependo do meu atual estado:suja de sorvete,cabelo desgrenhado,pijama de sorvete e maquiagem borrada.

Annabelle versão 2.0

O susto é real e não para mim. Para ele. Enquanto eu estou assim,Pietro está de banho tomado,cabelo penteado,não está sujo de sorvete e está com uma camiseta branca normal.

Eu queria um buraco para eu me enfiar. Parece que eu nasci para passar vergonha. Se eu fosse um meme eu seria:eu não preciso de ninguém para fazer merda comigo. Eu sozinha coloco minha vida em perigo.

Essa vergonha é no crédito ou no débito? Eu poderia brincar e dizer que é na beleza porque ela está sem limites mas nem para isso eu tô servindo. No crédito não vai dar,cartão sem limite. Débito piorou.

A Outra Onde histórias criam vida. Descubra agora