Harry resolve alguns casos sozinho, com o passar dos meses; ele fica em um apartamento em Londres, perto do Ministério. Uma fabricante de poções nascida trouxa que foi pega colocando aconitum e beladona em seus kits de óleo essencial trouxa. Um nascido trouxa, que cometeu um incêndio criminoso na Londres trouxa. Outra nascida trouxa que havia sido condenada por homicídio por matar seus parentes trouxas em sua casa em Chelsea.
Crimes cometidos por nascidos trouxas, contra trouxas ou outros nascidos trouxas. Harry não consegue entender. Não consegue entender, da mesma forma que não consegue entender porque muitos ligados ao culto ouroboros também eram nascidos trouxas. Agnes e Cecilia eram ambas bruxas nascidas trouxas que odiavam suas próprias origens. O que isso significa? O que isso significava? Harry não sabe, e ele se sente como se estivesse se agarrando a qualquer coisa. Ele resolve caso após caso, sozinho, mas não consegue ver a conexão entre todos eles.
Ele se pergunta se Voldemort lê os jornais e vê a tendência também. Imagina o que Voldemort pensaria disso tudo, se ele entendesse o que está acontecendo.
Assim que o pensamento vem à sua mente, Harry o afasta. Não. Ele não dá a mínima para o que Voldemort pensa, ou o que ele tem a dizer. Mesmo que seus poderes de dedução sejam inegavelmente bons, ele nunca mais pedirá ajuda a Voldemort em um caso.
É o princípio da coisa. Harry sabe disso, e ainda.
E, no entanto, ele se encontra sentado sozinho em seu apartamento muito silencioso em Londres, desejando companhia. Para alguém conversar.
Droga. Maldito seja ! É impensável – impensável sentir falta dele. Não. Harry não sente falta do homem que assassinou seus pais. Ele é apenas solitário, totalmente solitário e cansado por um século de imortalidade.
Ele se senta e embala uma xícara de chocolate. Houve alguns momentos – alguns momentos, quando ele estava junto com Voldemort – que não o fizeram se sentir como se fossem inimigos. Às vezes, Voldemort era agradável para conversar ou tinha revelações interessantes sobre um caso. Ele tinha um rosto humano, um charme natural. Um sorriso vencedor. E enquanto Harry bebe sua xícara de chocolate sozinho, ele se lembra de como eles bebiam chocolate juntos depois de cada caso. Uma tradição.
Houve alguns momentos em que Harry deixou suas paredes caírem. Porque ele achava ridículo mantê-los acordados.
Houve alguns momentos em que Harry sentiu que quase tinha um amigo.
Mas isso era impensável. Harry está feliz por isso ter acontecido. Ainda bem que ele se lembrou de quem Voldemort realmente é.
Isso torna muito mais fácil odiá-lo.
___
O frasco é muito tentador.
É um pequeno frasco em torno do comprimento de seu dedo médio. Com dez centímetros de altura, cheio de um líquido claro. Ele fica no final do balcão, junto com um frasco semelhante. É gêmeo.
Eles zombam dele. Eles zombam dele e o tentam, tudo ao mesmo tempo.
Voldemort encara os frascos da Poção do Morto-Vivo. O relógio da cozinha começou a bater ruidosamente. Ou sempre foi tão alto? Marcação. Marcação. Marcação.
Ele pisca, lentamente. Estamos em meados de julho. Novamente. Mais um verão preso em casa, sem nada para fazer e ninguém com quem conversar.
O calor confunde seu cérebro, o deixa frustrado e entediado sem parar. As palavras de Harry voltam para ele.
Você pode ficar consciente e abafado de raiva e tédio, ou pode pegar a poção e dormir durante ela. Vou deixar essa escolha para você.
Por alguma razão, ter escolha era ainda pior. Porque Voldemort sabia quais seriam as consequências. Ele saberia que teria feito isso a si mesmo.
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Let's Cross Over • Tomarry
Fanfic[Concluída] "Harry, por favor," Death diz suplicante. "Você ainda nem ouviu a punição completa." "Oh? Tem mais?" "Tom Riddle ficará sob sua custódia por cinco anos," Death termina. "Cinco anos é o tempo que o Destino considerou que você deveria ser...