Capítulo 32

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Cole Sprouse

Eu ainda estava na empresa quando um mensageiro foi até lá para me entregar uma carta. Não havia remetente e o mensageiro disse apenas que havia sido enviado por uma mulher que não quis se identificar. Quando eu abri o envelope, havia um pequeno papel com um endereço e duas chaves, uma com a etiqueta "portaria" e a outra com a etiqueta "apartamento 8B". Fiquei em dúvida sobre ir até o endereço indicado, mas a curiosidade acabou falando mais alto.

Cheguei ao prédio e subi até o oitavo andar. Quando parei em frente à porta, pensei em bater, mas não teriam me mandado uma chave se não quisessem que eu entrasse direto. Destranquei a porta e a abri em seguida. Fiquei totalmente confuso ao ver Lili lá dentro. Ela arregalou os olhos ao me ver e ficou levemente pálida. Notei que ela segurava uma maleta e isso me deixou ainda mais confuso do que eu já estava. Eu tinha muitas perguntas e esperava que todas elas fossem respondidas.

— Eu te fiz duas perguntas, Lili. — repeti depois de ela ficar em silêncio. — De quem é esse apartamento? O que tem dentro da maleta?

— Esse apartamento é... — engoliu em seco. — É meu.

— Seu? — franzi a testa.

— Como você veio parar aqui? Por que você tem a chave do meu apartamento? — foi a vez dela de me questionar.

— Alguém enviou para mim com um endereço e eu tive que vir ver do que se tratava. — fechei a porta da frente e a olhei com seriedade. — Você precisa me dar mais detalhes sobre o que está acontecendo. — cruzei os braços.

— É que... — olhou para os lados como quem procura alguma coisa. — Eu não moro aqui, obviamente.

— Por que eu sinto que você está enrolando?

— Ok. — respirou fundo. — Eu não gosto de morar sozinha, por isso eu não fiquei aqui.

— Como diabos você tem um imóvel desses e nessa localidade!? — me irritei. — Diga alguma coisa que faça sentido!

— É herança! — ela berrou tão alto quanto eu. — O apartamento é dos meus pais e eles me deram a chave quando eu mudei para cá, mas como eu disse, não consigo morar sozinha.

— Quem deixa um lugar desses abandonado? — cerrei os olhos desconfiado. — E por que você não contou pra ninguém?

— Não está abandonado, está alugado. E eu não contei porque não achei que seria uma informação relevante. — deu de ombros.

Eu tinha certeza que cada palavra que ela disse era mentira. Mas por que ela estava mentindo? O que havia para esconder?

— Nada faz sentido. — eu disse. — Abra a maleta, talvez o que tenha aí dentro possa responder as coisas. — me aproximei para pegar a maleta, mas Lili deu alguns passos para trás se afastando.

— Isso não vai responder nada, eu garanto.

— No momento, eu não estou certo se deveria confiar em você.

As minhas palavras a chocaram. Lili ficou boquiaberta e me olhou como se não acreditasse no que eu acabara de dizer. Mas era verdade, se ela não começasse a ser sincera as coisas ficariam ruins para nós.

— Abre a droga da maleta! — fiquei ainda mais impaciente.

— Eu estou dizendo, isso não tem relação nenhuma com o apartamento.

— Não importa, apenas abra!

Vendo que não haveria outra saída, ela assentiu se dando por vencida e sentou no sofá, colocando a maleta sobre a mesinha de centro e a destravando. Antes de abrir, ela me deu uma última olhada de canto de olho de uma maneira dolorosa, algo que me deixou levemente balançado.

Estúpido Cupido ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora