Capítulo 13

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O restaurante do hotel está bem cheio, mas logo conseguimos encontrar a mesa onde os pais de John estão. Quando nos veem os dois se levantam e sorriem. John os abraça e logo chega minha vez de cumprimentá-los.

- Boa noite. - A mãe dele me abraça de leve. - É um prazer conhecer você, Cat. Grayson fala muito de você.

- Mesmo? - Sorrio. - Ele também fala muito sobre vocês. É um prazer finalmente poder conhecer os dois.

- O prazer é nosso. - O pai dele aperta minha mão. - Você é ainda mais linda pessoalmente. Mas posso perguntar algo?

- Claro. - Nos sentamos ao redor da mesa redonda. - Pode, sim.

- Você tem algum parentesco com Catherine Ballard, a esposa de um dos condes de Stirling? Não pude deixar de notar a enorme semelhança.

- Ah. Sim. - Olho na direção de John. - Eu não sabia desse parentesco antes de conhecer o John e também me surpreendi quando vi o retrato da família. Então pesquisamos um pouco e descobrimos que ela realmente tem ligação com a minha família.

- Que incrível. - A senhora Stirling comenta, nos olhando. - E vocês também tem o mesmo nome. É uma linda homenagem. E nos deixa muito felizes também, por termos essa ligação.

- Sim, mãe. - John coloca a mão sobre a minha. - Com certeza foi o destino que nos uniu naquela casa. E eu serei sempre muito grato por isso. A Cat é muito especial pra mim.

- John! Assim você me deixa constrangida. - Olho de lado pra ele.

- Mas não precisa. Eu só tô sendo sincero. - Ele beija minha bochecha e logo depois sorri. - Vamos fazer nossos pedidos?

- Vamos, sim. - O senhor Stirling chama o garçom com um breve movimento de mão.

O rapaz nos entrega os cardápios e eu olho com bastante atenção. Mas são tantos pratos, não sei qual escolher. Vejo os outros na mesa fazendo seus pedidos e não quero demorar mais, então olho de novo os nomes dos pratos e escolho qualquer um.

- Esse aqui, por favor. - Mostro ao garçom, que anota e logo depois sai.

- Então, Cat, nos conte um pouco sobre você. Tem irmãos?

- Não. Eu sou filha única. - Olho pra ela. - Mas eu gosto de ter minha privacidade, silêncio, e isso não seria possível se eu tivesse irmãos.

- Então você gosta de ser filha única. O Grayson sempre quis ter um irmão, mas com a vida tão corrida outro filho nunca esteve nos nossos planos. - Ela olha pro filho. - Pelo menos ele conseguia esquecer disso quando estava na companhia dos primos.

- Que bom. Eu nunca me importei porque tenho minha amiga, a Nina, e ela é como uma irmã pra mim. Mas é diferente quando queremos companhia. - Aperto a mão de John na minha. - Bom saber que você não se sentia tão sozinho.

- Com o tempo eu aceitei que seria só meus pais e eu. A fase de querer um irmão passou na adolescência. - Ele sorri. - Principalmente porque assim não teria ninguém pra brigar pelo vídeo game comigo.

- É verdade. - Olho pro Stirling mais velho. - Quando os primos dele viam passar as férias com a gente o Grayson ficava louco por ter que dividir o tempo que passava jogando.

- Aposto que foi aí que você repensou a ideia de ter um irmão. - Sorrio, olhando pro meu namorado.

- Ah. Com toda certeza! - Ele sorri de volta.

O garçom volta com uma garrafa de vinho e nos serve. Ficamos em silêncio por um tempo, mas logo as conversas sobre nossas infâncias começam. Ouvir histórias sobre ele é incrível agora que sei que as que ouvi no passado não eram dele de verdade. É bom conhecer mais sobre quem a gente ama. E esse John parece ter sido um pouco mais traquina do que o outro.

Enquanto comemos deixamos o passado de lado e começamos a falar sobre o futuro. Sobre planos. E eu gosto disso. Sei que vou poder viver tudo ao lado de John e isso por si só já enche meu coração de alegria.

- O último ano é complicado, mesmo. - O senhor Stirling toma um gole do vinho antes de continuar. - Você já tem ideia do que vai fazer a seguir?

- Bom... - Olho entre os dois mais velhos. - Eu sempre gostei muito de história, isso não é segredo pra ninguém. E agora mais do que nunca, depois de conhecer o John, a sua família, eu quero muito estudar isso.

- Então vai fazer museologia também? - A mais velha pergunta.

- Talvez algum dia. Eu acho incrível as pessoas que se esforçam pra manter a história preservada. Mas por enquanto eu quero ensinar, quem sabe mostrar que história pode ser bastante divertida. - Olho pro meu prato. - Sei que muitos preferem estudar outra coisa, mas pra mim esse é o ideal.

- Claro. - Ela sorri. - Não precisa se envergonhar, todos nós temos nossas preferencias, e se isso é o que faz seu coração bater mais forte, está no caminho certo, querida.

- Grayson é um ótimo exemplo disso. Quando ele entrou na faculdade estava estudando pra administrar a empresa da família, mas quando encontrou algo que o agradava mais não hesitou em trocar de curso, mesmo tendo que começar do zero.

- E eu agradeço a vocês por me apoiarem. Sei que foi repentino.

- Se te faz feliz, querido, nós apoiamos. Isso é o que importa. - Ela alterna o olhar entre nós dois. - E isso vale pra todos os aspectos da sua vida.

Ela sorri pra mim e eu retribuo com o coração leve e feliz.

*

Quando terminamos de comer, ainda conversamos com os pais de John por um bom tempo antes de nos despedirmos. Eles são ótimos e nem um pouco como eu imaginei. O que é muito bom, porque minha mente tinha feito uma imagem bem esnobe dos dois.

- Viu? - John passa o braço ao meu redor enquanto andamos pelo corredor. - Eles gostaram muito de você, eu disse que não tinha com o que se preocupar.

- Verdade. E eu também gostei muito deles, me deixaram muito a vontade. - Sorrio. - Mas fico feliz por podermos aproveitar o resto da noite juntos também. - Seguro a mão dele. - O que acha?

- Acho ótimo. - Ele sorri e se aproxima para um beijo. - Vamos andar mais rápido, então.

- Vamos. - Apresso o passo pra ficar no ritmo dele.

- Cat? - A voz me faz parar e virar. - Oi. Que coincidência te encontrar aqui. - Ele sorri.

- Edward? Tem razão. - Sorrio pra ele. - Se tivéssemos combinado não teria dado tão certo. Sua irmã está aqui também?

- Não. Eu vim com um grupo de amigos passar o final de semana.

- Que legal. - Olho na direção de John. - Ah. John, esse é meu amigo, o Edward. - Os apresento. - E Edward, esse é meu namorado, o John.

- Muito prazer. Acho que nos encontramos uma vez na frente do colégio.

- Sim. Eu lembro de você. - Os dois trocam um aperto de mão. - Muito prazer.

- Eu tô saindo com os meus amigos. - Ele olha de um para o outro. - Nós vamos até a cidade aproveitar a noite, porque vocês não vem juntos?

John e eu nos olhamos, mas ele não diz nada. Eu sorrio pro meu amigo.

- Claro. Acho que vai ser divertido.


*

Daqui a poucos capítulos encerramos a história desse casal lindo. Tô amando compartilhar essa história com vocês, como sempre. Espero que estejam gostando também. Vão lá no meu outro livro pra continuarmos juntas. 

Beijão! Até o próximo.

Era Uma Vez... Os StirlingOnde histórias criam vida. Descubra agora