Capítulo 24

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Sinto algo leve tocando meu rosto, em movimentos leves e repetidos. Minhas pálpebras se mexem um pouco antes de eu abrir os olhos completamente e ver o rosto de John na minha frente. Sorridente e lindo como sempre.

- Oi. - Ele fala baixo. - Teve um bom cochilo?

- Tive. - Bocejo e me ergo, sentando na cama. Vejo Matthew ao meu lado e sorrio. - Estava colocando ele para dormir, mas acho que foi o contrário.

- Você também precisa descansar. Eu vou levar ele para o berço e pedir que lhe tragam algo para comer. - John pega nosso filho nos braços, o balançando um pouco para que ele continue dormindo. - Eu já volto. - Fala baixo antes de sair.

Eu assinto e tento criar coragem para levantar da cama. Tomo um pouco de água da jarra que sempre deixo ao lado da cama e paro em frente ao espelho. Meu cabelo está uma bagunça, então tiro os grampos que prendem ele e o deixo solto.

John volta para o quarto e o vejo se aproximar pelo reflexo do espelho. Ele se aproxima e coloca os braços ao redor da minha cintura. Fecho os olhos quando sinto um beijo na minha têmpora.

- Você fica linda com o cabelo solto desse jeito.

- De que jeito? - Sorrio. - Bagunçado? Meu cabelo está horrível.

- Não está, não. Você fica linda de qualquer jeito. - Ele me puxa para mais perto e começa a deixar beijos pelo meu pescoço. - Faz tempo que não ficamos sozinhos.

- Faz. - Fecho os olhos, abrindo espaço para ele continuar com os beijos. - Mas acho que depois de três filhos isso é normal. - Ele sobe uma de suas mãos até o meu seio e eu arfo. - John! A criada pode chegar a qualquer momento.

- Não vai. Ela ainda vai preparar a sua comida, não se preocupa, nós temos tempo.

Olho para ele com os olhos semicerrados.

- Tem certeza?

- Certeza. - Ele sorri. - Mas temos que nos apressar. - Ele me vira de frente e me pega no colo. - Já perdemos muito tempo.

Sorrio pouco antes de seus lábios encontrarem os meus e passo meus braços ao redor dele quando isso acontece. Logo minhas costas ficam sobre o colchão macio e as peças de roupa que separam nossas peles somem. Faz algumas semanas que não compartilhamos a cama desse jeito. Nossos filhos são a prioridade agora. Mas parece que a saudade deixa a sensação da pele dele contra a minha ainda mais prazerosa.

- Cat? - Eu ouço alguém me chamando, mas não é meu marido. - Cat. - Minha testa se franze. - Cat. Ai, meu Deus. - Sinto a mão de alguém sobre a minha. - Filha, por favor, acorda.

Me mexo um pouco sobre a cama e abro os olhos devagar. A luz no teto me incomoda, então meu rosto se contrai. Pisco um pouco até minha visão se ajustar. É nesse momento que vejo meus pais ao meu lado. Minha mãe tem lágrimas nos olhos e coloca a mão sobre a boca quando me vê.

- Graças a Deus, filha. - Ela se aproxima e me abraça. - Fiquei com tanto medo de você não acordar.

- Ai, mãe. Você está me apertando muito, tá doendo.

Ela se afasta.

- Me desculpa. - Ela arruma meu cabelo atrás da orelha. - Me desculpa, filha. Onde está doendo? Como está se sentindo?

- Minha cabeça dói e meu peito também. - Tento me sentar e eles me ajudam. - O que aconteceu? Eu tô no hospital?

- Sim, filha. - Meu pai responde. - Qual é a última coisa que você lembra?

- Eu lembro de... - Franzo a testa, me esforçando para lembrar. - Girar e bater. - Minha respiração começa a ficar pesada. Eu seguro o braço da minha mãe. - Onde está o John? Ele tá bem?

Era Uma Vez... Os StirlingOnde histórias criam vida. Descubra agora