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A frase dele me fez despertar totalmente e olhar pra baixo, arregalando os olhos

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A frase dele me fez despertar totalmente e olhar pra baixo, arregalando os olhos.

- Michael, meu Deus. - falei horrorizada, dando um passo para trás após botar a mão na calça e senti-la molhar um pouco com o sangue fresco. - Eu estava bem antes de me deitar, tomei banho e tudo. - balbucio, em choque com aquilo.

Ele não me respondeu, apenas jogou um casaco pesado que encontrou na minha mala e abraçou meu corpo enquanto me puxava para fora do quarto.

- Eu vou te pegar no colo Mal, não posso deixar você andar. - ele me ergue como uma noiva, deixando a porta aberta para trás e alguns hóspedes abrindo suas portas para espiarem curiosos aquela pequena comoção.

- Eu consigo Michael, me solte. - nego, tentando fazê-lo me colocar no chão.

- Só para de me contrariar uma vez Mallory, porra! - a voz dele retumbou como um trovão dentro do elevador, demonstrando o quanto ele estava bravo com meus protestos e insistência. - É meu filho também, eu preciso que ele esteja bem.

Não falei mais nada, ele me enfiou dentro de uma SUV branca e aparentemente muito cara, no banco do carona, e passou o cinto com todo cuidado enquanto corria para o banco do motorista e disparava pelo caminho asfaltado até a rua principal.

Eu toquei o painel moderno e o multimídia, colocando em uma estação de rádio para tocar algo de fundo que não fosse o GPS e o som da neve caindo furiosa lá fora. Os limpadores de para-brisas iam de um lado para o outro enquanto eu me remexia no banco, certa de que estava manchando o couro com aquela cor rubra.

- Como está se sentindo Mal? - ele pergunta, o cenho franzido enquanto oscilava entre me observar e dirigir habilidosamente.

Por mais que eu queria dizer a verdade, que estava com medo e que me sentia estúpida por não ter percebido aquilo antes, tudo que eu consegui foi dizer um "tudo bem" baixinho e covarde. A reação dele me puxou pra realidade, aquele em que eu não tenho o direito de tomar todas as decisões sozinha e que sou obrigada a ouvi-lo de vez em quando. Doía no ego ter que admitir que eu agora não era mais autossuficiente, que talvez até mesmo passasse a depender dele para algumas coisas.

Eu já era sozinha fazia tanto tempo, como aprender a conviver com aquela presença estranha?

- Chegamos. - disse Michael, saindo do carro e abrindo a porta pra mim depois de buscar uma cadeira de rodas na emergência e ser seguido por enfermeiras. - Aqui Mal, eu te ajudo.

Dessa vez, por mais que eu queria negar ajuda, mordi minha língua e concordei em silêncio, sendo empurrada para dentro daquele lugar gigante.

Era uma pequena clínica particular com sala de emergência, aparentemente um ambiente frequentado apenas por quem podia viver o lado bom da vida. Eu estava meio estática, fiquei sentada naquela sala em silêncio enquanto o médico me atendia e analisava o que poderia ter de errado comigo. As roupas ensanguentadas foram substituídas por um avental e eu tive que me sentar naquela maca com as pernas todas arreganhadas uma para cada lado do universo logo com Michael ao meu lado.

Contrato: mãe por escolha ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora