Capítulo 26

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Lili Reinhart

Posso ter tomado algumas multas no caminho até o hospital. Quando Cole me ligou contando sobre o acidente e sobre como ele salvou aquela mulher eu lembrei de ter deixado o meu colar em sua casa. Fiquei tão absorta após a última noite que acabei sendo irresponsável mais uma vez. Agora eu temia que ele se machucasse ou algo parecido, já que não fazia ideia do poder que aquele pequeno objeto dourado tinha. Se eu, anjo, ciente de coisas além da compreensão humana, conseguia destruir tudo o que tocava, imagina alguém que nem sabia sobre o colar?

Passei pelas portas do hospital e corri até Cole ao vê-lo sentado em uma das cadeiras da recepção. Ele estava bem, não tinha nenhum arranhão, mas mantinha uma expressão preocupada.

— Ei, tudo bem? Você está bem? — perguntei parando em sua frente.

— Oi! Sim, eu estou bem. — ficou de pé. — Eu falei com um dos médicos sobre o que aconteceu e ele disse que provavelmente eu tive um excesso de adrenalina e que é normal que essas coisas aconteçam. Mas eu não sei, não parecia ser isso.

— Bom, é o mais provável, afinal, como diabos você conseguiria arrancar a porta de um carro com as próprias mãos? É melhor aceitarmos a teoria do médico. — tentei soar o mais racional possível.

— Sim. — suspirou, abrindo um sorriso relaxado. — Por que eu estou pensando nisso? É claro que tem uma explicação lógica. — esfregou o rosto. — Acho que eu só estou meio estressado.

— E por que?

— Você saiu da minha casa sem nem se despedir. — ficou sério.

— Por que eu deveria fazer isso? — desviei o olhar, desconfortável.

Tomei a decisão de acordar cedo, arrumar as minhas coisas e ir embora sem falar com ele depois de me dar conta de que estar cem por certo aberta às necessidades do Cole não me aproximaria dele. Eu tinha que deixá-lo desejar, se esforçar um pouco para que se desse conta de que eu não sou só a porra de uma assistente, eu sou alguém importante em sua vida.

— Você... eu... — era como se ele quisesse dizer alguma coisa, mas ao mesmo tempo se impedisse disso. — É isso que as pessoas fazem, Lili. Hóspedes avisam quando saem da casa dos anfitriões.

Que desculpa terrível!

Certo. — assenti devagar. — Desculpe por isso, eu acho. — franzi um pouco a testa. — Me diz, você estava indo até a minha casa por algum motivo específico? — o analisei de cima a baixo, perguntando-me onde ele teria enfiado o meu colar.

— Sim. — colocou a mão dentro do bolso e tirou o objeto de lá. — Você esqueceu isso. Eu sei que é um colar importante porque você nunca está sem ele.

— Sim, é muito importante. — o tirei de sua mão e respirei aliviada, colocando-o em meu pescoço com certa dificuldade.

— Eu te ajudo. — ele ficou atrás de mim para me ajudar com o fecho.

Quando Cole afastou o meu cabelo, roçando as pontas de seus dedos pela pele do meu pescoço, um arrepio subiu pela minha espinha e eu apertei minhas mão enquanto mordia o lábio inferior, tentando não transparecer o quanto eu era sensível ao seu toque. Tudo o que eu menos queria era passar uma imagem de desesperada emocionalmente.

Prendi a minha respiração sentindo o calor de seu corpo às minhas costas, tão perto, tão quente, com um poder tão grande sobre mim...

— Você pode me levar até em casa? — ele perguntou pousando as mãos sobre meus ombros, sua voz baixa e rouca perto do meu ouvido. — Não acho bom que eu dirija depois de todo o nervosismo que eu passei.

Estúpido Cupido ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora