Capítulo 4

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Lili Reinhart

Ele caminhava de um lado para o outro enquanto falava como se estivesse me dando uma palestra. Eu confesso que me distraí e não dei a mínima atenção ao que ele dizia. Como me concentrar com aquele homem lindo na minha frente? Era fato que ele era idêntico ao Nathan e isso me fez sentir coisas desabrochando em meu peito, coisas que eu não sentia há décadas.

Eu estava levemente boquiaberta enquanto reparava no modo como seus lábios se moviam e nas vezes em que ele passou a língua entre eles nas pausas de suas frases. Também soltei alguns suspiros e o olhei de cima a baixo. Caramba, o homem sabia como se vestir e o perfume dele impregnava o ambiente. Anjos não costumavam ter essas reações, mas agora que voltei a ser humana deduzi que a pressão nas minhas partes baixas era tesão.

Ele parou em pé ao lado de sua cadeira e ajeitou a única mecha rebelde em sua testa, a afastando para se unir ao resto do cabelo bem penteado.

Outro suspiro involuntário.

— Senhorita Reinhart!? — chamou o meu nome de forma impaciente, o que me fez despertar do meu transe.

— Ah... o que? — pisquei, voltando à realidade.

— Perguntei se você aceita. — franziu a testa.

— Eu tenho algumas dúvidas.

— Quais?

— O que o senhor quer que eu aceite? — perguntei sem jeito.

Cole respirou fundo e esfregou a própria testa. Ele iria ter que se acostumar a ficar irritado comigo muitas vezes por dia.

— Você é sempre avoada desse jeito? — foi grosso. — Se for, eu nem vou perder o meu tempo repetindo alguma coisa.

— Não, eu não sou avoada. É só que... — você é gostoso demais e eu me desconcentrei. — Eu estava pensando sobre o trabalho como secretária e acabei não ouvindo.

— Sua função como minha secretária começa na semana que vem, você pensa sobre isso depois. — continuou sério. — Vou repetir. — revirou os olhos. — Eu quero que você seja minha assistente pessoal. Vai trabalhar para mim fora da empresa.

— Sim. — assenti sem pensar duas vezes. — Sim, eu aceito.

— Está tão desesperada assim por dinheiro? — arqueou a sobrancelha. — Bem, não importa. Eu estava dizendo que você terá que estar disponível para mim vinte e quatro horas por dia. Deve fazer o que eu quiser que você faça, independente de que horas sejam ou de onde você esteja.

— Tudo bem.

— Vai aceitar assim tão fácil? Não quer nem perguntar quanto você vai ganhar a mais? — ele parecia chocado com a facilidade em que eu disse sim.

— Ah, claro. — pigarreei. — Quanto eu vou ganhar a mais? — eu não dava a mínima para o salário, faria de graça se ele quisesse.

— O triplo do seu salário como secretária.

Eu poderia ficar feliz se eu ao menos tivesse pesquisado sobre quanto uma secretária dele ganhava.

— Eu aceito. — fui direta.

— Isso não vai ser fácil. — advertiu.

— Eu já disse que aceito. — eu já estava começando a me irritar, mas forcei um sorriso.

Ele assentiu, abriu uma das gavetas de sua mesa e tirou de lá uma caixa de celular, um documento contratual e um chaveiro com três chaves, sendo uma delas a de um carro.

Estúpido Cupido ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora