Capítulo 21

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Quem perde a corrida de bicicleta é a Nina, então ela passa todo o caminho até a saída do parque resmungando o quanto a vida é injusta e eu passo esse tempo rindo, lembrando do quanto ela é desengonçada em cima de uma bicicleta. Sempre perdendo o equilíbrio e quase caindo várias vezes. Não sei como ela aceitou a competição.

- Como se já não bastasse a gente ter que juntar dinheiro pra nossa festa de formatura, você ainda fica me extorquindo.

- Eu? - John olha pra ela com a mão sobre o peito. - A gente combinou. Não se lembra que você aceitou quando eu disse?

- Eu achei que fosse ser divertido, mas vocês levaram isso muito a sério.

- Então cada um paga o seu, pode ser? - Paul toca os ombros da namorada, a fazendo olhar pra ele. - Não precisa de tanto drama.

- Claro que não! Eu vou pagar. - Ela rebate. - O que vocês pensariam de mim se eu não cumprisse minha palavra?

- Então para de fazer drama, idiota. - Empurro ela de leve. Ela me empurra de volta. Eu sorrio. - Você tá reclamando desde que a gente começou a andar.

- Foi só pra gente não andar em silêncio. - Suspira. - E eu nem sei porque aceitei essa aposta. Eu ando mal de bicicleta.

- Eu tava pensando justamente nisso, acredita?

- Sério? - Ela sorri quando eu assinto. - Deve ser nossa conexão de melhores amigas.

Nós paramos no mesmo local onde nos encontramos mais cedo.

- Onde vocês estacionaram? - John pergunta. - Podemos ir juntos.

- Do outro lado da rua. - Paul aponta. - Vamos, Nina, a gente tem que ir pegar o carro. Vocês esperam a gente perto do cruzamento, pode ser?

- Pode, claro.

Nos separamos, um casal para cada lado. O céu já está escuro e os postes iluminando a rua, onde poucas pessoas caminham. Agora a temperatura caiu um pouco mais e eu me arrependo de não ter trazido um casaco quando sinto minha pele arrepiar depois de ser tocada por uma brisa especialmente fria.

Sinto John soltar minha mão e passar o braço ao redor de mim, me puxando para mais perto.

- No carro você vai ficar mais aquecida, não se preocupa. - Ele beija o topo da minha cabeça.

- Eu pensei que a temperatura fosse ficar mais amena. Acho que não se pode acreditar na previsão do tempo, afinal é só uma previsão.

- É. Mas eu tenho um casaco extra no carro, você pode vestir ele.

- Hum... - Sorrio, entrelaçando meus dedos aos da mão dele que está sobre meu ombro. - Que namorado bem preparado eu arranjei. - Ergo o rosto e beijo os lábios dele. - Espero que seja um casaco bonito.

Ele sorri.

- Mesmo se não for, vai ficar lindo em você.

Ele se afasta quando chegamos no carro e vamos cada um para seu lado. Assim que entro no carro meu celular começa a apitar várias vezes. Coloco o cinto e pego o aparelho dentro da bolsa. Quase tenho uma parada cardíaca quando vejo o nome de Edward na tela. Ele está dizendo que vai fazer um grupo pra conversarmos sobre o projeto.

- Algum problema? - John pergunta, olhando de mim para o celular enquanto prende o próprio cinto. - Recebeu uma notícia ruim?

- Não. - Sorrio, colocando o celular no silencioso e guardando. - Só coisas do colégio. Por um momento pensei que tinha esquecido de fazer um trabalho, mas eu fiz. - Coloco a mão sobre a dele. - Não se preocupa, não foi nada. Vamos?

- Vamos. - Ele dá partida no carro. - Ou eles vão encher a gente sobre o atraso de novo. - Sorri.

Solto uma risadinha, mas não comento mais nada, ainda pensando na mensagem. Se ele tivesse visto talvez tivesse pensado que se tratava de outra coisa. Eu preciso falar sobre o projeto em grupo logo e deixar claro que é só isso. E tenho que fazer isso logo.

