Pego o marcador e destaco a parte do texto que eu preciso estudar para o trabalho. O braço de John que está ao meu redor fica um pouco mais firme quando ele estica a mão para pegar uma caneta.
Nós estamos estudando juntos há pelo menos uma hora. E mesmo não falando muito, é bom ter ele por perto. Só saber que ele está aqui já me faz feliz.
Fecho o livro de literatura e o deixo de lado. Então viro meu corpo na direção de John e abraço sua cintura. Ele ainda está fazendo várias anotações sobre o que lê no livro enorme que trouxe. Encosto minha cabeça no ombro dele.
- Cansada? - Ele afasta a caneta do papel e me olha.
- Meus olhos estão cansados. Acho que li por muito tempo.
- Pode fechar os olhos por alguns minutos se quiser. - Tira uma mecha de cabelo que está próxima do meu rosto. - Eu prometo que não te deixo dormir.
- Uma ideia tentadora. Mas com os olhos fechados eu não vou conseguir ver o quanto você fica lindo quando está concentrado. - Ele sorri. - Nem a ruguinha que se forma entre as suas sobrancelhas. - Toco o local com a ponta do indicador.
- Você tá dando em cima de mim, senhorita Ballard? - Aproxima o rosto do meu.
- Depende. Funcionou? Eu posso me esforçar mais.
- Pode acreditar, você não precisa se esforçar nem um pouco.
John toca a minha bochecha e estreita o espaço entre nossos rostos, então junta nossos lábios. Primeiro apenas os pressiona um no outro, depois abre um pouco mais os dele e eu repito o movimento, aprofundando o beijo, levando minha mão até sua nuca enquanto sinto a dele me puxar para mais perto.
- Ainda - Começo a falar quando nossos lábios se separam por um momento, mas ele me beija de novo. Sorrio. - Não - Mais um beijo. - Acredito - Beijo. - Que - Seguro o rosto dele antes de outra interrupção. - Você está aqui. Parece um sonho.
- Não fala isso, por favor. Eu não aguentaria se fosse um sonho.
- Nem eu. - Junto nossos lábios de novo por um longo tempo. - Mas é real. Muito real.
- E eu agradeço muito por isso. Senti muita falta de estar com você. - Desliza a ponta dos dedos pelo meu rosto. - De tocar você. - Seus dedos descem até meu pescoço, minha clavícula. - Dos seus beijos. - Deslizam pelo meu braço deixando uma trilha de arrepios. - Das nossas conversas.
Ele entrelaça nossos dedos e beija minha mão, sem tirar os olhos de mim.
- Você precisou esperar bem mais do que eu. Deve ter sido muito mais difícil.
- Não acho que podemos medir isso. Não seria justo. - Ele olha pra baixo. - Eu parti antes de você, me desculpe. - Meus olhos começam a arder. com a lembrança. - Nem sei se aguentaria ter que passar por isso. Mas você aguentou.
- Eu precisei. Pelos nossos filhos. Eu não podia desmoronar, não podia ser egoísta. - Toco o rosto dele com minha mão livre. - E a culpa não foi sua. Eu sabia que ia acontecer uma hora ou outra. E, vamos combinar, nós já tínhamos muita idade.
- Pra mim você sempre pareceu a mesma. O tempo te fez muito bem.
- Como se você não estivesse bem também. - Sorrio. - Eu me lembro como você se gabava quando falavam que você parecia irmão mais velho do William.
Ele dá de ombros, sorrindo.
- E eu me lembro como você sentia ciúmes por causa disso. - Toca meu nariz com a ponta do dedo.
- Claro. Sempre tinha alguma mulher de olho em você quando saíamos. A minha vontade era de esganar aquelas descaradas. Podiam ter pelo menos a decência de disfarçar um pouco. - Ouço ele rindo baixinho. - Não tem graça, porque você está rindo?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Era Uma Vez... Os Stirling
FanficCat está na sua época agora, mas continua com o coração no passado. Numa visita a antiga casa onde morava com John, ela se surpreende ao encontrar um rapaz idêntico a ele. Mas como isso é possível? Seria essa uma pegadinha do destino ou uma outra c...