CAPITULO 36

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Natasha

Dançamos.

Dançamos até minha respiração se tornar ofegante.

Até as borboletas em meu estômago se triplicarem e meus pensamentos se desvanecerem a ponto de sentir que não havia ninguém além de nós.

Abraçada possessivamente por seus braços fortes enquanto nos moviamos no ritmo da música, eu não poderia me sentir mais amada.

Fecho os olhos ao sentir seus lábios se apossarem dos meus.

O beijo foi diferente de todos os outros.

Com uma sensualidade masculina sua boca fechou-se sobre a minha com avidez.

O retribuo com a mesma paixão, sentindo me embriagada por seu toque, sua boca, sua língua voraz.

Em seus braços eu me sentia totalmente a mercê de seus desejos.

Vagamente percebo que estamos parados, não mais em um ritmo lento envolvente da canção.

Novamente o salão é preenchido pelas ovações e uivos ao encerrar de outra música.

Eu não teria notado que a música havia acabado se não fosse por aquela euforia que explodiu ao nosso redor.

Seus lábios são tirados dos meus repentinamente e na mesma hora sinto a falta deles.

Decepcionada percebo que o momento havia se acabado tão rápido quanto iniciou-se.

Sem dizer nenhuma palavra Gabriel me solta e vira-se apressado me deixando com cara de idiota perguntando-me para onde ele poderia ter ido, meus lábios ainda molhados de seus beijos a momentos atrás.

Ele não iria embora assim do nada! penso, franzindo o nariz quando o perco na multidão.

Enquanto isso, o Dj acalmara o público e ja tinha voltado com a programação normal.

Algumas pessoas cansadas saíram da pista de dança dando lugar a outras novas que chegavam naquele momento.

Elevo minha cabeça procurando pelo Gabriel mas a falta de iluminação não ajudava muito.

Começo a me sentir nervosa.

Com um mal presságio.

Fico parada ali, assustada demais para me mover.

Droga Gabriel!

Onde você está?

Forço meus músculos a se moverem mas é como se eu estivesse petrificada por um medo paralisante e sem sentido.

Dentre o som alto do recinto escuto um murmúrio desesperado que gela meu sangue.

ㅡ Natasha.

Arregalo os olhos aterrada.

Aquela voz...

Com os olhos arregalados eu tentava procurar o dono dessa voz tão familiar, mas tudo que eu via era vultos mal iluminados.

A maldita escuridão!

O rogo voltou, chamando meu nome repetidamente.

Só havia uma pessoa que possuía aquele timbre de voz tão suave e amigável.

Miguel.

Miguel está aqui.

Vivo.

Miguel!

Meu querido amigo sobreviveu!

A felicidade tomou conta de mim apenas por meros segundos ao escutar novamente sua voz amedrontada, como um balde de água fria em minhas esperanças.

A prisioneira - Fluxo BakOnde histórias criam vida. Descubra agora