Capítulo 24: Pessoas Queridas

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Teach já estava bem mais ativo no navio, mesmo que grande parte da tripulação continuasse o evitando desde o acontecimento no desafio, mas nada que o abalasse agora que tinha recuperado parte de suas memórias, seus prováveis amigos, que com certeza estavam vivos. Agora mais do que nunca ele estava disposto a melhorar para tentar encontrá-los quando tivesse a primeira oportunidade, e não apenas isso, estava tentando entender a natureza de seus poderes e como conseguir controle sobre aquilo, tanto a parte violenta e feroz quanto a parte suave e benéfica, mas era tão difícil fazer aquele poder se manifestar por conta própria que estava prestes a desistir. 

O tempo parecia passar muito mais rápido no mar, eles já tinham sido abordados duas vezes por navios de marinheiros e uma vez por outro bando pirata, agora a parte das celas que eram o "quarto" de Teach estavam ocupadas, e ele tinha que tomar conta dos prisioneiros, já que eles valiam muita coisa. E era com eles que Teach ia conseguindo informações sobre a terra firme, mesmo que a maioria parecesse duvidosa. A guerra no Norte estava em situação muito pior do que esperado e estava sendo reunida uma grande quantidade de soldados pelo Reinado de Auruel para defender a capital e as fronteiras do reino, uma seca avassaladora começava a se alastrar na parte sul do Reinado de Dullahan, o que aumentava o fluxo de comércio com os Estados Livres de Luria, uma parte da Rota das Feras havia simplesmente morrido do dia pra noite, o Grande Deserto de Raconys estava tendo mais aparições de monstros que o normal, coisas que não interessavam tanto, mas que eram úteis para a capitã de alguma maneira que ele não conseguia entender. E com isso, ele continuava seu treinamento quando podia, melhorando seu físico sempre que possível para ter mais resistência e força, além de agilidade. As lutas durante as abordagens estavam ficando cada vez mais difíceis, principalmente agora que a maior parte da tripulação não confiava nele, nem mesmo Amara estava confortável perto dele. Bem, não tinha como a culpar já que ele tinha agido de forma mesquinha e machucado os sentimentos da primeira pessoa que realmente fez amizade com ele na tripulação, de alguém que sempre o ajudou em muita coisa e era quem estava torcendo com muito mais vontade que qualquer outro, talvez mais até que ele mesmo, que conseguisse recuperar as memórias pra descobrir quem ele era antes de entrar na tripulação. Era enquanto estava perdido nesses pensamentos que a capitã chegava, dando um tapa em seu ombro.

— Teach, você vai pra terra firme em breve com algumas pessoas da tripulação. 

— Certo, capitã. - ele suspirava. — Pode me dar uma ajuda? 

— Depende, no que quer ajuda?

— Com essa coisa dos meus... Bem, dos poderes. Eu não consigo fazer eles virem quando eu quero e não sei mais o que fazer pra tentar.

— Já pensou que talvez só esteja se esforçando demais? Quando você se curou, não estava tentando se curar. Até agora, foi só pra momentos críticos e não pra fazer sarar um arranhão. E quando fez aquilo no desafio, você também estava bem machucado, mas estava tão irritado que não parecia estar pensando na sua própria segurança, e sim em vingança. Dava pra sentir de longe a sua raiva. E mesmo depois de ser parado, demorou pra se curar. Em nenhum desses momentos, você estava realmente tentando fazer os poderes emergirem, só aconteceu e no momento que precisava. 

Ele fazia que sim com a cabeça e era óbvio que ficava pensativo enquanto olhava para a imensidão do mar. O balanço do barco não o incomodava, o cheiro salgado da maresia carregado pela brisa suave que balançava seu cabelo e roupas era refrescante como um abraço amigo em um dia gelado, o sol estava lançando gentilmente seus raios que tocavam a água e clareavam o suficiente da superfície para ver parte da vida marinha nadando próxima ao navio e dava pra ver como tudo ali estava conectado. A natureza era realmente algo muito belo e, naquele momento, ele fechava os olhos para sentir-se como parte daquilo. Parecia que até mesmo os passos da tripulação faziam parte daquela sensação boa que o trespassava no momento. Quando tornava a abrir os olhos, a capitã estava falando algo que ele não entendeu de cara.

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⏰ Última atualização: Sep 25 ⏰

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