Lili Reinhart
Após vários minutos de soluços barulhentos e lágrimas pesadas, eu finalmente zerei minha cota de choro e fiquei quieta, apenas aproveitando o calor daquele abraço, me deixando aconchegar no peito de Cole enquanto ouvia as batidas do seu coração. Isso me fez lembrar da situação do avião, quando passamos por uma turbulência e ele deixou que eu o abraçasse pela primeira vez. Naquele dia, Cole pediu do jeito grosso dele que eu me afastasse assim que eu parei de chorar, mas dessa vez foi totalmente diferente. Mesmo eu estando quieta e aparentemente recuperada, ele não me largou e nem mesmo afrouxou os seus braços.
— Você quer conversar sobre o motivo de estar chorando? — perguntou acariciando minha cabeça.
Afastei-me de seu corpo e desviei minha atenção para o relógio de parede que acabara de marcar meia noite. Menos um dia. Restavam quarenta e cinco dias. Olhei novamente para Cole, que ainda me observava com curiosidade, cuidado, preocupação e uma proteção que eu sabia muito bem que ele não sentia por qualquer pessoa. Suas palavras não eram sempre claras, mas o jeito que ele olhava para mim dizia tudo o que eu precisava saber. Talvez ele só precisasse de um incentivo.
— Eu estou com medo do que sinto por você. — falei.
Imediatamente Cole ficou sério. Eu não sabia dizer se ele só estava surpreso ou se aquele olhar era de assustado. Como ele se manteve em silêncio, eu resolvi prosseguir.
— Eu sei que você não costuma se envolver e você esperava que eu entendesse isso, mas o meu coração não entende. Eu quero ser a única e não apenas isso, eu quero me sentir importante, quero ver que te faço feliz de verdade e quero poder dizer qualquer coisa que eu sinta sem temer nada. Sou desastrada demais para ficar pisando em ovos com alguém.
Cole olhou para baixo, para onde nossas mãos estavam pousadas sobre o colchão perto uma da outra, mas sem se tocarem. Eu deduzi que ele estivesse tentando assimilar o que eu disse antes de dizer alguma coisa que o fizesse se arrepender. Eu estava com medo de sua reação, mas eu também não estava mais em condições de esperar que ele amolecesse ainda mais. Isso tinha que ser assim, direto, mesmo que o afastasse no primeiro momento.
— Eu fiquei pensando quando você me deixou sozinho lá na festa. — murmurou ainda sem me encarar. — Você se arriscou por mim quando foi confrontar a Sadie e a Bree. Você poderia estar presa agora se não tivesse sido mais esperta que elas.
— E mais forte. — brinquei, arrancando um sorriso dele.
— Essa sua reação protetora diz muito sobre como você me vê. É minha heroína, Lili. E se é capaz de algo nesse nível só pra salvar a minha pele você certamente está caidinha por mim. — usou um tom divertido.
— E como você se sente em relação à isso? — perguntei ainda receosa.
— Eu estou cansado de tentar me "proteger" dos meus sentimentos. — fez aspas com os dedos. — Eu nem me dou a chance de tentar descobrir como eles funcionam e acho que já deu de fazer isso. Quero manter a minha heroína perto, muito perto de mim. — pousou sua mão sobre a minha. — Vamos fazer isso da maneira correta.
— E qual é a maneira correta? — sorri de canto.
— Lili Reinhart, posso te levar para jantar amanhã?
— Pode! — exclamei assentindo.
Um encontro! Um encontro de verdade!
— Vai ser uma noite magnífica, eu prometo. — tocou o meu rosto. — Agora eu vou tentar ser feliz de verdade e você vai me ajudar nisso.
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Estúpido Cupido ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ
FanfictionPara onde vamos quando morremos? Essa é uma pergunta que todo mundo já se fez em algum momento. Lili não pensava muito no que viria depois que seu coração parasse de bater, porque agora ele estava ocupado demais batendo forte por Nathan Sprouse, que...