Buchmann

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Olá a todos!! Voltamos bem rápido! Fizemos algumas alterações no ultimo capítulo, mas quem estiver com preguiça de voltar, a alteração feita foi a inclusão do Gabriel na viagem da Carmen, pois tivemos um pequeno lapso de memória hahahaha.

Aproveitem a leitura!

Beijos.


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Isabel


Minha entrada no quilombo não foi nada amigável. Apesar de José conhecer alguns daqueles homens que nos cercavam, os quilombolas não foram nada receptivos. Eles me encaravam e conversavam entre si em uma língua que eu não conhecia. José ouvia atento e mesmo com armas apontadas para ele, rebatia tudo que diziam, o que por muitas vezes deixava os quilombolas mais irritados.

Minhas mãos estavam para o alto e minha arma jogada à minha frente. Sentia o suor escorrer pela minha testa e meu coração bater muito rápido. Olhava para arma jogada a minha frente o tempo todo, qualquer movimento mais brusco eu me jogaria para tentar alcançá-la, mesmo sabendo que teria poucas chances de pegar a arma antes de levar um tiro ou ser atingida por uma das lanças a minha volta.

Foram longos minutos de muita tensão. Nenhum de nós sabia se conseguiríamos sair dali vivos. Pensei em Rafael e Carmen. Ela ainda estava por aí a caminho do quilombo ou talvez já estivesse lá dentro. Meu coração se apertou, pois se não está sendo fácil para o meu grupo, não seria também para o dela. Mil suposições se passaram em minha cabeça e o medo dela estar ferida ou morta me deixou sem ar.

- Agora não... - Pensei e fechei os olhos.

Aquela sensação terrível que passei a sentir depois do ocorrido com o Coronel Antônio, veio com força. Tentei respirar fundo e disfarçar, mas acabei chamando atenção de todos.

- Baronesa... - José me chamou preocupado.

Abri os olhos e tentei com o olhar tranquilizar meu amigo.

- Eles nos levarão até o rei... - Disse aflito.

Um deles abaixou minhas mãos com certa brutalidade e segurou meu braços para trás me empurrando para andar. Fizeram o mesmo com José e Assis. O homem me olhou com medo, mas seguiu firme.

Assim que entramos no quilombo meus olhos se arregalaram com o que vi. Era um lugar imenso e organizado. Muitas pessoas paravam para nos olhar curiosas, assustadas e alguns com certa raiva no olhar. Corri meus olhos atrás de Carmen, Pedro, Joana e Gabriel.

Fui empurrada mais forte assim que chegamos em frente a uma casa grande, bem diferente das demais. Provavelmente residência do Chefe do quilombo.

Nos colocaram em frente a um homem de meia idade, que se levantou assim que nos viu. Ele nos olhava desconfiado e parecia bem irritado. Ele trocou uma longa conversa com os quilombolas que nos receberam e depois voltou o olhar a nós três.

- Sou o Rei Adelabu, chefe desta terra. - Falou sério. Sua postura imponente já mostrava que era diferente dos outros homens. - O que estão fazendo no meu quilombo? - Disse sem paciência.

José se antecipou e depois de uma reverência simples respondeu ao rei na língua deles.

Me deixava nervosa o fato de não ter controle sobre a situação, mas compreendia que eu não seria a melhor pessoa para salvar nossas vidas. O rei me olhou com certa desconfiada e desprezo enquanto escutava José.

- Não é bem vinda aqui! - Disse me encarando.

- Não vim para fazer mal a seu povo, estou aqui para ajudar os meus amigos. - Olhei para Assis. - Me chamo Isabel, sou... - Ele não me deixou continuar.

Carmen y Isabel - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora