Capítulo 9

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Pego mais um biscoitos da cesta e entrego metade dele a William, que logo o coloca na boca. Ele ama esses biscoitos de coco e se não o controlarmos come sem parar.

Sorrio quando ele se distrai com uma borboleta e anda ainda sem muita estabilidade atrás dela, que pousa numa das flores do jardim.

- Calma, pequeno explorador. - Me ergo um pouco do local onde estou sentada sobre a toalha e seguro a mão dele. - Você não pode ir tão longe, pode se machucar.

O trago para perto e ele aceita de bom grado vir para os meus braços, colocando o restante só biscoitos na boca.

- Mamãe... - Meu coração bate mais forte quando ele diz isso e eu acabo sorrindo. Nunca vou me cansar do som da voz dele me chamando de mãe. - Mamãe.

O pequeno toca o colar no meu pescoço e toca o pingente com curiosidade.

- É. É a mamãe. - Olho na direção do colar. - Você gosta? - Ele me olha. - Eu também gosto. Foi o seu pai que me deu. É lindo não é?

- Qué biscoito. - Ele se estica um pouco quando vê a outra metade sobre o prato.

- Que esfomeado. - Entrego a ele. - Você tem passado muito tempo com seu tio Colin. - William encosta a cabeça no meu peito e se concentrar em comer. - Você é tão lindo, filho. Sabia?

- Sabia. - Fala baixinho, olhando o biscoito nas mãos.

Sorrio com a resposta. Ele está bem mais falante nos últimos tempos. Sempre repetindo o que falamos. E eu acho muito fofo.

- Sabe, seus avós teriam amado te conhecer. Eu tenho certeza. - Beijo o topo da cabeça dele. - E sua tia Nina também amaria muito. Você poderia brincar com o primo dela. Ele também é um fofo. Mas é mais velho que você, talvez não fosse tão divertido pra um bebê tão pequeno. - Penso um pouco nisso. - É. Não seria. - Ele se afasta para sair do meu colo e fica em pé ao meu lado. - Mas vamos encontrar outras crianças pra brincar com você.

- Fôr, mamãe. - Anda alguns passinhos. - Fôr.

- Você quer mesmo ir até lá, não quer? - Levanto.

- Qué. - Ele segura alguns dos meus dedos com sua mão pequena. - Qué.

- Então vamos, pequeno explorador.

Andamos devagar, no ritmo dele, que logo encontra algo interessante para observar e pegar. William solta minha mão e segue sozinho, comigo poucos passos atrás dele para garantir que nada de mal vai acontecer. Sorrio quando ele abaixa e pega uma pétala de flor que deve ter voado por causa do vento forte ontem a noite. 

Ele fica um bom tempo admirando a pétala rosada, mas logo ela se torna menos interessante e ele levanta. O pequeno sorri, olhando para a frente e começa a andar um pouco mais rápido que o normal.

- Papai! - Ele abre os braços enquanto corre.

Olho na mesma direção e vejo John andando na nossa direção também sorrindo. Ele se abaixa quando já está próximo do pequeno e espera que ele corra para seus braços, para logo em seguida abraçá-lo com força.

- Veja só, filho, se não é o seu pai atrasado. - Ele se aproxima com nosso filho no colo e beija meus lábios. - Por onde andou, senhor conde? Estamos te esperando há séculos.

- Foram apenas dez minutos. - Ele franze o nariz na minha direção e eu acabo sorrindo. - Eu precisei organizar alguns papéis para fazer a contabilidade. Minha mesa estava uma bagunça.

- Eu sei. Faz muito tempo que eu te falo que precisa organizá-la, esqueceu?

- Como poderia, querida esposa? Mas esse é o sinal que precisava para reafirmar o quanto é melhor te ouvir.

Era Uma Vez... Os StirlingOnde histórias criam vida. Descubra agora