PRÓLOGO

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"Eu corria desesperadamente, olhava para trás a todo o momento para tentar ver se ele estava muito perto.

Aquele lugar era mais macabro do que eu pensei, havia árvores e mais árvores pra todo lado.

Estava escuro e dava uma aparência de filme de terror.

Eu já nem sabia pra que lado ir ou se devia correr ou me esconder pra me proteger da fúria dele.

Podia ouvir o barulho dos passos dele rápidos logo atrás de mim e o som de sua respiração alta pela corrida, mas o que prevalecia era o som das batidas do meu coração disparado, estava Disparado pelo esforço da corrida, pelo medo, pelo receio de ser pega...

Eu sentia meu estômago contrair me mostrando que meu medo estava em níveis altos, eu suava frio e tinha a sensação que nem sabia se estava respirando.

Corro o mais rápido que posso, mas sei que o meu rápido não é tão rápido quanto ele.

Paro e coloco minhas mãos no joelho pra tentar me acalmar.

Olho pra todos os lados tentando achar uma saída, alguma saída que me leve pra bem longe dali, algo que me leve pra linha de chegada...

Algo que me salve dele.

Me escondo entre os grandes arbustos e espero.

Sei que ele não vai me perdoar pelo que fiz.

Eu não sei por que fiz isso, estávamos tão bem, mas meu senso de humanidade me fez intervir.

Essa era a única regra:

Não intervir seus "negócios".

Agora me tornei parte deles novamente.

ㅡ Não adianta se esconder ratinha, você sabe que eu irei te encontrar. ㅡ Ouço sua voz estrondosa.

Fecho os olhos.

Sim, eu sei que ele vai.

Houve um tempo em que ele só me chamava assim:

"Ratinha"

"Rata"

Devia-se ao fato de que ele me considerava fraca ou insignificante.

No começo eu o odiava por me chamar assim, mas depois... se transformou em um apelido carinhoso que ele mantinha por mim.

Mas não há nenhum carinho em sua voz agora.

Ele vai me encontrar!

Ele só está brincando comigo, como fez com os outros, atormentando-os, fazendo com que suas presas se sintam encurraladas, até o auge do desespero.

Ele tá fazendo eu me iludir com a esperança de que eu consiga fugir.

Ele acha todos e os massacra um por um.

Medo!

O que eu tô sentindo!

Ele gosta de sentir o medo de suas vítimas.

ㅡ Por que você teve que se meter no que eu faço, Natasha?! ㅡ ele grita.

Ele tá com raiva.

Muita raiva.

ㅡ Você sábia como isso seria! Você percebe o que você tá me obrigando a fazer? ㅡ Exclama mais alto ainda me assustando mais ainda.

Eu sei o que fiz e não me arrependo.

Lágrimas quentes derramam sobre meu rosto, saem como se fossem um chafariz.

Eu sabia que estava perdida.

Ele iria me pegar e iria fazer o que não fez no
começo.

Eu só estou alimentando sua fúria, mais e mais.

Ele vai me matar ! ".





A prisioneira - Fluxo BakOnde histórias criam vida. Descubra agora