Capítulo 42

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Cole Sprouse

Estávamos todos reunidos na sala da minha casa, todo mundo sem entender o que a Lili quis dizer com aquelas cartas. Um anjo? Cupido? Como a gente podia acreditar em algo assim? Ao mesmo tempo, eu não queria ter que dizer que era mentira, pois nem a Lili e nem ninguém inventaria uma história dessas para ser contada depois de sua morte. Minha avó e Mädchen acreditavam com toda a certeza naquilo, mas eu, Charles e Camila ainda estávamos com um pé atrás.

— Eu nem deveria estar pensando nisso. — falei. — Caramba, a Lili morreu! Vocês têm noção do que eu estou sentindo?

— A gente só quer que você acredite nela. — minha avó disse. — Eu notei quem ela era desde o primeiro momento que nós nos vimos.

— Olha, ela tinha uma força inexplicável. — foi a vez de Camila se pronunciar. — Às vezes não parecia normal.

— No dia da confraternização da empresa nós vimos ela na mata com algumas flechas douradas. — Charles disse. — Ela disse que não era pra contar a ninguém, mas eu acho que é relevante agora.

— Ela saiu dizendo que precisava fazer uma coisa. — parei para analisar os detalhes daquele dia. — E de repente eu e a Vanessa nos sentimos estranhamente atraídos um pelo outro.

— Ela fez isso? — Mädchen lamentou. — Eu disse para ela não fazer!

— Eu lembro dessas flechas douradas, ela disse que era relíquia de família. — soltei um suspiro. — Eu não acredito que ela atirou uma flecha em mim pra eu me apaixonar por outra pessoa!

— Bom, se ela era o seu cupido, esse era o trabalho dela. — Camila disse. — Mas por que não deu certo?

— Porque o Cole não ama a Vanessa. — nos assustamos ao ouvir a voz de alguém no canto da sala. — Eu posso explicar as coisas.

— Klaus? Como entrou aqui? — franzi a testa.

— Eu entro em qualquer lugar. — ele caminhou para perto de nós. — Muito prazer, eu sou Klaus, o arcanjo.

Tenho certeza que todos nós ficamos boquiabertos quando ele disse aquilo.

— Eu estive responsável pela situação da Lili. Ela decidiu descer até a Terra porque se apaixonou por você e queria fazer você amá-la. Pra isso ela infringiu muitas regras, então o céu criou um prazo. Se você não amasse alguém dentro de cem dias ela iria para o limbo.

— O que é o limbo? — perguntei temendo a resposta.

— Um lugar abaixo do céu e acima do inferno. Não há nada lá. As almas ficam presas em um looping eterno de solidão e tristeza, vagando pela escuridão, enlouquecendo aos poucos.

— Não... — comecei a balançar minha cabeça negativamente. — Não é real. Nada disso é real. — esfreguei meu rosto com as mãos.

— E como a gente tira ela de lá? — Mädchen perguntou.

— A gente não tira. Ela está morta.

— Como assim eu não amei ninguém em cem dias? — me irritei. — Eu a amava! Isso não era óbvio!?

— Sim, isso era óbvio. — ele respondeu. — Mas você nunca falou.

— Falar!? Deus precisa de palavras pra acreditar em mim? Ele não sabe de tudo? Não está em todos os lugares? Por que o céu precisa de palavras?

— Porque amor não é suficiente. Você precisa ter coragem para admitir seus sentimentos e você nunca teve! — agora parecia que ele estava bravo comigo.

Estúpido Cupido ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora