Let's Cross Over • Tomarry

One Hundred Eight

O criminoso que envia mensagens criptografadas para as casas dos nascidos trouxas em Cardiff não para. Na semana seguinte, nada menos que três famílias recebem mensagens ameaçadoras em cifras alfabéticas mistas, todas com palavras-chave diferentes.

E por mais que Voldemort odeie admitir, ele pode decifrar as mensagens muito mais rápido com a ajuda do sangue-ruim.

Ele passa a maior parte do tempo com o retrato dela na biblioteca, deitado de bruços, apoiado nos cotovelos, com uma pilha de pergaminhos à sua frente. O sangue-ruim pede a ele detalhes sobre o caso, e para ele segurar as mensagens codificadas para que ela possa lê-las, e ela dita o que copiar no pergaminho. Ela é boa em explicar as coisas sempre que ele fica perplexo, e é um pouco mais emocionante assim, trabalhar com outra pessoa.

Embora ele nunca vá dizer isso, é claro.

"Ele não vai dizer seu nome," Voldemort murmura, olhando para vários pergaminhos na frente dele. "O perpetrador, quero dizer. Acho que ele nunca revelará sua identidade.

"Então, qual é o sentido de todas essas mensagens?" a sangue-ruim pergunta, franzindo as sobrancelhas espessas. "Só para assustar um monte de famílias? Ele fala muito sobre matar nascidos trouxas, mas quem sabe se isso se sobrepõe a crimes reais?

"Não acho que sejam meras ameaças", pondera Voldemort. Ele bate a pena no pergaminho. "É uma espécie de manifesto?"

"Ele está jogando um jogo", declara o sangue-ruim. "Jogando um jogo com famílias inocentes, tentando causar um rebuliço. Tenho a sensação de que ele só late e não morde, no entanto.

"Mesmo assim," Voldemort pressiona, "Como vamos encontrá-los?"

A sangue-ruim franze os lábios. "Deve ser alguém que as famílias conhecem", diz ela. "Alguém que sabe que são nascidos trouxas. Todas as famílias têm filhos com a idade de Hogwarts, não é? Estou suspeitando que pode ser um colega de classe.

Por sugestão dela, Voldemort escreve uma carta ao Diretor Scamander, pedindo-lhe para fazer um discurso em Hogwarts no qual ele declara que se alguém souber quem está enviando essas cartas criptografadas, gostaria de compartilhar informações com o departamento de Aurores - ou melhor ainda, se o perpetrador eles mesmos gostariam de se entregar – eles podem receber um prêmio de quinhentos galeões. Dessa forma, eles descobrem que a pessoa que enviou as mensagens era uma garota chamada Katrina Lyle, ela mesma nascida trouxa.

Voldemort está feliz que o caso acabou, mas ele não está feliz que a previsão do sangue-ruim estava certa.

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Voldemort ainda está agindo. Ele ainda está resolvendo casos, usando disfarces e escrevendo relatórios para o Auror Chefe Roberts. Ele está vivendo um dia de cada vez, e é como se passar por mais um dia fosse uma tarefa em si.

Os retratos, no entanto, adicionaram uma variação à sua rotina. Eles agora estão concordando relutantemente em ajudá-lo com os casos - apenas porque Voldemort não pode ocupar o lugar de Harry sozinho. O traidor do sangue não é muito útil, nem Black, nem o lobisomem. Voldemort ainda detesta falar com Dumbledore e Severus, embora o último seja útil em casos que envolvam envenenamento ou presença de poções.

O sangue-ruim ainda é o mais útil, de longe.

"Acho que descobri por que Harry manteve você por perto," Voldemort reflete distraidamente um dia. É início de março e o sétimo aniversário de Adelaide está chegando. Voldemort está trabalhando em seu cartão de aniversário, decorando-o com flores secas. "Você é um tanto inteligente, para um nascido trouxa."

O sangue-ruim zomba dele. "Um tanto inteligente, para um nascido trouxa?" ela ecoa incrédula. "Meu status sanguíneo não tem nada a ver com meu intelecto. E se você tivesse meio cérebro, você concordaria.