Passou-se uma hora, e finalmente, Philip chegara ao seu quarto. Ela já estava impaciente junto com seus amigos, que souberam o que o jovem príncipe havia feito, e esperavam ansiosos no quarto de Isabelly. Clarisse e Paul ficaram sabendo do ocorrido, e assim que terminaram sua reunião, correram até o quarto da mestiça, para ver como ela estava e saber também, da carta do pai de Isabelly.
Edward se desculpou sinceramente com Isabelly. Porque mesmo tendo convivido muito pouco com a menina, já a considerava uma amiga. Ela era a única que conseguira deixar Philip feliz e apaixonado. Então, Edward tinha todo o respeito por Isabelly.
Quando Philip chegara ao ambiente, todos se levantaram de seus assentos em que estavam sentados. Exceto Isabelly, que ficara sentada em sua cama, coberta pelos lençóis macios.
— Aqui está. Realmente, havia uma carta lá. — Levanta o papel para o alto, e tenta recuperar seu fôlego.
— Filho, não deverias ter corrido tanto assim. — Paul o corrige.
— Isabelly...Então...Sua mãe apareceu em sonho para você! — A rainha comenta, perplexa.
— Agora sim, eu estou impressionado! — Arregala os olhos, mas recebe olhares sérios de todos, sobre ele. — Quer dizer, eu já estava...Haha. — Coça a nuca, nervoso.
— Ai, Edward! Como tu és idiota! — Betty o empurra de leve.
— Tá. O senhor chegou a abrir a carta, Alteza? — Leonard pergunta, cortando o clima dos príncipes.
— Claro que não. — O responde sério. — Isto é uma coisa pessoal de Isabelly. Ela que precisa ler. — Se aproxima com a carta, até a menina.
— Obrigada, Philip. — Pega a carta, e abre o papel dobrado.
— Isabelly, querida. Se não quiserdes compartilhar conosco, nós iremos entender. — Clarisse a olha reconfortante.
— Ah...Mas eu queria sab-
— Edward! — Todos o corrigem, fazendo Isabelly rir.
— Tudo bem, Majestade. Eu confio em vocês. — Sorri em resposta.
Clarisse não deixa de sorrir também.
Quando Isabelly olha a caligrafia de seu pai, tenta ao máximo, não chorar ali mesmo, na frente de seus amigos, e dos reis. Assim, ela respira fundo, e lê em voz alta:
"Querida Marta.
Sei que fazem anos que não dou nenhuma notícia, desde que fugi de casa.
Mas, por favor, não quero que pense que fiz aquilo de propósito, porque não o fiz. Eu te amo muito, querida. Não só você, como também, nossa linda filha, Isabelly.
Eu fugi, não porque queria. Acredite, eu não quis! Fui forçado a deixá-las. Porque fui ameaçado. Sim. AMEAÇADO!
Foi agonizante, meu amor. Ele pegou aquela faca, aquela maldita faca! Aquela que usávamos para cortar belas frutas! Ele era como um irmão para mim. Talvez não o conheças, porque ele era meu amigo, antes de começarmos a ter um relacionamento. Mas tome cuidado com Antoniê Faúlt, querida! Ele pode te matar, ou até, a nossa filha!
Porém, deves estar se questionando, porquê somente agora, vim lhe alertar. Então, logo depois que saí de nosso lar, fui para a minha cidade natal, em Snetvel, na província de Metchly. Antes disso, eu recebia cartas, telegramas, e quase fui morto por um enxame de abelhas, provocado por este energúmeno! Mas antes, eu não sabia quem estava a me ameaçar. Entretanto, quando recebi aquela última carta, avisando-me que, se não fosse embora de casa, você e Isabelly seriam mortas, eu não tive outra escolha, a não ser, fazer o que ele estava a me pedir, na época.

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A Menina e o Príncipe
RomanceIsabelly Raymond é a menina mais bela da aldeia de Annecy (França). Com apenas vinte anos, ela busca ser uma mulher forte e destemida, assim como sua mãe. Porém, por sua beleza e seu temperamento forte, os jovens mais cobiçados do pequeno vilarejo...