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- E-eu não posso mentir Michael, não posso

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- E-eu não posso mentir Michael, não posso.

Mesmo depois de toda aquela explicação, ainda sim eu não consegui sustentar a personagem diante da família dele.

Nós estávamos sentados no restaurante, comendo um zilhão de coisas deliciosas que os pais deles pediram, e no meio da conversa, quando a mãe dele me olhou e foi claramente gentil e feliz por saber que o filho se casaria outra vez. Eu simplesmente me senti uma monstra, uma pessoa horrível e medrosa demais, eu não conseguia sequer sustentar o olhar dela por saber que eu a estava enganando.

- Como assim Michael? - questiona o pai dele, deixando o guardanapo de pano em mãos enquanto a depositava na mesa lentamente.

- Eu não sou noiva do Michael, senhor Corleone. - fechei os olhos com força, envergonhada. - E nem sequer o namorei. A verdade é que eu engravidei dele depois de uma única noite, eu nunca havia visto ele na minha vida.

- Michael! - brada o homem, arregalando os olhos.

- Estava na cara Vicenzo, por favor. - Maria bebe um gole de seu vinho, desapontada. - Mas eu agradeço a sua sinceridade querida, quando nosso próprio filho não pode fazê-la por nós.

- Mallory... - sibilou ele, apoiando a cabeça nas mãos.

- A gente não precisa mentir pros seus pais Michael, eles precisam saber da verdade. - eu o olhei, engolindo em seco. - Olha, eu sei que pode parecer ridículo, mas eu sequer me lembrava dele. O nosso encontro depois de tudo, quando eu já estava grávida, foi puramente coincidência. Até onde eu sei, se eu não tivesse escrito por mais meia hora antes de sair de casa em um surto de inspiração, nós nem teríamos nos encontrado outra vez. - umedeci os lábios. - Eu não sei como justificar o que aconteceu, por que só aconteceu.

- Você é uma vergonha pra essa família Michael! - Vicenzo aperta o guardanapo, furioso. - Mentir pra mim e para sua mãe é a pior dos seus erros, eu nunca foi tão tremendamente decepcionado quanto hoje.

- Papa, eu não sabia que isso ia acontecer. - Michael se justifica, ficando encolhido como um garotinho medroso. - O senhor sabe o quanto eu sempre quis filhos, mas nunca consegui. Eu tinha desistido disso naquela noite, não via mais sentido nas coisas, e então isso aconteceu. É um milagre. Mamãe a senhora sabe o quanto eu sofri quando o médico disse que eu nunca poderia ter filhos.

- Isso não justifica mentir pra mim e para o seu pai. - Maria arfa. 

- Ele disse que precisava disso, algo sobre herança e as empresas de vocês. - sussurrei, remexendo o prato sem vontade. - Que os sócios só vão reconhecer um filho legítimo.

Vicenzo se recostou novamente na cadeia, observando Maria de lado.

- Pelo menos você tem juízo, garoto. - Vicenzo finalmente larga o guardanapo, soltando uma golfada de ar. - É verdade, pelo menos isso é verdade. Os demais membros do quadro não vão reconhecer um filho ilegítimo, nunca vão deixar nada para nosso neto Maria.

Contrato: mãe por escolha ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora