Capítulo 36

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Lili Reinhart

Cole levou ao pé da letra quando eu disse para ele focar em si mesmo nos dias que se seguiram. Nós quase não nos falamos, exceto quando era alguma coisa sobre a empresa e sempre era somente dentro daquelas paredes de concreto. Vale ressaltar que meu cargo como assistente se tornou oficialmente um cargo fantasma e minhas funções se limitavam à minha salinha de secretária. Foram os dias de trabalho mais sossegados que eu tive desde que pisei ali, mas também foram os mais tensos.

Não éramos completamente indiferentes um com o outro, vez ou outra eu encontrava uma rosa vermelha na minha mesa quando chegava pela manhã e também me aventurei a preparar alguns cupcakes e deixei na mesa dele enquanto ele estava em reunião. Não agradecemos e nem falamos sobre os presentes, era como se isso fizesse parte de um universo paralelo.

Meu nariz sangrou pelo menos duas vezes naquela semana, mas eu continuei a ignorar. Não queria imaginar o motivo disso, pois sabia que era o pior possível.

Na madrugada de sexta para sábado, foi terrível. Eu senti muitas dores em meu tórax e comecei a tossir repetidamente.

— Dá pra calar a boca!? — Jack socou a parede do outro lado enquanto gritava comigo.

Imediatamente, eu levantei depressa e corri até o banheiro. De frente para o espelho da pia eu tossi mais uma vez e acabei expelindo sangue. Muito mais sangue do que a quantidade que saía do meu nariz. Olhei para aquilo assustada e liguei a torneira para limpar. Depois abri o armário e peguei uma analgésico para dor.

Quando amanheceu eu estava péssima. Minha palidez era tenebrosa, além das olheiras fundas. Por sorte, eu estava aprendendo a me maquiar melhor e disfarcei aquilo.

— Onde você vai? É sábado! — Jack disse quando me viu sair do quarto carregando uma bolsa.

— Eu esqueci algumas coisas na empresa que preciso entregar na segunda.

— Trabalho em casa? Que saco. — revirou os olhos.

— Você deveria tirar a bunda desse sofá e fazer uma faxina.

— Eu literalmente prefiro queimar no fogo do inferno. — esparramou-se ainda mais sobre o estofado.

— Azazel. — cruzei os braços e o olhei de maneira autoritária.

— Ah, não... — resmungou.

— Faça uma faxina enquanto eu estiver fora. — mandei.

— Às vezes eu penso que seria melhor ter cortado a minha língua ao invés de dizer o meu nome pra você. — ficou de pé e calçou seus chinelos.

— Apenas faça isso.

— A mulher tem um demônio nas mãos e manda ele fazer faxina. Qual é a porra do seu problema? — resmungou enquanto passava por mim em direção à cozinha.

Saí de casa e peguei um Uber até a empresa. Não estava me sentindo cem por cento para dirigir e nem consegui comer qualquer coisa, então era melhor evitar.

Entrei na empresa e fui cumprimentando alguns funcionários que cumpriam horas extras aos fins de semana. O lugar só parava de funcionar realmente aos domingos e os funcionários revezavam os sábados. Eu nunca precisei trabalhar ali aos fins de semana, mas isso porque tecnicamente eu já estava ocupada a maior parte do tempo estando vinte e quatro horas disponível para o Cole.

Ele estava trabalhando naquele sábado também, mas dispensou os meus serviços pois só ficaria pela manhã. Eu não precisava vê-lo, só tinha que chegar à minha sala, pegar o que precisava e ir embora imediatamente.

Estúpido Cupido ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora