Capítulo 07

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                                  Gabriel Lessa

Depois de esquartejar e jogar seu corpo em um lago próximo, estou indo para casa.

Nunca deixo rastros.

Aprendi isso a muito tempo atrás.

Minha casa está centralizada no meio de uma floresta da pequena cidadezinha de merda onde eu moro.

É um lugar pacato, longe da mídia e com pouca fiscalização da polícia.

Perfeito para mim.

Eu preciso de descrição para fazer o que faço. Faço todo o caminho a pé, e quando chego ja é noite. Nesse momento meu estômago ronca e penso em natasha e se ela preparou algo para gente.

Eu nunca admitiria em voz alta mas é bom estar na companhia de alguém que não vou matar, de vez em quando. Ela não me irrita ou me desobedece e nem é uma puta mimada.

Quando eu soube da existência dela, e que ela foi rejeitada pelos malditos pais dela também, eu sabia que ela era perfeita.

Seu único defeito é sua bondade.

Mas isso pode ser mudado também.

Destranco a porta da entrada de minha casa sem esforço.

São preciso três chaves diferentes para cada cadeado que as guardo comigo todo o tempo. Antes de entrar coloco minha máscara preta para não assusta-la. Ela ainda não está pronta para me ver e isso só a apovoraria.

Quando eu a uso ela não sente medo de mim

ㅡ Você voltou. ㅡ ela diz o óbvio. ㅡ Eu..eu não sabia se podia ligar a TV sem você. ㅡ Explica.

ㅡ Fez o jantar? ㅡ perguntei.

ㅡ Sim, está na geladeira. Ah, e acabou os ovos... ㅡ Avisa.

Dou um curto aceno e vou em direção a cozinha, estou com uma fome da porra Como devagar pois sei que ela está atrás de mim provavelmente pensando no que fazer agora.

Ela é tão malditamente medrosa, que as vezes me dá no saco.

Termino e me levanto. Olho em sua direção.

Quer que eu coloque sua roupa pra lavar agora? ㅡ Ela pergunta e posso perceber na sua voz que ela quer isso também.

Então ela gostou de me ver sem camisa, hein?! - OK.

ㅡ Dessa vez eu a tiro mais demoradamente, olhando pra ela.

Seus olhos estão fixos em minha pele exposta, rosto está vermelho pelo acúmulo de sangue e seu rosto naquela região quando ela "cora". Caminho em sua direção apenas em minhas calças e me aproximo de seu corpo.

Ela está com os olhos arregalados agora e os lábios entreabertos. Ela parece muito inocente em sua comparação a mim.

Sua cabeça mal alcança meus ombros e sei que se eu quisesse força algo com ela, eu conseguiria sem esforço.

Mas isso nao parece ser necessário.

Incrivelmente ela parece estar tão afim quanto eu, suas mãos tocam timidamente meu peito, a princípio com medo da minha reação, e depois mais livremente quando percebe que não à afastei.

Quando ela calmamente traça o dedo numa mancha de sangue que ainda estava em meu peito eu desisto de resistir.

Eu a puxo para um beijo.

A prisioneira - Fluxo BakOnde histórias criam vida. Descubra agora