Não vejo Cecília faz dias, ela parece ter desaparecido.
Passei pela rua do apartamento dela e do trabalho várias vezes, não a vi.
Fui a cafeteria na esperança de nos encontrarmos e nada.
As vezes penso que foi um sonho, que na verdade Cecília foi uma criação do meu inconsciente.
Eu desejei alguém como ela, eu a inventei.
Ela nunca existiu, é isso!
Mas se ela não existe, como explicar a falta que sinto de sua presença?
Estou ficando louco.Tenho fugido cada vez mais de Marcela, não consigo disfarçar minha impaciência com suas futilidades.
Ela me cansa.
Sinto falta do sorriso de Cecília, do tom de sua voz aveludada, de seu perfume, da suavidade de sua alma.
De apenas estar na presença dela...Não percebi que dirigia em direção à cafeteria, parece que fui conduzido por meus pensamentos em Cecília.
Estou parado, na porta da cafeteria, dentro do carro, até que de repente a vejo sair.
Saio feito louco e sem pensar direito.
Chamo por seu nome, ela parece não me ouvir:_ Cecília! Cecília! Espere!
Cecília!Ela não para, continua andando.
Então a alcanço e a pego pelo braço.
Ela se assusta, está pálida e gelada.
Por um minuto pensei que fosse gritar.
Mas ao se virar e ver que sou eu, ela me abraça forte.
Se aconchega em meu peito e eu sinto que preciso protege-la de algo que não sei o que é, mas sei que preciso._ Cecília, o que houve? Parece assustada.
Você está bem?Ela me pede que a tire dalí, e eu faço no mesmo instante.
A levo ainda apertada ao meu peito até o carro, abro a porta, a ajudo a entrar e lhe coloco o cinto.Começo a dirigir, estamos em silêncio, apenas o som das músicas que tocam no som do carro e do choro que Cecília tenta disfarçar.
Não quero deixa-la constrangida.
Mas as vezes a olho tentando entender. Sinto meu peito queimar, quero saber quem é o culpado por deixá-la assim.
Sinto que sou capaz de matar essa pessoa com minhas mãos.
Quem seria tão covarde a ponto de deixar uma criatura tão doce naquele estado, como um bichinho acuado e assustado.
Meu coração está tão acelerado, quero fazer algo, quero dizer algo, mas não sei o quê ou como...
Seguro então sua mão que repolsava em seu joelho.
Aperto, quero que ela saiba que está segura comigo.Tento pensar para onde leva-la.
Penso nos lugares que gosto de ir quando preciso fugir dos problemas.
Acho que sei para onde ir...Ela aperta minha mão de volta, minutos depois sinto sua cabeça repousar em meu ombro, sua respiração ficando mais calma, e isso também me acalma.
Seguimos assim pela estrada...
Estamos em paz, uma paz que só sinto quando estou com ela, quando estamos juntos...
Sinto que esperei por esse instante por muito tempo...
Sinto que era ela quem eu esperava...A trilha sonora utilizada para a escrita desse livro e músicas citadas em capítulos estão disponíveis em uma playlist de mesmo nome no Spotify. O link está disponível logo abaixo.
Vc pode ouvir enquanto lê!https://open.spotify.com/playlist/5yZi7RLihaORb1kvti11Ry?si=1P5SW6oASluB4ChRhVQZ8w
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Destinados
RomanceCecília, tem uma vida dinâmica, uma jovem obstinada e corajosa. Acredita que sua vida tem um propósito e está sempre em busca de respostas para os sonhos estranhos que tem desde criança. Seriam eles lembranças de suas vidas passadas, ou premonições...