Lili Reinhart
Acordei às dez e meia e saí do quarto para poder bisbilhotar. Fiquei olhando para os cantos me certificando de que Thor não estava por perto para tentar me comer viva. A casa estava calma e eu estava aparentemente sozinha no andar de cima. Comecei a abrir todas as portas dos quartos de hóspedes até chegar à porta do que seria o quarto de Cole. Girei a maçaneta e me decepcionei ao ver que ele havia trancado. Talvez não confiasse em mim e ele estava certo nisso, porque eu iria revirar as suas coisas se tivesse a chance.
Fiquei de joelhos no chão e abaixei tentando ver alguma coisa por debaixo da porta, mas estava tudo escuro lá dentro, provavelmente porque ele deixou as cortinas fechadas. Saí de lá e vi tudo o que pude, não encontrando nada demais. Era só a casa enorme de um empresário solteiro, não havia nada de comprometedor. As coisas interessantes deveriam estar em seu quarto que ele fez questão de trancar.
Desci as escadas com cuidado para não fazer barulho e atrair o monstrinho. Fiquei imaginando como Cole subiu comigo em seu colo ali. O cara era mesmo bem forte. Uma pena que eu não estivesse totalmente consciente para aproveitar melhor o momento.
Fui até a cozinha e abri todos os armários, fui até a despensa, conferi a geladeira e por fim olhei cada vinho da adega. Ele tinha um gosto caro e refinado, era melhor eu não mexer muito naquelas garrafas ou acabaria quebrando alguma.
Por fim, eu entrei no escritório e olhei em cada gaveta e cada prateleira, não deixando passar nada. Só tinha coisa chata sobre a empresa e as ações que Cole possuía em outras corporações. Era literalmente um escritório de trabalho, com mais nada que se referia à vida dele. Bom, já que eu não iria achar nada, poderia me divertir um pouco enquanto meu chefe não via.
Sentei em sua cadeira, esfregando a minha bunda no assento.
— Agora está quentinho. — sorri. — Senhorita Reinhart! — berrei, tentando engrossar a minha voz. — Um café puro e sem açúcar, agora! — bati com a mão na mesa, imitando o Cole. — Não quero ver ninguém antes das dez porque sou um mimadinho mal humorado! Busque minhas roupas na lavanderia! Pegue minhas encomendas que ficaram presas na sede do correio! Passeie com o meu cachorro que te odeia! Peça meu almoço! Reserve um quarto de hotel para que eu possa foder alguém esta noite! Não me compre bolinhos! Veja como eu sou um idiota sem educação que desconhece a palavra "obrigado"!
Gargalhei alto, jogando-me para trás e colocando meus pés sobre a mesa. Ri tanto que meus olhos lacrimejaram. Fui parando as risadas aos poucos, tomando fôlego. Apertei no botão para ligar o notebook de Cole, que abriu na tela de bloqueio. Tinha uma foto dele com Thor. Ele estava sorrindo enquanto abraçava seu cachorro, deitando sua cabeça sobre a do animal.
— Por que você não pode ser esse cara? — suspirei. — Seria tão legal se você não guardasse todo o seu amor só para o seu cachorro. — fiquei quieta por alguns segundos, olhando para a imagem dele até começar a sorrir. — Você tem sorte de ser gostoso, Cole.
Meu celular começou a tocar e eu atendi, o colocando contra a orelha.
— Alô?
— Oi, Lil, é a Amelia! Está trabalhando?
— Não. Cole me deu a manhã de folga.
— Jura? Isso é novidade. — riu. — Liguei para avisar que estarei livre no fim da tarde. Podemos tomar aquele café que combinamos e aí você me conta se eu estou ficando caduca ou se você é mesmo a Lili que morreu há quarenta e cinco anos atrás.
— Assim que eu sair da empresa eu vou até a sua casa.
— Até mais tarde, Lil.
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Estúpido Cupido ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ
Fiksi PenggemarPara onde vamos quando morremos? Essa é uma pergunta que todo mundo já se fez em algum momento. Lili não pensava muito no que viria depois que seu coração parasse de bater, porque agora ele estava ocupado demais batendo forte por Nathan Sprouse, que...