Lili Reinhart
Ao invés das coisas melhorarem com o tempo, tudo se tornava ainda mais difícil. Eu não iria me acostumar com o lado autoritário de Cole e não conseguia ficar quieta quando ele era rude ou irônico. Nós estávamos entrando em um joguinho de sarcasmo que acontecia o tempo todo. Eu gostava de pensar que era o nosso lance interno, algo que nos unia de certo modo. Apesar de querer parecer irritado quando eu o respondia, dava para ver que aquilo o agradava.
Meu trabalho como secretária começou e além de cuidar da vida pessoal de Cole eu também cuidava da profissional. Camila até me apelidou de "babá de empresário", o que eu achei muito engraçado porque era verdade. O homem não iria dar um passo em sua vida sem que eu soubesse e cuidasse de tudo. Era um ótimo jeito de conhecê-lo ainda mais, mas também era um jeito terrível de ficar ocupada o tempo todo e não ter tempo para flertar. Talvez as nossas discussões sarcásticas fossem um tipo de flerte diferente. Será que ele também pensava assim?
O expediente estava quase terminando e eu não parava de olhar o relógio. Estava morrendo de sono e precisava ir para casa dormir um pouco. Olhar as horas me fazia lembrar do meu prazo e eu me sentia vivendo os dias mais ansiosos da minha existência. As coisas estavam indo devagar demais e eu não sabia mais o que fazer para me destacar a ponto de Cole dar um passo à frente. O que mais eu poderia fazer além de tratá-lo diferente de como as outras pessoas faziam?
A porta da sala dele foi aberta e eu saí dos meus pensamentos. Cole segurava sua maleta, estava prestes a ir embora. Levantei para poder ir até sua sala deixar tudo em ordem, mas ele ergueu a mão para me parar.
— Eu já organizei tudo. — falou.
— Ah, céus, o doutor sabe fechar as cortinas? — dramatizei uma expressão de espanto.
— Eu sei fazer muitas coisas com as mãos, Reinhart. — sorriu de canto de forma perversa.
Eu esqueci de mencionar as piadinhas de duplo sentido que ele passou a fazer comigo. Porra, isso tinha que significar algo!
— Parabéns por isso. — ironizei, voltando até minha mesa para pegar minha bolsa e ir embora também.
Caminhamos lado a lado até o corredor e entramos no elevador juntos. Ele apertou o botão do térreo e as portas se fecharam, deixando apenas o silêncio como protagonista. Ficar excitada em um elevador ao lado de seu chefe gostoso era um clichê que eu estava gostando de conhecer. Olhei para ele de relance e ele fez o mesmo, mantendo-se sério e me encarando até desviar o olhar rapidamente de novo.
— Eu tenho que repassar a sua agenda? — comecei um assunto para quebrar aquele silêncio.
— Não, mas eu quero ver se você se lembra. Repasse a minha agenda, Reinhart. — tornou a me encarar.
Alguma coisa pulsou entre as minhas pernas e eu engoli em seco.
— O doutor tem uma reunião às três da manhã com alguns acionistas do Japão. E depois de eu quase formatar todo o meu computador, consegui ativar um lembrete no seu notebook. Amanhã cedo eu devo levar o Thor para passear porque o doutor vai estar dormindo por causa da reunião.
— Você deveria fazer aulas de informática. Como alguém da sua idade não sabe o básico?
— Eu sou uma pessoa vintage. — literalmente.
— Você quis dizer antiquada.
As portas do elevador se abriram e ele saiu na frente, esquecendo qualquer cavalheirismo que mandava deixar a moça se retirar primeiro.
— O doutor não pode me culpar por não gostar dessas modernidades. — fui dizendo enquanto o acompanhava.
— Não gosto do seu tom quando me chama de doutor. É sempre desdenhoso. Mude isso. — mandou como se fosse apenas uma tarefa que eu deveria cumprir.
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Estúpido Cupido ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ
FanficPara onde vamos quando morremos? Essa é uma pergunta que todo mundo já se fez em algum momento. Lili não pensava muito no que viria depois que seu coração parasse de bater, porque agora ele estava ocupado demais batendo forte por Nathan Sprouse, que...