III - "Primeiro encontro"

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— Bom dia. Estou bem. E o senhor? — Pergunta, desconfiada do desconhecido.

— Estou bem. É a primeira vez que estás aqui. — Sorri.

— Como sabes? — Desconfia de seu questionamento.

— Porque eu sempre venho aqui, e este praticamente é o meu lugar.

Isabelly o olha surpresa. E segundos depois, apresentava uma feição irritada e angustiada pelo atrevimento e infantilidade do senhor desconhecido. A floresta é um local público. Então, como ele poderia chegar e dizer, que aquele era o "seu lugar"?

Para uma menina como Isabelly, aquilo era ridículo.

— Perdoe-me pelos meus modos, senhor. Mas este é um lugar aberto e livre. Qualquer um pode aparecer aqui. Só porquê nunca encontraste alguém por aqui, não significaria que este lugar, seria seu. — Cruza os braços, deixando as flores caírem.

O menino a olha espantado. Nunca tinha visto e presenciado uma mulher de língua afiada.

— Por favor...Perdoe-me, senhorita. Eu não quis dizer de uma forma autoritária ou rude. — Responde nervoso.

— É. Mas aparentou ter dito. — Diz, dando as costas para o menino, e saindo para a direção oposta dele.

— Espere, senhorita! — A chama.

O jovem corre atrás da donzela e consegue alcançá-la. Fazendo assim, Isabelly parar de andar e o olhar com cara feia novamente.

— O que você quer?! — Indaga impaciente.

— Por favor, peço perdão. Foi infantil da minha parte. Entretanto, é bom ter uma companhia, depois de muito tempo só. Podes ficar aqui comigo? — Pergunta, olhando bem no fundo dos seus olhos.

— Eu não sei quem tu és, e nem sabes quem sou. Não devo ficar na companhia de um estranho. — Comenta.

— Concordo. Porém, garanto-lhe que não farei nenhum mal. Isto não é da minha índole. Podemos nos conhecer melhor. — Sorri sem mostrar seus dentes.

Isabelly suspira. E novamente, ela dá as costas para o garoto, voltando ao seu posicionamento no lugar de antes. Mas ela decide ir para a margem do lindo lago, e resolve sentar lá mesmo. O jovem desconhecido, a acompanha e senta ao seu lado. Contudo, não muito perto.

— Se encostar em mim, eu o matarei! Estás escutando?! — O ameaça irritada.

— Oh...Tudo bem. Já lhe disse, que não farei mal algum. — Gagueja, fazendo gestos de rendimento com as mãos.

— Hum.

— Bom...Posso saber, pelo ou menos, o seu nome?

— Eu acho melhor, o senhor me deixar em paz. — Resmunga.

— Você é uma mulher de palavras fortes...Nunca tinha visto uma mulher assim antes. Todas as mulheres que eu já conheci, partiam todas para cima de mim.

— Eu não sou "todas". — Retruca, dando ênfase em seu atrevimento.E eu não tenho culpa delas terem feito algo com o senhor.

— A senhorita poderia tentar ser menos grossa?! — Pergunta intrigado.

— O senhor não queria me conhecer? Eu sou assim, e nunca deixarei de ser. Então, aceite minhas grosserias. — Retruca, o olhando irritada.

— Tudo bem... — Suspira.

Isabelly percebe que o garoto vira seu rosto para o lado oposto, e sente que fora um pouco dura com ele. Nunca sentiu isso por algum homem, mas podia ver, que ele era diferente.

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