26.

5K 407 43
                                    


Mallory me encarou de modo furioso, o peito subindo e descendo rapidamente por sua respiração ofegante, resultado daquilo que fazíamos a poucos segundos arás

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Mallory me encarou de modo furioso, o peito subindo e descendo rapidamente por sua respiração ofegante, resultado daquilo que fazíamos a poucos segundos arás.

- Não podemos fazer isso, não estou usando proteção. - dou um sorrisinho sacana, brincando com ela.

- Eu já estou grávida! - ela arregala os olhos e abre os braços de modo exasperado, indignada.

- Eu sei, só quero ter certeza de que isso é algo que você quer mesmo. - beijo-a de leve, arrancando outro suspiro de seus lábios. - Não posso fazer isso a menos que seja algo que você queira.

- Eu quero. - a voz dela é baixa e controlada, necessitada.

- Então hoje eu vou ser seu. - respondo-a, tirando o resto de nossas roupas.

E de novo, as coisas que ela consegue fazer, que ela faz... São enlouquecedoras.

Eu me esforço para acompanhar o ritmo de sabor que ela dita ao que faz, me fazendo salivar cada vez que os seus olhos encontram os meus e ela chama pelo meu nome. Mallory era fogo, era incêndio, eu acho que precisaria ser dono de um batalhão de corpo de bombeiros para apagar aquilo tudo em uma noite só. Tudo que eu via em minha frente era uma deusa, um ser divino que eu precisava cultuar com todo o meu coração, e foi o que tentei fazer. Satisfazê-la era como ir ao céu, depois que você o fazia uma vez não tinha volta para o mundo dos mortais. Era tudo sobre Mallory, para ela e por ela.

- Você é viciante. - ofego ao pé de sua orelha, beijando-a outra vez.

Meus dedos exploravam seus fios macios, pegando-os por detrás de seu pescoço, a outra mão apoiada no colchão para que meu peso não a tocasse além do necessário. Eu era firme, queria que ela sentisse aquele ardor que eu sentia também não através de palavras, mas sim de gestos.

- Não diga que me ama, senhor Corleone. - ela sorri, soltando um som de prazer ao final da frase.

- É poderoso chefão pra você, mocinha. - brinco, vendo seus olhos adquirirem um brilho de luxúria. - Respeite o seu Don Corleone, sim? - intensifico as coisas, dando o que eu imagino que ela procurava.

Forte.

As sacanagens e palavrões que saíram da boca dela depois disso não foi brincadeira, motivo de censura em horário nobre da televisão. Quando pensava que nunca seria possível fazê-la se satisfazer, aquele momento chega e só então eu mesmo me permito descansar também. Nós dois ficamos um ao lado do outro, ofegantes ao extremo.

Não sei exatamente quanto tempo depois, mas o silêncio absoluto até então também era reconfortante, ela se virou e me encarou. Os olhos castanhos-esverdeados tinham um tom mais de verde-musgo do que de dourado - como nos dias de sol intenso e radiante, e a boca corada de rosa por conta das nossas atividades obscenas desenharam um sorriso tímido antes da sua primeira palavra sair.

- Foi melhor do que eu me lembrava.

Ri.

- Vai me por pra estrelar outra vez no seu perfil? - arqueio uma sobrancelha, pedinchão.

- Então esse vai ser o nosso lancinho de casal? - seu braço passou a apoiar a cabeça, os cabelos jogados para trás. - Nós nos aventuramos e contamos em segredo para o mundo? Inspirando outras pessoas a terem uma noite à sós, dois ou três, revolucionária.

- Contanto que você descreva esse fantástico personagem como "o maior pauzão que eu já vi na vida", pra amaciar meu ego, por mim tudo bem.

Ela gargalhou, rolando os olhos.

- O maior, é?

- Talvez o menor? - brinco, arrancando outra risada dela.

Eu a beijo outra vez, simplesmente por querer e por que parecia certo beijá-la agora - e talvez pra sempre.

- E agora, como é que vai ser? - Mallory parece preocupada ao mesmo tempo em que está serena, a pergunta é feita baixinho. - Dois meses atrás eu não seria nada sua jamais, eu mesma disse isso, e hoje estamos nós dois deitados um ao lado do outro depois de... disso. - ela deu de ombros de modo tímido, desviando da palavra em si.

- O que você quer dizer de verdade?

- Que nós temos data de validade. - ela me relembra daquilo como um soco no estômago, me fazendo engolir em seco. - Nós assinamos um contrato e eu nem mesmo pegaria seu sobrenome no dia do casamento. O que nós temos direito ou não de fazer até lá?

- Nós podemos fazer o que quisermos, podemos tentar dar certo e fingir que esse acordo não existiu. - respondo-a, voltando novamente meus olhos para o rosto dela. - É isso que você quer? Você quer tentar ter algo comigo de verdade?

Ela rola para um lado e depois volta para sua posição, demonstrando incerteza.

- Eu não quero me magoar, não quero colocar expectativas em cima de algo que pode acabar dando em nada.

- Não são assim todos os relacionamentos? - arqueio a sobrancelha.

- Mas é diferente, em todos os outros relacionamentos que estão começando talvez não existam filhos em jogo, pressões. - a razão dela é avassaladora, me faz revirar o estômago por alguns segundos. - Se a gente magoar um ao outro, podemos acabar magoando nosso filho mais tarde por não sabermos ser maduros por conta do nosso relacionamento que não deu certo.

- Odeio que você está sempre certa. - arfo, olhando para o teto.

- Então o que vamos fazer, se eu estou certa?

Tem expectativa na voz dela, eu sinto isso.

- Foda-se Mal, vamos tentar mesmo assim. - avanço para o lado dela novamente, tocando seu antebraço. - Nós somos dois adultos que sabem o que querem. Você vai ser mãe do meu primeiro e único filho e não há nada no mundo que eu queria mais do que ser mais do que só o pai do seu.

Ela pega minha mão e envolve nas suas, trazendo para debaixo de sua bochecha.

- Não quero que você pense assim só por causa disso, quero que pense nisso por que gosta de mim. - ela diz.

- Eu não vou dizer que te amo, e não vou mentir sobre isso. - falo, sendo sincero. - Mas eu gosto de você Mal, gosto cada vez mais. Não quero iludir você, mas vamos explorar essa possibilidade. Não posso desistir antes mesmo de tentar.

Com um beijo ela me cala, impedindo de falar qualquer coisa além disso.

Nós adormecemos nos braços um do outro, uma sensação de paz e tranquilidade cercando o sono de ambos. Aquilo não era amor, talvez não ainda, mas poderia ser.

Contrato: mãe por escolha ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora