CAPÍTULO 18

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                                       Natasha

Após eu dizer a Gabriel que o amo e ele previsivelmente não dizer de volta, os dias se passaram rapidamente.

Eu não toquei mais no assunto, fingindo que aquelas palavras nunca foram ditas.

Era um dia como qualquer outro em que o Gabriel sumia por horas.

No começo eu não gostava mas agora ja faz parte de uma rotina.

Ou pelo menos era isso que eu pensava...

[...]

Está de noite e eu estou na sala sentada, desenhando.

Esse foi um ótimo hobby que descobri após horas de tédio sem saber o que fazer sem Gabriel.

Eu não disse nada a ele mas ultimamente tenho tido pesadelos... com uma mulher que nunca vi antes.

No meu sonho, estou dormindo tranquilamente nos braços dele e de repente acordo apreensiva para descobrir que estamos sendo observados por uma mulher de aparência demoníaca que sorri sinistramente.

Aquela imagem permanece em minha mente, e concentrada tento emprega-la em um papel.

Com um suspiro frustrado jogo o desenho numa pilha de vários outros amassados ao chão.

Ouço o ruído de correntes e sei que ele está de volta.

Checo o relógio e ainda são oito da noite.

Estranho, ainda está cedo.

Seus passos são nitidos agora e me levanto para comprimenta-lo.

Me assusto com a situação a minha frente Gabriel está todo ensanguentado. Isso não me assustou tanto, afinal ele já voltou pra casa assim antes. Seu rosto é uma carranca de cólera, e há um homem visivelmente ferido e inconsciente jogado de qualquer jeito em seus ombros e um facão assustador em sua mão esquerda.

Arregalo os olhos, minha mente voa e o som deixa de existir.

ㅡ Vá para o meu quarto, Natasha e fique lá. ㅡ Ele ordena, sua voz desumana.

Não respondo.

Apenas encaro a poça de sangue que está se formando no piso do corpo do homem...

Vivo?

morto?

Não há como saber.

ㅡ Agora! ㅡ Ele exige.

Nunca senti tanto medo dele como agora, e com um brilho de dor nos olhos eu obedeço e saio correndo como um bichinho assustado.

Fecho a porta e aperto minha cabeça com as mãos.

Meu coração pula do meu peito e as palmas de minhas mãos brilham de suor.

Aconteceu o que eu mais temia... a prova do que ele fazia enquanto estava fora.

Eu sabia que ele não iria fazer nada de bom mas... eu nunca tive provas concretas de sua perversidade... até hoje.

Minhas pernas fraquejam e eu caio no chão de joelhos.

Ele matou esse homem... ele o matou!

Oh meu Deus, ele trouxe um cadáver pra casa!

                                     Gabriel

Desço as escadas do porão com o maldito mariquinha em meus ombros.

O derrubo no chão sem nenhum cuidado dentro da cela que pertencia a Natasha.

A prisioneira - Fluxo BakOnde histórias criam vida. Descubra agora