Twenty Four

545 104 16
                                    

“O que você fez, Morte?”

A voz que se dirige a ele é baixa e raivosa. É uma voz feminina, e a Morte pode vê-la caminhar em direção a ele. Cada passo dela é pontuado com o suave tilintar dos sinos. Como a Morte, Ela não tem rosto. Suas vestes são tecidas com fios vermelhos, girando em torno de sua forma.

Ela é o Destino, amante da Morte.

A morte estremece.

“Senhora,” ele reconhece, curvando-se, “fui chamado pelo meu Mestre. Eu estava ao lado dele.”

— O que você disse a ele? O destino pergunta com raiva. “Você não deveria dizer a ele para deixar o passado para trás! Você não deve intervir! Você deve deixar as coisas seguirem seu curso!”

A morte abaixa a cabeça, sentindo-se intimidada. “Certamente, Senhora, você não pode reverter o dano que minhas palavras causaram?”

Essa é a coisa irritante. Todos pensam que ela é uma espécie de Deus, todo-poderoso. Sim, Ela segura as cordas, os fios do Destino. Mas nem todo mundo é seu fantoche.

Os seres humanos têm seu próprio livre arbítrio. Ela apenas segura os fios que os conectam e tece uma história. Os humanos têm que chegar às suas próprias conclusões, chegar ao seu próprio destino. Ela não ajuda nisso.

Tudo no devido tempo, ela diz a si mesma. Tudo no devido tempo, e as coisas seguirão seu curso.

Mas agora, ela tem que fazer o controle de danos.

Ela mergulha na mente de Harry Potter, tentando reverter os efeitos das palavras da Morte. Então, em vez de Harry seguir o conselho da Morte, Harry fica ainda mais inflexível contra Ela e resolve nunca esquecer o passado. Resolve nunca esquecer quem foi Tom Riddle.

“As coisas estavam indo bem”, ela reclama com a Morte. “Reverter o dano que você causou fez Harry se fechar para Tom. Novamente."

A morte não tem certeza do que dizer sobre isso, realmente. "Certamente, você acha que eles nunca vão se dar bem?" ele pergunta, um pouco nervoso. "É impossível. Eles eram, e ainda são, inimigos.”

“Se cem anos não puderam mudar isso”, diz o destino, “então ambos estão condenados, Morte.”
___

Harry se foi.

Voldemort só registra esse fato quando ouve a porta da frente se fechar e trancar. Ele sai do quarto e tenta a porta da frente, sem sucesso. Há proteções colocadas, também, para impedi-lo de sair.

Ele é um prisioneiro. Bem e verdadeiramente um prisioneiro.

Ele pretende procurar pó de flu perto da lareira, e enquanto ele caminha de volta para o corredor, a voz de Dumbledore chega até ele.

“Indo para algum lugar, Tom?”

“Foda-se. Você não passa de um retrato,” Voldemort sussurra. Ele se sente descontente. Acidentais, de alguma forma, como se seus sentimentos e motivos não estivessem alinhados. Potter e ele estavam indo bem depois do caso Baskervilles. Foi todo esse negócio de seu pesadelo no Limbo, e as consequências depois, que causou uma tensão renovada entre os dois. Voldemort ficou frustrado e agiu, e isso estava errado.

Let's Cross Over • TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora