Capítulo 17

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Artur Montenegro

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Artur Montenegro

Rebeca ainda vai me matar. Jesus amado,ela realmente não tem noção do quanto o que fez foi arriscado e perigoso.

Como chamar atenção de uma mulher de quase trinta anos?

-Eu ouvi isso. -Reclama. -E não é quase trinta,não.

-Se você diz.

-Claro que eu disse. -Reclama novamente. Essa mulher me tira dos eixos.

-Foi muito perigoso. -Falo novamente e ela revira os olhos. -É sério,Rebeca. Primeiro você quis trabalhar,sabendo dos riscos. E agora me aparece com isso. -Explico.

-Já foi. -Dá de ombros. -Tudo bem,eu quase morri do coração,com medo. Mas já fiz e não tem como voltar atrás.

-Sim,só peço que tome mais cuidado. Todo cuidado é pouco neste momento e precisamos pensar também no Davi.

-Chega,não quero falar disso. -Pede. -Sério,isso me deixa muito mal.

-Vamos ter calma e fé em Deus. -Falo.

-Eu tenho muita fé,tudo passa. Isso logo vai passar e poderemos ter uma vida calma novamente. Sem Sofia ameaçando.

-Sim. Olha,tenta se distrair um pouco,então. -Sugiro. -Eu sei que quando pensamos muito no problema,isso nos causa ansiedade.

-Tudo bem. Eu vou tomar um banho enquanto isso. -Fala e sai

Poxa,nem chama. Ops,foi péssima essa. Não é como se tivéssemos algo,eu preciso ter isso em mente. Porque a verdade é essa:não temos nada. Eu pequei feio e agora sofro as consequências. A situação é muito estranha e difícil de entender. Como ela ficaria com o cara que tem um filho com a sua irmã?

Minha nossa,mais confuso que novela mexicana.

Liguei para o investigador e estamos no aguardo do seu retorno. A ansiedade está a mil,e com razão. A situação é caótica e instável.

A que ponto chegamos...

******

-Artur,nós levaremos para análise. -Explica-me.

-Isso demora?-Pergunto nervoso.

-Farei o meu melhor. -Diz. -Logo passarei aí na sua casa e pegarei. -Conta e concordo. Por fim,desligamos.

A coisa só piora. Que bacana,só que não.

Rebeca volta de seu banho em instantes,e vejo que está sem graça.

-O que foi?-Pergunto.

-Nada -Diz.

Quando uma mulher diz "nada" pode investigar,Porque alguma coisa aconteceu.

-Pode falar,Rebeca. Aconteceu alguma coisa? Fiz algo de errado? Está chateada porque falei que era perigoso?-Encho ela de perguntas e a mesma sorri de leve.

-Fica calmo. -Pede. -Não é isso,só estou estranhando estarmos tipo na mesma coisa,sabe?

-Ah!-Suspiro aliviado. Pelo menos ela está bem. -Não é estranho,porque assim era para termos ficado. Eu não tenho uma borracha para apagar o passado e nem posso fazer isso. -Confesso. -Mas eu tenho a oportunidade de traçar um futuro diferente. Eu sempre estarei aberto a você,e sempre te esperarei. Não importa quanto tempo isso demore,Rebeca.

-Não faz bem remoermos isso. -Fala.

-Concordo,só que também não retiro nada do que falei.

Ela ri. E se ela e Davi estão bem,assim eu estarei.

Nós três almoçamos de forma agradável e num clima bom. Como seria bacana se as coisas fossem assim. O investigador veio pegar as cartas perto do almoço e não tivemos como lê-las. Triste dia para um curioso. Mas quem vai ser doido de mexer nisso sem saber? Eu que não.

Obviamente se eu não tivesse estragado tudo.

Meu Deus,o arrependimento é uma coisa. Porque os seus erros ficam sempre martelando na sua cabeça,de uma forma opressiva. Eu preciso me libertar disso,e seguir normalmente. Não falo no quesito de relacionamento,porque meu coração tem dona. Falo no caso que se Rebeca um dia aceitar,precisamos estar bem com nós mesmos.

Como poderia dar certo? Ela me culpando e eu me sentindo o culpado sempre. Assim não dá. Eu sei.

É difícil,não impossível. Preciso de um terapeuta para ontem. Só vou esperar as coisas abrandarem um pouco e uma das coisas que farei é procurar um profissional para me ajudar.

Eu quero muito começar um relacionamento com ela. Mas o relacionamento não pode ser unilateral. Os dois precisam desejar isso. E Rebeca não deseja,não por enquanto. Nós precisamos nos perdoar. Eu porque me culpo. Ela porque ainda sente. E com razão. O que fiz foi muito,muito errado mesmo. Mas não posso também viver a minha vida toda me culpando.

-Filho,vamos fazer a tarefa. -A tarde,chamo meu filho que só quer saber de brincar. É normal,ele é apenas uma criança. Mas a escola não para. Dei leu jeito para que ele estudasse de casa,não é o certo,mas não deixarei ele lá correndo riscos. Ainda mais porque criança é inocente,não vê maldade e é facilmente enganada.

A escola é um excelente lugar para o desenvolvimento dos nossos filhos. Lá eles interagem,aprendem,brincam,sorriem,caem, levantam e assim assim vai. A situação o impede,mas isso não é eterno. Se Deus quiser,logo tudo voltará.

-Rebeca,nós vamos fazer tarefa lá no escritório. -Aviso e ela assente. Estranho seu comportamento acanhado e penso que deve ser por conta de estar num ambiente diferente de sua casa. Isso é realmente ruim.

Lá vamos nós. Meu Deus,como os professores sofrem. É exaustivo ensinar alguém,isso porque é meu filho ainda. Jesus amado. Tem que ter dom. Mais valorização aos profissionais,por favor.

O tempo passa voando e estranho o silêncio da casa. Davi sai correndo enquanto desligo o computador. Só ouço seu grito e já me desespero.

Meu Deus. Não.

-O que foi?

-Sumiu.

-Como assim? Davi,o que foi?-Fico desesperado.

-Mamã. -Já sei de quem ele fala.

Não pode ser.

Procuro por ela em todos os lugares. Grito seu nome e nada.

Nada dela.

Minha nossa,será que entraram aqui? Mas nada está arrombado... não é possível.

Acho um bilhete na porta da geladeira.

Saí e volto logo. Fiquem bem

Não. Rebeca não pode ter feito isso.

Não,mil vezes não.

Não em pleno perigo.

Eu vou morrer antes da idade.

Não pode ser.

_________

Eita! Capítulo novo 😆

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Volto logo. Comentem mtoooooo

E como diz Rebeca,fiquem bem.

Vamos orar para essa pandemia acabar logo,em nome de Jesus! ❤️ fui

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