Capítulo 11

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Sento no sofá com o balde de pipoca no colo e John passa o braço ao meu redor. Estamos terminando de assistir ao primeiro filme da nossa noite de cinema na casa do Paul, um filme de suspense muito legal.

Nina está no outro sofá, deitada ao lado do namorado. Todos olhamos atentamente para a tela da TV, a única iluminação que temos na sala. 

John estende a mão livre pra pegar um pouco de pipoca e com a outra o sinto acariciar meu ombro. Me aproximo um pouco mais e beijo a mandíbula dele, que sorri, desviando por um instante os olhos do filme. A ponta dos seus dedos desliza um pouco mais pela minha pele, me causando arrepios quando chegam a minha clavícula. 

- Que pouca vergonha é essa?! - Nós dois olhamos na direção da Nina. - O que acha que o pai da Cat pensaria vendo isso, senhor John? Parece que alguém não quer agradar o sogro.

- Ai, Nina, que susto. - Empurro um pouco a lateral do corpo dela com o pé. - A gente não tava fazendo nada demais.

- Sei. - Ela semicerra os olhos pra gente. 

Aponto pra TV e desvio o olhar da minha amiga. Eles estão implicando com o John desde que souberam que ele vai conhecer meus pais. 

Pouco tempo depois da distração, o filme acaba e nós levantamos pra esticar as pernas antes de colocarmos o próximo.

- Então, John, nervoso pra conhecer os sogros amanhã? 

- Porque eu estaria? - John toma um gole de água. - Eu gosto da Cat e quero fazer ela muito feliz. O que mais eu posso fazer? Eles devem querer o mesmo, não acha?

- Com certeza. Mas não é sobre isso. - Paul se espreguiça. - Os pais querem acreditar na nossa inocência, você não pode demonstrar certas coisas perto deles.

- Que coisa idiota de se dizer. - Olho pra ele. - Você acha que os pais da Nina não sabem o que vocês fazem quando ela vem pro seu apartamento?

- Esse não é o ponto. - Nina começa quando volta do banheiro. - O que ele quer dizer é que, mesmo sabendo que pode ter mais intimidade entre a gente, nossos pais não precisam ver isso. Eles querem nos dar o benefício da duvida. 

- Então não tentamos não demonstrar muito afeto perto deles. - Paul completa.

- E o que seria demonstrar muito afeto? - John pergunta, colocando um pouco mais de pipoca na boca. - Fiquei curioso.

- Eu também. - Olho entre os dois.

 - Simples. - Ele segura a mão da minha amiga e entrelaça os dedos deles. - Nós só podemos segurar as mãos e beijos só no rosto.

- Seu dois fingidos! - Começo a rir. - Vocês acham mesmo que seus pais caem nessa? Acho que vocês são os inocentes.

- Bom... - Ele ergue as mãos. - Só quero ajudar.

Levanto e pego o controle que minha amiga deixou na mesinha e quando volto sento entre as pernas de John, colocando o cobertor sobre nossas pernas.

- Muito obrigada pelas dicas, nós vamos manter elas em mente. - Sorrio. - Mas é melhor a gente voltar a assistir. 

- Sim, senhora. - Ele volta a deitar no sofá.

Eu coloco o outro filme e apoio minhas costas no peito de John, que me abraça pela cintura. Ele coloca o balde de pipoca mais perto da gente.

Viro a cabeça e beijo o rosto dele.

- Não liga pra eles. Você vai ver, meus pais vão gostar de você.

- Vão, sim. - Sussurra de volta. - Não tem como eles não gostarem. Porque eu te amo. E vou deixar isso bem claro.

Ele beija minha têmpora e me aperta mais forte. Eu coloco minha mão sobre a dele na minha cintura.

Era Uma Vez... Os StirlingOnde histórias criam vida. Descubra agora