CAPÍTULO 32

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                                      Gabriel

Faço o caminho de volta para casa, meu olhar para frente, os dentes trincados.

Minhas mãos apertam o volante com força.

Quando estava no meio do caminho para a cidade percebi o quanto foi estupidez deixar a Natasha fora de minha vista de acordo com o seu histórico anterior.

Sei bem o quanto ela pode ser curiosa.

Não acredito que ela possa desconfiar de alguma coisa mas... Merda!

Apenas se o maldito lago não estivesse congelado!

Paro o carro ao chegar, abro a porta traseira e carrego as compras para casa. 

Não vejo Natasha ao entrar.

Pontadas de pânico me atingem enquanto imagens dela descobrindo o que eu fiz passam por minha cabeça como um Flash.

Solto as sacolas no chão e procuro pela casa qualquer sinal dela. 

Finalmente a encontro em meu quarto em pé, de costas.

Ao perceber minha chegada ela se vira rapidamente e
me presenteia com um sorriso de boas vindas.

ㅡ Chegou rápido, está tudo bem?

ㅡ O que? ㅡ Balanço a cabeça clareando as ideias. ㅡ Sim, claro.

ㅡ Onde você os colocou?

ㅡ...O que?

ㅡ As compras Gabriel, onde estão?

ㅡ  Estão na sala... ㅡ Natasha acente e sai. 

Porra relaxa!

Passo as mãos em meu cabelo tenso.

Olho ao redor do quarto da cama bem forrada até minha coleção de instrumentos mortais.

Continuam perfeitamente alinhados como em uma exibição de um museu de antiguidades.

Inutilizados.

Ou é o que parece.

ㅡ Gabriel? ㅡ Escuto Natasha me chamar da sala de estar.

Vou até ela.

ㅡ Hmm, o que é isso? ㅡ Natasha pergunta com um meio sorriso, suas sobrancelhas erguidas enquanto segura uma peça de lingerie fina em suas mãos.

Merda, eu me esqueci totalmente das sacolas.

ㅡ Isso, era para ser uma surpresa. ㅡ respondo.

A muito tempo eu desejava ver sua pele cremosa e pálida em uma lingerie vermelha como o sangue mas eu queria que fosse uma surpresa.

Eu sei como ela adora qualquer coisa que a dou, como se fosse o melhor presente do mundo.

Coisa de órfã sei lá.

ㅡ Oh, é tão linda, obrigada. ㅡ Ela acaricia o tecido delicadamente como se tivesse receio que fosse rasga-lo com seu toque o que me fez sorrir diabolicamente, ela quase tem razão. 

Feita de seda e com detalhes de renda seria muito fácil rasga-la se não tiver cuidado e exatamanete por isso escolhi essa entre as demais.

Não pretendo ter cuidado algum.

ㅡ Tem mais alguma coisa aqui...? ㅡ Natasha pergunta notando uma pequena caixa embrulhada.

Arregalo os olhos e com um movimento rapido arranco a sacola de suas mãos.

A prisioneira - Fluxo BakOnde histórias criam vida. Descubra agora