Capítulo 31

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As semanas na casa de John se passam rápido, infelizmente, pra nós dois. Mas, pelo menos, minha volta pra casa quer dizer que o John está totalmente bem, então não tenho do que reclamar.

Voltamos a nossa rotina e, com ele tendo que fazer as provas e eu preocupada com os detalhes para a festa de formatura e as provas finais. Nós não nos vemos com muito frequência, mas agora, depois do meu pedido de casamento e de esclarecer as coisas sobre o Edward, nenhum de nós se sente inseguro sobre o outro. 

Inclusive, hoje vamos ao baile do meu colégio e estou muito empolgada pra passarmos por isso juntos. 

- O que acha disso aqui? - Nina aparece, saindo do banheiro já fantasiada.

No fim, das contas, por ser o tema mais elaborado e dinâmico, o nosso baile "amores históricos" foi o vencedor. Eu fiquei muito feliz, mas Nina levou pra outro nível. Fez pesquisas e perguntou ao Paul mil vezes sobre a fantasia.

- Você tá linda, amiga. - Olho bem pra o vestido dela, típico dos anos 30, a boina e até uma arma de mentira ela conseguiu para compor o look. - Imagina quando estiver cem por cento pronta? Todos vão babar.

- Obrigada. - Ela sorri. - As fantasias não tem nada demais, mas eu também acho bonitas. Você tem que ver o chapéu que consegui pro Paul, ele ficou lindo com a fantasia completa.

- Vocês vão ser os melhores Bonnie e Clyde que nosso colégio já viu, tenho certeza.

- É o que eu espero. - Ela senta ao meu lado. - Mas, me conta de você. Qual fantasia vocês escolheram?

- Bom... - Sorrio. - Se você acha que a sua fantasia é simples, não seu o que vai achar da nossa. Nós vamos de nós mesmos. - Ela inclina a cabeça para o lado e franze a testa. - Viu? É bem menos que simples.

- Não. Desculpa. Eu fiz essa cara porque tava pensando no que "vestidos de nós mesmos" poderia significar, mas agora eu já percebi. Vocês vão se vestir com roupas da época da regência?

- Isso. Nós conversamos bastante sobre isso e pensamos que seria bom pra matar um pouco a saudade desses tempos. Imprimimos algumas fotos e fomos a uma costureira que a mãe do John conhece. Eu ainda não vi o resultado pessoalmente, mas tô muito empolgada.

- Que fofo, Cat. - Ela coloca o braço sobre meus ombros. - Vocês vão ficar lindos, tenho certeza. Vou amar ver como vocês eram. Mas ao vivo e em cores, não por meio de pinturas.

- Vai ver que as pinturas são muito próximas da realidade. Era o Benedict quem as pintava.

- Benedict. - O espaço entre as sobrancelhas dela se franze, então parece que alguma chave gira dentro de seu cérebro. Ela me olha de boca aberta. - Benjamin Bridgeton? - Eu assinto. - Que incrível, amiga. Você é muito sortuda.

- Sou, mesmo. - Sorrio. - Não vou negar. Quando descobrimos o quanto ele pintava bem, não queríamos que nenhum outro pintor retratasse nossa família.

- Nossa! As vezes eu esqueço que vocês se conheceram de verdade. É incrível. - Levanta pra pegar algo na gaveta. - Da próxima vez que visitar a casa Stirling vou prestar mais atenção nas pinturas. - Ela vira pra mim. - Mas não vamos mudar de assunto, você veio aqui pra me ajudar com os acessórios da fantasia. Acha que essa boina fica melhor com o vestido?

Olho bem para as duas e peço que ela coloque pra que eu possa escolher. Passamos bastante tempo pensando em combinações e rindo sobre coisas do colégio.

Eu também contei pra Nina o que Edward fez e ela concordou com a minha decisão. Agora não almoçamos mais com eles e o nosso contato foi reduzido, apesar das meninas sempre nos convidarem pra alguma coisa. Mas nós nunca aceitamos. Sei que ele vai estar lá e não quero ficar desconfortável, nem deixar as pessoas ao meu redor assim.

Era Uma Vez... Os StirlingOnde histórias criam vida. Descubra agora