Capítulo 8

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Tomo um gole de suco e pego o garfo, colocando o restante da comida que está no meu prato na boca. 

Hoje meus pais conseguiram vir almoçar em casa, então estamos tendo um almoço em família. Nós nunca conversamos muito quando estamos juntos, mas eles estão se esforçando pra puxar conversa.

- Tem algum plano pra hoje, filha? - Minha mãe me olha depois de fazer a pergunta. 

- Tenho, sim. Eu vou andar de bicicleta pelo parque depois que terminar meu trabalho de história.

- E você vai sozinha? - Eles se olham. - Quer dizer, vai com a Nina? 

- Não. Ela vai visitar a avó hoje. - Tomo mais um gole do suco. - Porque a pergunta? 

- Por nada. - Meu pai dá de ombros.

- Nós percebemos que você tá um pouco diferente esses dias. - Franzo a testa. - Você passa mais tempo no celular quando tá em casa e tem saído mais também.

- Tem algum problema nisso? - Olho de um para o outro.

- Não. Claro que não. Mas você anda bem sorridente também. E nós ficamos felizes com isso, muito mesmo. - Ela sorri. - Só ficamos curiosos com o motivo de todo esse bom humor. Então, se quiser, pode falar pra gente.

- É. - Meu pai acrescenta. - Eu ficaria muito feliz se você dissesse o nome do motivo.

- Marcus! - Minha mãe olha pra ele e dá um tapinha no braço do meu pai. Ele dá de ombros e ela revira os olhos. - Não queremos te pressionar. Só ficamos curiosos. Não liga pro seu pai.

- Tudo bem. - Sorrio. - Não tem problema. Se quiserem saber de qualquer coisa é só me perguntar. 

Alterno o olhar de um pro outro e eles ficam em silêncio por um bom tempo antes de um deles se manifestar.

- Tá. - Meu pai pigarreia. - Então... Você conheceu algum garoto? 

- Não que você só possa estar feliz por esse motivo. - Minha mãe fala logo em seguida. - Não é isso.

- Eu sei. Mas, por incrível que pareça, é por esse motivo que eu tô feliz. - Percebo que meu pai arruma a postura e me olha com atenção. - Eu conheci um garoto, sim. O nome dele é John e estuda na mesma universidade do Paul. Eu vou me encontrar com ele pra estudar depois de sair daqui e é com ele que eu vou andar de bicicleta.

- E desde quando você conhece esse garoto? E quando você estava planejando contar isso pra gente?

- Calma. - Minha mãe coloca a mão sobre a dele. - Vocês estão namorando mesmo ou não é nada sério ainda?

- Ah. Eu acho bom ser sério.

- É sério, pai. A gente namora faz algumas semanas e eu não pensei que vocês iam querer conhecer ele. - Aperto o copo do suco. - Vocês são tão ocupados com o trabalho, eu não achei que seria importante.

- Filha, é claro que isso é importante pra gente. - Meu pai relaxa. - Se é relacionado a você é importante pra nós dois. 

- Você gosta mesmo dele? - Minha mãe pergunta.

- Gosto. - Olho pro meu prato vazio sobre a mesa.

- Então vamos marcar um jantar pra que ele possa vir. Nada formal, sem pressão. - Ela ergue as mãos. - Só queremos conhecer o rapaz que faz você tão feliz.

- Tudo bem. Eu falo com ele sobre isso. - Levanto. - Agora eu vou arrumar meus livros pra poder ir. Não tem problema, tem?

- Não. Pode ir. Contanto que seja pra estudar mesmo.

Era Uma Vez... Os StirlingOnde histórias criam vida. Descubra agora