Capítulo 10

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                                      Gabriel Lessa

Saio de casa com um suspiro. 

Mais um dia desgraçado em minha vida fudida.  

Finalmente chegou o fim de semana, o único dia que dou corda solta ao demônio dentro de mim.

Eu costumava matar todo dia nos primeiros anos.

Eu não tinha nenhum controle e fazia qualquer coisa para preencher o vazio dentro de mim. Massacrei famílias inocentes, torturei e sadomizei centenas de pessoas.

Tudo para calar a voz dentro de mim que me chamava de aberração, que clamava por morte e defloracao.

Eu saía as ruas escuras e esperaria uma alma viva que sentisse medo de meu rosto, ou repulsa. Após cometerem o erro de me julgarem por minha aparência, eu os mostrava o verdadeiro sentido de medo. Minha aparência não é nada comparado a feiura de meu interior. Hoje não estou me sentindo totalmente um predador.

Estou lento e desatento.

Deixei duas prováveis vítimas seguirem seu caminho sem ao menos segui-las.

Uma delas tinha a pele clara e os cabelos escuros como o carvão.

Natasha.

No momento que seu nome vem em minha mente eu me repreendo.

Que porra estou fazendo pensando naquela maldita? 

Toda a semana eu a evitei depois de mostra-la minha face e ver que ela é como todos os outros com medo de minha aparência, para que? Me sinto como um tigre enjaulado, estou impaciente pra karalho por toda a semana.

Só uma caça com direito a assassinato e quem sabe torturas leves, poderia melhorar meu humor agora.

Ou não? Finalmente desisto de tentar hoje, estou pensativo demais e sei que isso não é um bom começo.

Minha mente tem que estar totalmente focada ou posso cometer algum deslize, e isso é o que eu não posso permitir. Nunca me descobriram até hoje, e quero continuar no anonimato.

De volta a floresta, vou em direção ao lago não muito longe de minha casa para fumar.!

Esse foi um dos maiores motivos de eu escolher esta área específica para morar.

A quietude da floresta, e suas enormes árvores, que para algumas pessoas fracas diriam ser feias ou assustadoras. Na minha visão distorcida esse é um belo lugar.

Perfeito para jogar os corpos de vítimas ou apenas para pensar.

Vejo meu reflexo refletido nas águas esverdeadas. Como sempre estou com o rosto refletindo horror.

"Vá falar com ela, você precisa falar com ela".

Meu demônio sussurra.

Mais surpreso do que já estive, escuto a voz que fala dentro de mim mandar eu falar com a garota.

"Eu a quero".

"Ela é minha para machucar, minha para ter..."

Arregalo os olhos.

A voz nunca quis alguém antes.

Sempre me mandou matar, mutilar, torturar... mas falar com uma mulher insignificante?

Estou estupefado.

Ao mesmo tempo, sinto um calor em minhas veias, uma euforia, como sempre sinto antes de uma caçada. Sem ter escolhas, volto para casa com uma nova respetiva em mente esperando encontrar a ratinha fazendo suas muitas tarefas que coincidentemente encontrei para ela. 

E pela primeira vez hoje eu sorrio com vontade.

[...]

Entrei em casa e pela primeira vez não um silêncio mortal.

Se essa garota fugiu de mim... rosno.

Maldita! Ando rapidamente pelos cômodos da casa, minha fúria aumentando cada vez mais que não a encontro.

Ouço um leve barulho, quase imperceptível vindo do banheiro.

Caminho naquela direção com minha fachada em direção lenta.

O que me faz apressar o passo.

Natasha está caída no chão, seus olhos fechados e com aspecto doentio.

O fedor de vômito está por todo o lado e posso que ela estava vomitando na privada e provavelmente como força.

ㅡ Mas que porra é essa? ㅡ Exclamo. Toco seu rosto e está pálido e febril. — Merda, Natasha. Que porra aconteceu aqui? ㅡ Um sacudo sem respostas. ㅡ Vamos la garota, não seja tão molenga. ㅡ Reclamo.

Seus olhos continuam fechados e sua pele está tendo calafrios. Dou um tapa em sua cara pra ver se assim ela acorda e obtenho sucesso.

Seus olhos abrem um pouco mas estão vagos e não focados.

ㅡ Gabriel.. ㅡ Sua voz é fraca.

ㅡ O que aconteceu aqui? Você comeu alguma coisa que não caiu bem? ㅡ sem entender.

Seu rosto ainda está muito pálido e ela se vira pra vomitar.

Ai credo.

ㅡ U-ma aranha. Ela... me picou... doi tanto! ㅡ Ela chora.

ㅡ Uma aranha? Como ela era? Seus olhos fechados novamente. — Merda, Natasha. Acorde! ㅡ  A sacudo. ㅡ COMO ERA A FUDIDA ARANHA?

ㅡ Preta... Eu acho... e... grande... picou meu... pé.

Procurei a marca em seu pé e encontro o ponto onde a picada foi dada. Um grande círculo vermelho se formou e estava claramente inchado.

ㅡ Merda! Nesse momento ela pega meus ombros e se aproxima fracamente.

ㅡ Eu estou com... medo, Gabriel... Meu.. coração está doendo.

Nesse momento eu sinto um calafrio.

Não sei o que fazer!

Eu sou bom em matar pessoas, não em ajuda-las, merda!

ㅡ Natasha, escuta... Eu vou te... ajudar, ok? Só... então... calma aí?! Você vai ficar normal novamente.

A levanto em meus braços, ela não pesa nada e sua cabeça está pendente pro lado. Corro em direção ao meu quarto sem pensar. A coloco na cama e procuro como um louco em meus remédios se tem algo pra ela.

Anti-noites perdidos, Remédios pra dormir, Boa Cinderela...

PORRA ACHO QUE ELA NAO PRECISA DE NADA DISSO!

Volto para cama.

Ela está tremendo e respirando rapidamente.

ㅡ Trarei um cobertor. ㅡ Falo mais pra mim mesmo do que pra ela.

Depois de cobrir o corpo com um de meus meus, sinto um inútil por não saber o que fazer pra ajudar-la.

Ela vai morrer.

mordida de uma aranha sem cuidados pode levar a morte. Quando não quero isso, não quero isso. É a primeira vez que moro com alguém depois... deles, e essa garota pode ser uma idiota sensível, mas eu me acostumei a ela, diria que mais do que apenas me acostumar, mas não posso pensar ISSO agora Ela vai acabar tendo um maldito ataque e eu ficarei sozinho de novo.

ㅡ Natasha... NATASHA. ㅡ Chamo sua atenção, ela olha pra mim com os olhos marejados. ㅡ Eu irei sair...

__ NÃO. ㅡ Ela protesta.

ㅡ Escuta! Eu vou rápido, tenho que te fazer alguns remédios eu não sei... mas posso não ficar aqui, se eu você vai morrer, entendido?! — Responda firmemente.

ㅡ Tudo bem... ㅡ Ela sente uma nova dor e faz uma careta. ㅡ Espere! Paro no caminho e a olho. ㅡ Eu... eu não tenho medo de você, Gabriel. ㅡ E desmaia novamente.

Fico parado e pisco varias vezes por um momento, e pela primeira vez sinto algo que pensei que nunca sentiria novamente... Meu coração.

A prisioneira - Fluxo BakOnde histórias criam vida. Descubra agora