Quando John para próximo ao cruzamento demoram apenas alguns minutos pra que o outro carro apareça, então seguimos na direção do parque de diversões. Um carro atrás do outro.

O parque está cheio quando chegamos, mas damos sorte de encontrarmos duas vagas próximas pra estacionar.

- Em qual brinquedo você quer ir primeiro. - Pergunto ao John assim que saímos do carro.

- Em qual você quiser. - Ele pega minha mão. - Eu não me importo. Mas vamos entrar primeiro e decidir com a Nina e o Paul.

- Tem razão.

Eles se aproximam devagar, com Paul meio que guiando a minha amiga, que olha algo no celular enquanto anda. Quando para perto de nós dois, ela revira os olhos.

- Ai, eu odeio grupos. - Bloqueia o celular, suspirando, e me olha. - Eu não sei porque o Edward inventa essas coisas, a gente tem que se reunir no colégio primeiro antes de decidir qualquer coisa. Você não acha, Cat? - Entrelaça o braço ao meu. - Vamos sair do grupo?

- Por que o Edward colocaria vocês num grupo desse jeito? - John franze a testa.

- É... - Nina se afasta e olha de um para o outro. - Não é nada. - Ela segura minha mão. - Desculpa. Eu acho melhor eu ir comprar os ingressos. - Minha amiga pega a mão do namorado e começa a andar pra longe. - Vamos, Paul.

John e eu ficamos pra trás e eu sinto o olhar dele em mim, como se tivesse me queimando.

- Cat? - Coloca as mãos nos bolsos da calça. - Imagino que tenha alguma coisa pra me contar pela reação que a Nina teve. Então, vou fazer a pergunta de novo. Porque o Edward colocaria vocês num grupo? Deve ter um motivo.

- Sim. - Respiro fundo. - Tem um motivo. Nós vamos fazer um projeto juntos. Pro colégio.

- Eu pensei que vocês fossem de turmas diferentes.

- Nós somos, mas é um projeto pra festa de formatura, então juntaram as duas turmas que estão no último ano e escolheram grupos misturando os alunos das duas turmas, só isso.

- E porque você não me contou? Do jeito que a Nina falou pareceu que ela cometeu um grande erro falando sobre esse assunto na minha frente.

- Eu ia te contar quando a gente tivesse voltando pra casa. Não queria te deixar chateado.

- E por qual motivo eu ficaria chateado por causa de um trabalho do colégio? Não me contando me faz parecer mais patético do que eu já me sinto. - Ele segura minhas mãos. - Porque eu confio em você. Mas parece que você não confia em mim, Cat.

- Eu confio. Só não queria estragar nossa noite, só isso.

Ele fecha os olhos e suspira.

- Tudo bem. Nós não precisamos discutir sobre isso. Só... - Suspira de novo. - Me conta se você achar necessário, não fica escondendo as coisas de mim. Prometemos ser sinceros um com o outro e não quero que isso acabe.

- Eu também não. Me desculpa.

- Não precisa se desculpar. - Ele me puxa pra perto e me abraça, deixando um beijo na minha cabeça. - Você não fez nada de errado. Tudo bem.

Eu passo meus braços ao redor da cintura dele e apoio minha cabeça sobre seu peito, orando pra que tudo esteja bem mesmo. Porque estou me sentindo mal, como se tivesse feito algo errado.

*

O que acharam da atitude da Cat, amigas? E do John? Quero saber, então me contem. Tô finalizando a era 22 hoje e mereço um pouquinho da atenção de vocês, não mereço? Me deem esse presente pelos meus 23 aninhos de vida, pra que a fonte nunca seque e eu continue escrevendo por muuuito tempo. kk

Obrigada por ler até aqui. Até o próximo capítulo! 


Era Uma Vez... Os StirlingOnde histórias criam vida. Descubra agora