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Eu tive uma enxaqueca terrível na manhã seguinte, e acordei sem lembrar de onde havia amarrado o meu bode na noite anterior

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Eu tive uma enxaqueca terrível na manhã seguinte, e acordei sem lembrar de onde havia amarrado o meu bode na noite anterior.

Tomei café e passei um dia normal na empresa, atualizando de vez em quando o perfil de Mallory na plataforma de romance na espera de uma resposta que não veio. As minhas suspeitas eram de que as coisas poderiam ser meio nebulosas entre nós depois de Caesar, e que a forma como falamos sobre ela pode tê-la ofendido. 

Ela não atualizava a página faziam duas semanas, e quando a notificação apareceu em minha tela eu simplesmente ignorei a reunião em que estava e me botei pra ler o que ela havia postado. Era um conto sobre um homem... loiro? Dessa vez eu não esbocei reação nenhuma, apenas rolei furiosamente toda a leitura ao constatar que ela havia escrito sobre Caesar Zluhan e como ele conheceu Mariana em um baile beneficente e terminaram a noite na cama dele. Algo me corroía por dentro ao ver como o público dela elogiou a caracterização da personagem, de como ele era "romântico" e odiava joguinhos.

Sabe quem mais odiava joguinhos? Eu!

Passei o resto do dia azedo, pensando como talvez Mallory fosse levar a sério a data de validade do nosso contrato e começasse a cultivar romances antes disso. O que francamente era uma facada no peito e me fazia sentir menos capaz do que qualquer outra coisa no mundo. Nós teríamos o jantar de apresentação do nosso noivado essa noite, e eu iria buscá-la em breve. As nossas famílias estariam lá, assim como jornalistas seletos e alguns conhecidos da alta sociedade, tudo não passava de mera formalidade.

Era palpável que algo estava diferente no momento em que ela entrou no S.U.V blindado, guiado pelo nosso motorista particular.

- Está tudo bem? - perguntei pra ela, tendo um deja-vú da noite anterior.

- Só estou um pouco cansada. - me responde, tocando a barriga e bebendo seu suco de melancia natural. - Merda, isso aqui é viciante.

- Vamos tirar uma foto, pra usar de perfil nas minhas redes sociais. - digo, tomando uma iniciativa até então ousada.

- Pensei que nós não fazíamos esse tipo de coisa. - os olhos dela se arregalam.

- Vamos lá, vai ser legal. - passo meu braço por detrás de seus ombros, aconchegando as maçãs do rosto por cima de seu cabelo.

Quando quase desisti ao notar o lampejo de desconforto dela, um sorriso tímido escapou e uma de suas mãos tocou meu braço e ela aconchegou o rosto em meu ombro.

- Ficou linda, queria ser assim também. - brinco, olhando a foto.

- Pode pegar essa barriga toda pra você então. - ela aponta, pegando o suco outra vez.

- Já tenho a minha própria. - respondi, chegando perto da orelha dela. - Sabia que dizem que as costas da gente foram feitas pra ter uma curvatura que se encaixa perfeitamente com a barriga do seu amor verdadeiro?

Contrato: mãe por escolha ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora