Na segunda, alguns dias após o acidente, insisto em ficar no hospital com John, mas nossos pais fazem um complô pra me mandar pro colégio, dizendo que vai ser bom eu me distrair com alguma coisa ao invés de ficar me lamentando ao lado dele, pois, como eu disse no outro dia: "não podemos fazer nada além de esperar". Então, a contra gosto, e ainda com um curativo na testa, vou assistir as aulas.
Meu pai insiste em me levar e, talvez para me deixar menos chateada, também vai até a casa de Nina pra irmos juntas. Mas eu continuo chateada mesmo assim.
- Depois das aulas você pode pegar um táxi e ir até o hospital, amiga. - Nina entrelaça o braço ao meu enquanto andamos pelo corredor até nossa sala. - A última aula é tranquila, se quiser, podemos pedir a professora pra liberar a gente mais cedo.
- Pode ser. - Suspiro. - Eu não vou conseguir me concentrar de qualquer jeito.
- Eu sei, amiga. - Ela me abraça de lado. - Consigo ver o quanto você já chorou. Mas vai dar tudo certo, eu tenho certeza. O John é saudável, forte... Ele vai acordar em breve.
- É o que eu mais quero. O médico disse que viu uma melhora nos sinais dele ontem. Disse que pode estar reconhecendo a minha voz, mesmo dormindo. Será que ele disse isso só pra me consolar?
- Não. Ele é médico, sabe das coisas. E o John te ama, com certeza deve estar te escutando. Acho que continuar falando com ele é a melhor opção. - Ela sorri. - Ao invés de ficar lamentando por não estar do lado dele, pensa em algumas histórias ou, não sei, coisas que tenham vivido juntos pra ver se ajuda.
- É. - Entramos na sala e eu sento na minha cadeira, pensando no assunto. - Nos filmes isso sempre funciona. Eu vou pensar em algumas coisas, sim.
- Faz isso. Vai fazer bem pra ele e pra você também. Tenho certeza.
Ouvimos alguém batendo na porta e eu vejo Diana, Edward e Amanda entrando na sala. Eles tem pequenos sorrisos nos lábios.
- Oi, Cat. - Diana senta numa cadeira próxima. - Nós ouvimos falar do acidente. Como você tá se sentindo?
- Ainda um pouco dolorida, mas estou bem. - Ergo os cantos dos lábios num projeto de sorriso. - Obrigada por perguntar.
- Nós somos amigas, não somos? - Assinto. - Então não precisa agradecer. Todas as pessoas aqui querem te ver bem.
- É. - Edward coloca a mão sobre meu ombro e me abraça de lado. - E como está o John? A Nina comentou que ele ainda está no hospital.
- Ele está. - Suspiro, sentindo o peso que sempre sinto no coração quando alguém toca nesse assunto. - Ele sofreu a maior parte do impacto quando batemos, então precisa de um tempo pra se recuperar. - Sinto ele me puxando pra mais perto. - Mas todos estamos muito otimistas. Aos poucos, ele está mostrando melhoras. Mesmo que pequenas.
- Que bom. - Amanda sorri. - Não é legal te ver com essa carinha triste. Vamos ficar na torcida pra ele sair do hospital logo.
- Obrigada. - Sorrio.
O sinal que indica o início das aulas toca e os meus colegas de classe começam a entrar na sala aos poucos.
- Temos que ir. - Edward se afasta e deixa um beijo no topo da minha cabeça. - Mas nos vemos no almoço, pode ser?
- Claro. - Aceno pra eles. - Até o almoço.
Os três saem e logo a minha professora entra. Eu tento me concentrar nas aulas, mas minha mente e meu coração estão no hospital com John. Estou tão distraída que os professores chamam minha atenção várias vezes, fazendo perguntas que não sei responder porque não estou ouvindo nada do que dizem. E tudo piora quando meu celular começa a tocar.
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Era Uma Vez... Os Stirling
FanfictionCat está na sua época agora, mas continua com o coração no passado. Numa visita a antiga casa onde morava com John, ela se surpreende ao encontrar um rapaz idêntico a ele. Mas como isso é possível? Seria essa uma pegadinha do destino ou uma outra c...