Cole Sprouse
Eu estava em um estado pesado de sono quando senti alguma coisa me cutucando. Resmunguei, enfiando meu rosto no travesseiro e mantive os olhos fechados, mas voltei a ser cutucado, mais forte dessa vez.
— Já vou, mãe... — murmurei sonolento.
— Eu não sou a sua mãe.
Abri meus olhos ao ouvir a voz de Lili e a encarei em pé ao lado da minha cama.
— Lili? O que foi? — esfreguei meu rosto e sentei para olhá-la melhor.
— Eu... — ela estava claramente tímida. — Posso dormir com você?
— Que? — franzi a testa. — Por que?
— Eu sei que você não gosta de dormir com ninguém, mas eu tive um pesadelo e estou com medo de ficar sozinha. Prometo que vou ficar o mais longe possível, de costas e sem me mexer.
— Um pesadelo? — não sei se era o sono ou o pedido inusitado, mas eu estava bem confuso naquele momento.
— Sim. — assentiu.
Pensei em fazer uma piada, perguntar se ela tinha oito anos e se estava com medo do bicho-papão, mas dada a expressão de fragilidade no rosto de Lili, eu deduzi que ela estava realmente com medo e que eu não deveria cometer a insensibilidade de brincar com suas fraquezas. Muitas pessoas tem medo de pesadelos depois de adultas, certo?
— Bom... — olhei ao redor para a cama.
Thor estava na parte de baixo, além disso, a cama era enorme, então não seria tão desconfortável. Nós não íamos ficar agarradinhos como um casal, eu não precisava me preocupar em elevar o nível de afeto dela.
Ajeitei-me mais para o lado e deixei um espaço livre para ela, depois fiz um sinal indicando que ela poderia se deitar. Lili deu a volta na cama, levantou o cobertor e se aconchegou ao meu lado. Nós dois nos deitamos e no primeiro momento ficamos em completo silêncio, ambos encarando o teto sem olhar um para o outro.
— Com o que você sonhou? — perguntei para quebrar a tensão.
— Eu sonhei que tinha um demônio no quarto e que ele estava tentando me persuadir a fazer coisas ruins.
— Mas ele não fez nada de ruim com você?
— Não. Mas a presença dele era muito incômoda e perturbadora, a temperatura do quarto despencou só por ele estar ali. Além disso, ele tocou em pontos delicados da minha vida com o intuito de me fazer sentir mal comigo mesma.
— Isso parece terror psicológico.
— É. Eu acho que foi isso.
— E ele não te machucou mesmo?
— Não. Na verdade, ele me beijou antes de ir embora.
— O que? — estranhei.
— Eu também não entendi essa parte. — riu suavemente.
— Mesmo que tenha sido ruim, não era real. E o lado positivo dos sonhos é que a gente esquece eles depois de algumas horas.
— Vai ser difícil esquecer isso. — falou baixo, quase num sussurro.
Olhei sutilmente para ela e vi um vislumbre de tristeza. Alguma coisa me dizia que havia mais do que Lili me contou. Talvez não tivesse sido só o sonho que a deixou agitada naquela noite. Mas se ela não iria me contar nada além disso, eu respeitaria e não faria perguntas.
— Há quanto tempo você tem o Thor? — perguntou talvez para mudar de assunto e se distrair.
— Três anos. Eu não costumava gostar de animais, acredita?
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Estúpido Cupido ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ
ФанфикPara onde vamos quando morremos? Essa é uma pergunta que todo mundo já se fez em algum momento. Lili não pensava muito no que viria depois que seu coração parasse de bater, porque agora ele estava ocupado demais batendo forte por Nathan Sprouse, que...