Capítulo 9 - Encontros e Desencontros

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Antes de começar este capítulo, gostaria que algumas coisas ficassem claras. Todos os eventos aqui ocorridos aconteceram entre o desaparecimento de Drake e o transporte dos condenados para o Exílio. Ele será um pouco longo, mas são coisas que precisam ser mostradas. Enfim, boa leitura!

Atenciosamente, Grugal.

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Selena estava ofegante e lutava para não desmaiar quando chegou a Teskir. Ela havia pego uma carona com uma caravana de comerciantes que estava passando e ficava em silêncio ouvindo falar sobre como se Alura estivesse ali as coisas estariam diferentes no Norte e o reinado nortenho não estaria tentando tantas coisas contra o reinado de Auruel. Ouvir aquele nome trazia uma lembrança amarga, uma memória da época de sua condenação ao Exílio. Mas naquele momento, isso não interessava. Ela precisava coletar mais algumas coisas para seu objetivo e tinha que falar com alguém em Teskir. Talvez fosse sua última chance de encontrar uma pista. Quando estava chegando perto da cidade, se afastou sorrateiramente da caravana e procurou por uma entrada sem guardas. Ela estava fraca, não ia ter como se identificar e não queria confusão... Pelo menos, não no momento. Quando finalmente encontrou a entrada, roubou uma capa com capuz para poder andar por aí, exibindo apenas o seu braço enegrecido pelo feitiço que havia utilizado contra a dríade. Ela sabia que a única pessoa em Teskir que saberia que aquilo não era a doença sombria de Alvus¹ já estava morta, então foi pra uma pousada. Não se orgulhava tanto, mas tinha roubado dinheiro de algumas pessoas da caravana. Ela via duas pessoas entrando na pousada, um homem alto de cabelos e olhos dourados e uma garota pequena com cabelos brancos, além de um experimento raposa. Ela esperava um bom tempo depois deles entrarem pra poder entrar em seguida.

— Bem vinda à... Senhorita, deseja que eu chame um médico?

— Não... Eu já tenho os medicamentos. Pode me alugar o quarto mais barato próximo dos fundos? Vou passar três noites e vou pagar adiantado, também já sei que por conta da doença eu não vou poder comer com os outros clientes. Não se preocupe com isso, também já tenho comida comigo. Vou pagar extra pelos lençóis que vai ter que queimar.

— Eu sinto muito que isso tenha acontecido com você e vou orar bastante aos deuses pela sua melhora. Só um minuto, vou pegar a chave do seu quarto, pode deixar o dinheiro em cima da bancada.

Selena observava a garota pegar as muletas pra ir até onde estavam as chaves e se perguntava o motivo das chaves serem distantes do balcão se ela tinha perdido uma perna. Mas aquilo não era problema dela. Ela agradecia pela chave do quarto e seguia para o mesmo. Mal havia terminado de trancar a porta e caía no chão, completamente sem forças.

— Droga... Se pelo menos eu não tivesse subestimado aquela dríade...

★★★

Nestus estava pegando carona com uma caravana mercante e já tinha se misturado, feito amizade e fazia muitas pessoas darem risada com as coisas que contava. Ele ouvia conversas dispersas sobre o reinado nortenho, sobre Alura e só conseguia pensar que, se algum deles tivesse realmente ficado cara a cara com aquela mulher, talvez pensassem diferente. Eles estavam certos de pensar que as coisas não estariam do jeito que estão agora, mas não pela motivação bélica que eles estavam falando. Ele notava que alguém estava roubando aquelas pessoas, mas não ligava e nem alertava ninguém. Afinal, eles que estavam sendo distraídos demais pra ser roubados por alguém à beira da morte. Para a sua felicidade, conseguiu entrar junto à caravana sem problemas e antes de se despedir deles, desejou uma boa sorte e longa vida a todos.

Herança de Sangue, Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora