Twenty Three

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Voldemort acorda novamente, com os olhos secos e pegajosos. Ele está na cama de Harry, ele percebe, enfiado com as cobertas até o queixo. Ele se mexe.

"Boa. Sua vez." A voz de Harry é gentil, e quando Voldemort se senta na cama, ele pode ver Harry sentado na cadeira ao lado da cama. Há duas xícaras fumegantes de chá na mesa de cabeceira. "Agora você pode me dizer o que foi tudo isso, ontem à noite."

O olhar de Harry é suave, e Voldemort está enojado ao ver a pena em seus olhos.

PenaEle teve pena de mim, por tanto tempoFoi por isso que ele me tirou do Limbo, não foi

Eu não quero a porra da pena dele!

A garganta de Voldemort está seca quando ele engole, e ele pega uma xícara de chá, envolvendo os dedos ao redor dela para um pouco de calor. Ele toma um longo gole, suspirando. "Eu não preciso te dizer nada", diz ele resolutamente.

Harry franze a testa. "Eu sei que você não precisa", diz ele lentamente, "mas eu agradeceria se você me dissesse."

"O que?" Voldemort estala. "Ou então você vai ordenar que eu te diga, certo?"

O silêncio paira no ar, mas Voldemort pode ver a resposta nos olhos de Harry. Sim .

Voldemort engole outro gole de chá, incapaz de afastar a sensação de irritação sob sua pele. “Eu tive um pesadelo com o Limbo”, ele diz brevemente, deixando de fora os detalhes.

Harry se mexe na cadeira. “Você sonha muito com o Limbo?” ele pergunta baixinho.

A mandíbula de Voldemort aperta com a memória. “Eu sonhei com isso uma vez, antes. Na primeira noite você me fez dormir na sala. Mas o sonho da noite passada foi... pior.

Harry, felizmente, não se intromete mais. Ele ainda tem aquele olhar terrivelmente pensativo em seus olhos, e Voldemort não consegue se conter e não reage com ele. “Vá levar seu complexo de salvador para outro lugar, Potter,” ele rosna, “Só porque eu tenho pesadelos não significa que eu sou seu novo caso de caridade.”

Pelo menos isso apaga aquele olhar triste e suave do rosto de Harry. Sua carranca está de volta, e é familiar. “Você é um idiota, Riddle. Foi você que veio aqui, chorando no meio da noite! Eu estava tentando ajudar!” Ele lança um olhar para Voldemort. “Não é como se você merecesse ajuda, ou qualquer coisa. Em tudo .”

Voldemort olha para ele. "Bem, eu não deveria ter vindo", diz ele com indiferença. "Eu não precisava de sua 'ajuda', de qualquer maneira." 

Harry ri incrédulo. “Agora, eu sei que é um monte de besteira. Você gosta quando eu toco em você.”

Não é uma pergunta, é uma afirmação. Harry diz com confiança, sem hesitação, como se soubesse que é verdade.

A negação surge dentro de Voldemort, mas é rapidamente lavada com o choque.

A verdade é que ele ainda não consegue acreditar o quão transparente ele é para o garoto. Talvez até mesmo tentar manipular Harry Potter tenha sido uma jornada condenada desde o início. O garoto pode ver através de suas mentiras, ver através de suas fachadas que ele achava que eram tão cuidadosamente elaboradas. Pode ver as verdadeiras emoções persistentes sob a superfície de sua máscara.

Let's Cross Over • TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora