One Hundred Three

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Harry deixa a Pedra da Ressurreição onde a encontrou, enterrada trinta centímetros na Floresta Proibida com um feitiço de ocultação.

Então, ele corre.

Harry nunca foi do tipo que foge de uma briga. Ele é do tipo que se lança de cabeça em uma batalha. O tipo que pensa depois e age primeiro.

Mas ele não pode lutar contra isso. Ele não pode lutar contra algo que não pode mudar.

E mais do que tudo, ele não pode lutar contra o destino.

Ele está desamparado. Totalmente impotente, contra Seus caprichos.

Pelo menos é o que ela deve estar pensando.

Porque ele tem um plano. Ele não vai concordar com isso. Ele não vai concordar com o pequeno plano do destino para ele e Voldemort.

Ele não vai ser servo do destino.

Ele vai resolver o problema com as próprias mãos.

Ele vai lutar, da única forma que pode.

___

Voldemort acorda vagarosamente, esticando os braços sobre a cabeça, quando percebe que a cama está vazia ao seu lado.

Ele franze a testa um pouco, abrindo os olhos. Isso é estranho. Harry esteve aqui antes, porque ele se lembra de segurar o menino contra o peito enquanto eles dormiam.

Talvez ele tenha acordado para usar o banheiro. Ou beba um pouco de água, Voldemort racionaliza, mas há um lampejo de preocupação quando ele pensa no paradeiro de Harry.

Harry está bem? Voldemort se pergunta para si mesmo.

E Merlin, desde quando ele se preocupa com o bem-estar de Harry?

Voldemort range os dentes em irritação. Aquele menino idiota estava sempre se colocando em risco. E fazendo Voldemort se preocupar com ele. Porque embora Harry fosse imortal, ele não era completamente infalível. E daí se Voldemort fez do bem-estar de Harry sua preocupação? Deve ser apenas o resultado do voto. Ou alguma coisa. Voldemort não tem cem por cento de certeza de por que se preocupa com o bem-estar de Harry.

Mas Voldemort tem certeza disso.

Harry estava confiando nele, cada vez mais. Abrindo-se para ele tão lindamente, como uma flor desabrochando.

Voldemort lembra que quando ele pousou no quarto de Harry em 26 Lingfield Road em 6 de maio de seu primeiro ano juntos, Harry o desprezou. Harry o desprezava totalmente, e ele até quebrou o nariz na briga, enquanto Voldemort tentava explicar sua situação. Harry foi tão frio com ele, tão distante, por tanto tempo.

E agora veja como Harry o tratou. Como Harry se suavizou ao seu toque, às suas palavras.

Harry estava incrivelmente perfeito para ele ontem à noite, com seus altos gemidos de prazer, do jeito que ele quase implorou a Voldemort para levá-lo. Voldemort sorri fracamente com a memória. Ele acha que vai se lembrar disso para sempre. Como Harry tinha sido macio, tão maleável. Tão facilmente influenciado.

Tão facilmente cortejado.

Porque, ah sim. Voldemort está cortejando ele.

Afinal, a maior fraqueza de Harry é seu coração sangrando.

E Voldemort sabe que seus esforços já estão valendo a pena. A varinha, por exemplo. Era para ajudar com o caso, mas ele tem certeza de que seu relacionamento sexual com Harry foi um fator para receber privilégios de varinha.

Perfeito. Estava tudo indo conforme o planejado. Harry finalmente estava confiando nele, e Harry concederia mais privilégios a ele.

Lenta mas seguramente, Voldemort entraria em contato com seus antigos seguidores novamente. Ele diria a seus seguidores que estava vinculado pelo destino a Harry, que estava destinado a retornar ao Limbo. Mas Voldemort faria o possível para sentir remorso antes que os cinco anos terminassem e, portanto, curaria sua alma enquanto ele estivesse no mundo dos vivos. Então, ele quebraria sua alma novamente e criaria horcruxes, distribuindo-as entre seus seguidores. Então, ele instruiria seus seguidores a ressuscitá-lo como Wormtail fez no cemitério em Little Hangleton. Ossos de seu pai, sangue de um servo, sangue de um inimigo... ele diria a seus seguidores para usar o mesmo ritual, e então ele poderia finalmente retornar ao mundo dos Vivos, em sua forma verdadeira e poderosa.

Let's Cross Over • TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora