Prólogo

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Minha amada Sofía

Estas palavras são difíceis de serem escritas. Sua presença está em tudo que vejo; ainda posso sentir seu perfume e ouvir o som de sua voz.
Consigo ver seu sorriso e sentir o toque de suas mãos quando fecho meus olhos e penso em você.
A saudade que sinto é uma dor constante, e não há um só dia em que eu não pense em você e no quanto eu gostaria que nossa história tivesse tido um fim diferente.
Todos os dias sem você aqui são uma tortura; meus arrependimentos e minha culpa me acusam o tempo todo.
E agora, tudo que me resta são as lembranças dos momentos que vivemos e a dor de sua partida.

Se você tinha mesmo razão quando me dizia que estamos destinados um ao outro eternamente, só posso pedir que espere por mim e prometo dar a você todos os meus dias, todos os beijos que não te dei, todas as músicas que não dançamos, que iremos a todos os lugares que desejamos ir e não fomos, teremos todas as noites de amor que não tivemos, direi todas as palavras que ficaram por dizer.

Me ajude a te encontrar, e eu amarei você por mais uma vida, mas dessa vez permanecerei ao seu lado até o fim.
Me ajude a reconhecer o amor com essa luz que só você tem.
Sentirei sua falta até meu último suspiro e esperarei ansioso pela chance de olhar em seus olhos outra vez.
Espere por mim... uma vez mais...

Para você, onde quer que esteja, com todo meu amor

Lucas

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Onde estou? Que lugar é esse?
Parece um cemitério. Vejo um rapaz segurando um papel, sentado em um túmulo de mármore escuro. Ele chora. Deixa o papel sobre o túmulo, junto com uma rosa, e sai.
Me aproximo do túmulo. Na lápide, os dizeres:

Doce Sofía,
Anjos são breves na terra
Mas deixam o rastro de suas asas por onde passam
São pistas de luz para encontrar o caminho.

Há uma fotografia. Ela se parece comigo, mas de uma época diferente. A roupa e o penteado parecem do século passado.
Não estou entendendo nada.
Mas continuo... Pego o papel e o leio. Sinto um calafrio e uma imensa vontade de chorar.
Eu não vi o rosto do homem; ele estava de costas, mas tive a impressão de conhecê-lo de algum lugar.
"Lucas", esse era seu nome...
Fico tonta, sinto uma dor forte no peito e escuto gritos:

"Corra, Sofía! Corra!"

_ Cecília! Cecília! Acorde! Vamos! Acorde!

_ O que houve, Clara?

_ Você estava tendo outro daqueles sonhos estranhos. Chorava e dizia "Me ajude" e chamava por um tal de "Lucas".
Para onde você foi dessa vez?

_ Eu não sei, Clara. Era um cemitério, eu acho, e vi o túmulo de uma mulher muito parecida comigo.
Havia um homem... Lucas era o nome dele, mas estava de costas. Não pude vê-lo, mas sinto que o conheço.

_ Esses seus sonhos me dão medo, desde que éramos crianças, e parece que a cada dia estão mais intensos.

_ Sim, estão. Sinto que algo muito importante está para acontecer.

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