Capítulo 59 - Bernardo

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Nem acredito que consegui preparar tudo para a surpresa de Cecília.
Foi tudo como desejei que fosse e ela estava tão linda. Estava feliz e radiante, o que encheu meu coração de felicidade.
Cecília não cansa de me surpreender, ela tatuou um pequeno guarda-roupa entre os dedos indicador e médio que só é possível ver quando faz o sinal de silêncio com o dedo.
Disse que é para marcar nossos segredos.
Sua criatividade está em um nível que será difícil alcançar. Mas acho que a surpreendi dessa vez com minha surpresa e isso me fez feliz.
Ama-la me faz feliz, ver que ela se sente amada me faz feliz. Viver tudo isso com ela me faz feliz.
Ela tem passado a maioria de seu tempo livre em minha casa, mas quando ela vai embora o meu desejo é de que nunca precisasse ir e que ficasse aqui para sempre.
Acho que minha casa gosta mais dela que de mim, porque sempre que ela vai embora sinto que tudo fica mais triste e quando ela chega tudo fica mais bonito, feliz e claro.

Marcamos de viajar para o sítio dos pais dela. Quero que ela também conheça os meus, mas decidimos ir primeiro ver os dela.
Estou nervoso e ansioso. E se não gostarem de mim?
Cecília tem tentado me acalmar dizendo que o pai é calmo e simples. Que os dois tem personalidade parecida e que se ela me ama, ele também me amará.
Mas ainda sim, me sinto ansioso.
Tenho trabalhado em projetos em conjunto com amigos da faculdade.
Pedi para não assinar os projetos, assim Otávio não terá como atrapalhar.
Tem sido tão tranquilo e prazeroso trabalhar assim. Me sinto livre para fazer esses projetos e quanto mais feliz me sinto, mais incríveis eles ficam.
Conversei com meu pai também, sobre abrirmos um negócio juntos, ele tem a oficina, mas sempre foi voltado a construção de móveis rústicos. O que penso é em projetar casas, chalés, cabanas rústicas. Ele achou fantástica a ideia e temos conversado muito sobre isso.
Cecília me disse que é de grandes dificuldades que nascem grandes oportunidades. Vejo o negócio com meu pai como uma dessas grandes oportunidades que nasceu de uma dificuldade.
Não sei como não pensei nisso antes, talvez porque estava tão obcecado por ser rico e influente que esqueci das coisas que poderia ter feito e que me trariam mais liberdade e felicidade.
Tudo se tornou tão simples, e agora na simplicidade vejo o quanto essas coisas são mais belas.
Minha mãe ainda não aceita o fim de meu relacionamento com Marcela. O que me irrita bastante.
Sempre que vou à casa de meus pais fico me esquivando dela. As vezes prefiro que meu pai e Bruno venham para minha casa.
Temos passado bons momentos juntos.

Meu telefone toca, é Cecília.

-Oi amor, tudo pronto para a viagem?

- Está sim, acho que sou eu que não estou pronto.

- Ainda preocupado que meu pai não goste de vc?

- Sim!

- Amor, ele já gosta de vc sem te conhecer só pelo tanto que vc me faz feliz.
Acalma teu coração.

- Vai me dizer que vc também não está preocupada em conhecer os meus pais.

- É, estou sim. Mas no meu caso é diferente. Sua mãe é contra o seu término com Marcela e isso me coloca em uma posição nada agradável.

- E mesmo eu te dizendo que isso não faz diferença para mim, vc se sente angustiada, não é?
Então, eu me sinto assim com relação ao seu pai.
Só passando para saber como vai ser, né.

- É! Então vamos fazer isso logo de uma vez.
Vamos visitar os meus pais e depois vamos visitar os seus. E acabamos logo com essa agonia.

- Passo aí daqui a pouco para pegar vcs.

- Ok. Te amo.

- Te amo mais.

Ela ri e eu também. Desligamos.

Pego uma mala, verifico se não estou esquecendo nada e saio para buscar Cecília e Clara.

A viagem até o Sítio foi divertida, como sempre é quando Clara e Cecília estão juntas no carro.
Ao chegarmos, somos recebidos por dois labradores, que fazem festa ao ver Cecília e Clara. Um deles joga Clara no chão e o outro aproveita para pular em cima dela também.
Antes mesmo que ela consiga se levantar.
O pai e a madrasta se Cecília, aparecem.

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