Prólogo - parte 2

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Lili Reinhart

Ano de 1976

Já faziam cinco dias desde o jantar de aniversário dos Sprouse. Minha vida continuou rotineira e monótona, no automático como sempre foi. Eu estava prestes a sair de casa para trabalhar quando o telefone começou a tocar. Voltei da porta e atendi a chamada.

— Alô?

— Oi, Lili, sou eu! — a Amelia.

— Oi, algum problema? Eu estou quase atrasada. — falei olhando meu relógio de pulso.

— Desculpe ligar agora, mas eu precisava contar isso para alguém. — ela parecia animada.

— Contar o que?

— Eu estou grávida!

E se antes eu estava de pé, agora eu deslizei até sentar no sofá e me afundar no estofado.

— Grávida? De novo?

— Sim! Não é ótimo? Eu ainda não contei ao Nathan. Você pode me ajudar a fazer uma surpresa?

— É... isso é incrível. — ainda bem que ela não podia ver a minha cara, porque eu estava em choque. — Eu vou te ajudar sim.

Sempre a amiga perfeita.

— Obrigada, Lil! E eu sei que você se recusou na primeira vez por não acreditar muito nessas coisas, mas eu realmente quero que você batize esse bebê. Por favor, seja a madrinha. — ela choramingou ao fazer o pedido.

Senti meu estômago embrulhar e tive que respirar fundo. O que ela iria achar se eu me negasse de novo? Isso iria aborrecê-la e tudo o que eu menos queria na minha vida era ferir a Amelia.

— A gente pode conversar sobre isso, Lia.

— Bom, já é um começo. Agora eu não vou mais te atrasar. Vou até a sua casa à noite.

— Tudo bem. Até mais tarde.

Nos despedimos e eu desliguei. Demorei um tempo para raciocinar e levantar do sofá. Até esqueci o que eu precisava fazer, mas lembrei ao ver o horário novamente. Péssimo dia para ser a amiga perfeita de alguém.

Entrei em meu carro e girei a chave, mas ele não ligou. Tentei outra e outra vez, mas nada.

— Mas que porcaria! — gritei socando o volante. — Ok... Calma... — outra respiração profunda. — Você só tem que chegar até o trabalho.

Abri a porta do carro e saí da garagem. Comecei a andar pela rua para chegar ao ponto de ônibus mais próximo. Durante todo o caminho eu andei atordoada, mal respondendo aos "bom dia" que as pessoas me davam. Era como se minha mente estivesse em um universo diferente do meu corpo.

Eu pensava se o bebê seria uma menina ou um menino, pensava nos sorrisos que eu teria que presenciar, a felicidade contínua, a inveja que eu não queria sentir crescendo em meu peito enquanto eu fingia estar tão feliz quanto os meus amigos.

Tudo de novo... Tudo de novo...

— CUIDADO! — alguém gritou me despertando dos meus pensamentos.

Quando eu comecei a atravessar a rua? E antes que eu raciocinasse, um carro em alta velocidade vinha em minha direção. Nem deu tempo de eu entrar em pânico, no segundo seguinte eu já não sentia nada, não via nada, não ouvia e nem estava pensando.

Um choque. Outro. Mais outro. Meus olhos começaram a abrir devagar e tudo era turvo. Vozes ao meu redor, mas eu não conseguia identifica-las. Onde eu estava? Com quem? O que aconteceu comigo?

Estúpido Cupido ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora