8.

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- Isso é loucura

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- Isso é loucura

- Case comigo Mallory. - repete ele, me ignorando. - É a minha única chance de ser presente na vida dele, não tire isso de mim, por favor.

- Eu ainda quero achar alguém que me ame Michael. - falo, exasperada. - Eu amo o amor, amo estar apaixonada e ter um relacionamento recíproco. Ainda tenho esperança de que vou achar a pessoa certa um dia.

- Não vou te proibir disso Mallory, nunca. - a sua voz parece séria, grave. - Você pode continuar paquerando, tendo casinhos ou qualquer coisa do tipo. Eu não quero sua fidelidade, não seremos marido e mulher de verdade, só quero o meu filho perto de mim.

- Preciso pensar nisso. - respondo, querendo acabar com aquela conversa de uma vez.

- Você tem três dias. - Michael para o carro e tira a chave da ignição, o manobrista esperando-o sair do lado de fora. - É a data da sua consulta, quando vamos saber o sexo do bebê. Três dias Mallory, é a data limite.

- Você fala e impõe coisas como se mandasse em mim. - me viro pra ele, batendo no painel. - Eu nunca posso dizer sim porque deve ser bem pior viver com você querendo brincar de general todos os dias.

- Estou tentando ser legal há semanas, mas você não me dá escolha. - ele bate o dedo no volante, mas não levanta sua voz. - Só me contraria o tempo todo, a única vez que te vejo ficar em silêncio e não me ofender foi hoje mais cedo. Acha que eu quero conviver com alguém assim também?

- Ah, vai se ferrar. - abro a porta do carro, voltando para o quarto.

Não consigo mais dormir depois daquilo, arrumando as malas, tomando outro banho e indo embora com o táxi que chamei logo na primeira hora da manhã.

Chegando em casa, soltei a mala no canto e me joguei no sofá, irritada com tudo aquilo. Eu só queria uma vida simples, uma vida zen. Como foi que eu havia chegado até ali? Vivendo aquele monte de coisa complicada?

Eu sentia o meu coração se apertar no peito toda vez que pensava em como eu estaria para sempre longe do meu filho

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Eu sentia o meu coração se apertar no peito toda vez que pensava em como eu estaria para sempre longe do meu filho.

Tem gente que não tem dinheiro, tem gente que não tem tempo, tem gente que não tem vontade, ou uma infinidade de combinações, mas eu tinha tudo, tudo! Eu queria aquela criança, queria como nunca quis nada antes, e logo quem vai ser mãe do meu único filho? Uma desconhecida. Pode parecer que eu não ligo muito pra essas coisas de sentimento, e não é que eu não ligue, é que eu não sei como voltar a ficar de pés depois da minha ex-esposa.

Nós éramos um casal perfeito, eu e ela nos entendíamos tanto. Ela era o coração e eu era a mente, quando me faltavam palavras era ela quem me dava cobertura, nós dois tínhamos tanto pra dar certo. Até eu não conseguir aguentar mais a decepção dela toda vez que via um negativo no teste de gravidez, sabendo que eu estava segurando o maior sonho da vida dela em minhas mãos de forma egoísta por querer que fosse pra sempre aquilo que nós tínhamos. Se pra mim era dolorido ver que nada dava certo quando tentávamos ter um filho, como seria pra ela? Eu simplesmente não podia continuar fazendo aquilo com Valéria, não quando eu acordei uma madrugada e a peguei chorando baixinho segurando um teste de negativo.

Foi assim que o nosso casamento acabou, sem ressentimentos e com uma vergonha enorme dentro de mim por ter falhado por tanto tempo em tentar dar o mínimo pra ela.

Se eu disser que o romance dela e de Marge um ano depois, com uma menina à caminho, não me enciumou eu sou um tremendo mentiroso. Eu ainda amava Valéria, talvez nunca ame alguém tanto quanto a amei, e foi difícil vê-la tão feliz nos braços de outra pessoa. É claro que aquele papo de sermos amigos não deu certo, conforme eu a encontrava esporadicamente nos eventos, o meu sentimento de rancor ia crescendo, e não era isso que eu queria pra nós dois.

- Mich, ei. 

Observo Suzanne entrar em meu escritório, trazendo uma xícara de chá pra mim entre as mãos.

- Oi Suzie. - suspiro, afundando na cadeira.

- Trouxe pra você, achei que fosse precisar. - ela deposita a xícara na minha mesa, gentil. - Já liguei pra todos os nossos amigos no mundo do glamour, estão retirando as matérias sobre a gravidez da Mallory do ar ainda hoje.

- Obrigado Suzie, você é o meu anjo. - beberico um gole mínimo, enchendo o copo com açúcar e balançando a colher de um lado para o outro. 

- O Leonel disse que você está encrencado com ele, escondeu a gravidez de nós. - brincou ela, se sentando em minha frente.

- Sabe Suzie, eu nem sei como vou lidar com as coisas de agora em diante. - confesso, soltando um arfar pesado. - Já começou a pressão da diretoria, aqueles sanguessugas. Estou me sentindo em uma panela de pressão.

- Por que não convida ele pra irem até o estádio ver o jogo desse final de semana? - sugere Suzanne,  animada. - Oh Mich, ele tem sentido muito a sua falta. Você andou sumido.

Leonel era o marido dela e um dos meus melhores amigos, talvez o único.

- Estou esperando uma resposta muito importante da Mallory esse final de semana. - eu penso na minha proposta e em como a joguei contra a parede, mas era minha única opção agora. - Ela já negou tantas vezes, eu realmente estou achando que não vai ter jeito de convencê-la.

- Ela vai aceitar Michael, não se preocupe. - Suzanne se levanta, alinhando seu terninho. - É uma mulher inteligente. Deixei o contrato pronto, por precaução.

- Aí Suzanne, você vai me matar ainda. - afrouxo a gravata, vendo-a dar uma risadinha ao sair da sala em seguida.

No final do dia, eu me sento em casa e pego o telefone, a minha mente nem pensou antes de ligar para Valéria pois ela era a única pessoa que poderia me ajudar a fazer aquilo.

- Michael?

- Val, oi... - cumprimento-a, espalmando as mãos no balcão de mármore. - Eu estou precisando uma coisa, mas não tenho ninguém pra me ajudar com isso.

- Claro, eu te ajudo sim. - ela responde, fazendo barulhinhos estranhos com a boca do outro lado do telefone. - O que você precisa.

- Então, eu não sei se você já soube mas... eu vou ser pai. - conto a novidade, umedecendo os lábios enquanto ansiava no fundo por uma resposta dela.

- Aí meu Deus, Michael. É mesmo? - Valéria parece surpresa e chocada ao mesmo tempo, e eu quase podia ver o olhar dela brilhando. - Meus parabéns Michael, meu Deus! Isso é muito bom Michael, estamos muito felizes por você. Nero te mandou parabéns também.

- Manda um abraço pra ele. - falo, sorrindo. - Então, eu preciso da sua ajuda pra comprar algumas coisas pro bebê.

- Claro, com certeza! Amanhã nós nos encontramos naquele café, perto das dez, pode ser?

Contrato: mãe por escolha ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora