Seventy Seven

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"Por que você me fez contar a ele?" Morte acusa, parecendo frustrada. "Ele está sem esperança. Você mesma disse, senhora. Você sabe que ele não tem capacidade para remorso – nenhuma capacidade para amar."

O destino caminha em direção à Morte, sinos tocando a cada passo. Ela está observando Tom agora – observando-o cozinhar em sua cama, no quarto de hóspedes da casa dos descendentes de Harry. Ele está se revirando, parecendo incrivelmente frustrado com sua recente conversa com a Morte no quintal.

Pobre Tom. Ele é tão brilhante – inimaginavelmente – mas foi um produto de seu ambiente. Ele nunca demonstrou amor, nem uma vez em sua vida, e isso o tornou um monstro. Tornou-o incapaz de se arrepender. O deixou muito cego por seu ego, sua busca pelo poder mais alto, para perceber os crimes horríveis que ele cometeu para chegar lá.

"Eu acredito que nenhum ser humano é totalmente sem esperança," Fate diz suavemente. Seu manto de linha vermelha ondula atrás dela. "Ele não sabe, mas já mudou da pessoa que era, antes de entrar no Limbo."

"Harry," a Morte suspira. "Harry o mudou."

"Sim", responde o destino. "Por cem anos, Harry foi seu único conforto. Seu único remédio para a solidão e a dor do Limbo. Quer ele saiba ou não, a lasca remanescente da alma de Tom Riddle é atraída por Harry."

"É por isso," Death resmunga em reverência, "É por isso que ele se conforta com o toque de Harry. E é por isso que ele não pode deixar de salvá-lo, toda vez que Harry está em perigo mortal."

"Sim," Fate responde, sorrindo. "Isso vai contra todos os seus instintos, mas é verdade. Tom Riddle não pode deixar Harry ir.

"Mas não é o suficiente!" A morte exclama. "Ele traiu meu mestre, na Romênia! E se tivesse a chance, Riddle escolheria a si mesmo, e seus objetivos de poder, sobre qualquer outra pessoa!"

"Tudo no devido tempo," Fate murmura. "Tudo no seu devido tempo."

___

"Sério", Harry começa, "O que há de errado?"

Voldemort dá a Harry um sorriso brando e impessoal. "Nada está errado." Ele vira uma página do livro que está lendo, descansando o queixo na palma da mão.

Harry franze a testa. A princípio, ele ficou feliz por Voldemort estar mais retraído e não se concentrar em sua proposta ridícula ou na briga que eles tiveram sobre sua supremacia de sangue puro. Mas as emoções de Voldemort, desde esta manhã, têm sido um borrão de confusão, irritação e pânico. "Algo aconteceu," Harry declara com confiança. "Algo aconteceu, e você não está me dizendo."

"Eu não sei do que você está falando, Potter," Voldemort responde levianamente, sem tirar os olhos de sua leitura.

"A-há!" Harry canta. "Você só me chama de 'Potter' quando está com raiva de mim. Agora me diga, o que é isso?"

Voldemort franze a testa para ele, um sorriso de desprezo cobrindo suas feições. "Não é da sua conta."

"Então algo aconteceu ," Harry diz incrédulo. "Foi – foi um sonho? Uma visão? Era sobre o destino?

Voldemort fecha seu tomo. "Isso não diz respeito a você", diz ele friamente. "Isso gira em torno do meu destino, não do seu!"

"Diga-me!" Harry implora. "Mesmo que esteja girando em torno do seu destino, Tom, isso significa que é sobre nós dois! Você não acha?

O olhar de Voldemort é gelado. "Você achou perfeitamente bom esconder suas próprias conversas com a Morte", ele zomba. "Vocês dois podem falar com mais frequência nas minhas costas. Você não acha que merece ser mantido no escuro também?

Let's Cross Over • TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora