Capítulo 4 - Julgamento, Condenação e a Decisão Desesperada de um Jovem

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Pelas contas de Rey, haviam se passado quatro semanas desde a primeira conversa com o oficial e eles conversaram mais duas vezes. Cristine já estava bem melhor, o remédio havia funcionado bem e ela começou com incentivos para que Connor pelo menos treinasse o corpo pra não ficar completamente apático e acabar com algum problema de saúde. Ela também fazia exercícios para tentar não estagnar e Connor havia comentado uma coisa interessante após a segunda ida ao interrogatório e a primeira ida de Cristine: Algo mais estava limitando o poder deles, algo além das algemas e das celas. E ele começou a achar que era algo na adaga, já que ambos sentiram algo além do corte e se sentiram um tanto quanto estranhos... Mas além disso, o julgamento estava para começar e os irmãos já tinham certeza de que seria condenação certa, apesar de que Rey estava bastante confiante quanto à condenação pelo simples fato de que ele achava que inocentes não seriam julgados culpados se explicassem o que aconteceu.

— Infelizmente não é assim que a justiça funciona, principalmente nesses casos. - dizia Connor.

— Então a justiça não é justa. - Rey retrucava, cruzando os braços.

— Rey, eu quero te pedir uma coisa... - dizia Cristine. — Se você for declarado inocente, me prometa que vai aceitar independente do que acontecer com a gente, tá bem?

— Não posso prometer isso, eu não quero ficar longe de vocês, nem do Angelo. E a gente precisa achar o Drake, juntos.

— Ah Rey... Adoraria que fosse possível... Mas nem nós nem a polícia temos pistas sobre ele e o Angelo com certeza não acordou ainda...

— Eu não vou prometer nada! Promessa é pra sempre, não pode quebrar! E eu não quero que vocês fiquem mal por aí também. 

Antes que Cristine pudesse dizer qualquer outra coisa, um guarda bateu na grade da cela, mandando os três ficarem em fila porque iam ser arrumados para o julgamento, por mais que ninguém ali quisesse realmente isso. Mas, segundo a lei de algumas cidades, os prisioneiros que vão a julgamento devem ir limpos e vestidos de forma decente para que a sua integridade não fosse ainda mais prejudicada, e era esse o caso de Teskir. Demorou um pouco para que limpassem os prisioneiros, principalmente Cristine, já que todos sabiam que ela controlava a água e lembravam do que ela havia feito, por mais que ela insistisse que não lembrava. Foi preciso sedar a garota pra que as pessoas ali tivessem coragem de dar banho e lavar seus cabelos. Connor simplesmente foi desmaiado quando chegou na área dos banhos e Rey tomou banho sozinho, já que ninguém queria tocar em um Experimento. Eles foram lavados por duas horas para que ficassem completamente limpos. Roupas foram providas para os mesmos e eles foram levados separadamente para o tribunal, onde novamente se encontraram. Cristine estava vestindo um vestido curto rodado azul sem mangas com uma calça da mesma cor, Connor estava vestindo uma roupa preta leve que deixava seus braços à mostra e uma calça preta, mas ambos ficaram maravilhados quando viram Rey chegando em um smoking infantil, o que o deixava muito elegante, apesar de que estava visivelmente incomodado, mas uma coisa era comum em todos: estavam acorrentados pelo pescoço e algemados nos pulsos e pernas, e tudo isso estava ligado em correntes que passavam pelas costas dos mesmos.

— Pelos Deuses, Rey! Você tá muito lindo! - exclamava Cristine.

— É verdade... Tá parecendo até um nobre! A gente devia arranjar umas roupas assim pra você um dia, você ia chamar muita atenção por aí.

— Eu não gostei. Me incomoda, esquenta e eu não consigo me mexer direito... Queria que me deixassem tirar isso logo! 

— Você vai deixar todo mundo sem fala naquele tribunal. - comentava Connor. — Mas acho que foi uma sorte você conseguir uma roupa tão elegante.

— Verdade. Pelo que o Connor me falou e o que eu já vi em algumas cidades, roupas assim são difíceis de serem dadas a prisioneiros...

— Disseram que é porque eu não podia vir pra cá em panos de chão ou pelado, e a única roupa masculina que tinham do meu tamanho era essa. Eu preferia ter vindo sem isso, com as minhas roupas. Elas eram boas e confortáveis!

Herança de Sangue, Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora